Uma longa fila se formou na manhã desta quarta-feira (26) na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), onde está disponível uma unidade móvel do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). Muitas pessoas presentes na fila, não conseguiram pegar as senhas para o atendimento, o que gerou reclamações.
O Acorda Cidade conversou com os presentes na fila, que explicaram que receberam a informação de que o SAC móvel estaria na Uefs para atender a toda população.
Porém, a reportagem conversou com a equipe do SAC e a informação é que os atendimentos são exclusivos para pessoas que fazem parte do Programa Bahia Sem Fome.
Poucas senhas
Margarida da Silva Ferreira é moradora do distrito de Humildes. Ela reclamou da dificuldade de atendimento no SAC e disse que apesar de ter chegado cedo e ter enfrentado a longa fila, não conseguiu uma senha para ser atendida. “Já tenho um mês ligando para o SAC, vim para cá e quando chega aqui não tem fichas suficientes. Tem gente aqui que já está tentando marcar há mais de três meses e não consegue”.
Ane Nascimento também não conseguiu pegar uma senha. Ele está tentando fazer a carteira de identidade. “Tinha quase mil pessoas aqui na fila e disseram que não tinha atendimento para ninguém. Só liberam 50 senhas”.
Luan Souza foi até a Uefs e levou oito pessoas da família para tentar atendimento no local. “Trouxe todos os documentos da família. Estou com meus filhos, minha mãe. Quando chegamos aqui eles disseram que só tem 50 vagas e mais 20 para prioridades”, relatou.
O que diz a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs)
A reitora Amali Mussi interviu, junto à SAEB, descrevendo a notória quantidade de cidadãs e cidadãos demandando atendimento. A Secretaria ciente das informações, inicialmente, sugeriu ampliar o número de dias de atendimento, porém, isso pode ser melhor informado pela assessoria do MOC.
O que diz o MOC
Ao Acorda Cidade, a presidente do MOC, Conceição Borges, explicou que a ação encerra as atividades do Março Mulher da Feira da Agricultura Familiar, Economia Criativa, Popular e Solidária promovida em apoio ao projeto Comida no Prato, que faz parte do programa Bahia Sem Fome.
Segundo a presidente, o atendimento foi destinado prioritariamente às pessoas já cadastradas no programa e que em sua maioria não possuía documentos ou tinha dificuldades de emitir. A partir daí, o MOC fez o contato com a coordenação do Comida no Prato e com a unidade do SAC para viabilizar o atendimento dessas pessoas.
Apesar disso, a informação foi distorcida levando muitas pessoas que não faziam parte do programa a tentarem o atendimento. Por conta das fake news, que as longas filas se formaram.
“Uma alma caridosa, podemos assim dizer, espalhou essa informação como se fosse um atendimento aberto a todo o público e ao chegar aqui hoje pela manhã, a gente se deparou com essa situação”, afirmou Conceição Borges ao Acorda Cidade.
Mesmo não tendo se preparado para atender o público em geral, a organização disponibilizou mais algumas vagas, mas segundo Conceição, não tinha estrutura para atender as mais de 200 pessoas que compareceram.
“Nós do MOC, da rede de produtora, organizamos a partir do projeto Comida no Prato. Ouvimos reclamações diversas, pessoas que têm três, quatro meses que agendou um atendimento e não foi atendido. Então, nós do MOC não temos nenhuma responsabilidade com o que aconteceu aqui hoje. Até porque o nosso projeto, o nosso atendimento está fluindo normalmente”, reforçou Conceição.
O atendimento prioritário para as pessoas do programa Bahia sem Fome segue nos dias 27 e 28, das 9h às 17h, na Uefs.
O Acorda Cidade entrou em contato com o SAC e aguarda retorno.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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