Feira de Santana

Jovem baleado em briga de trânsito segue sem recuperar movimentos do braço e da perna e apresenta convulsões

Edson Damião informou que durante estes nove meses após a tentativa de homicídio contra o filho, já teve um gasto de aproximadamente R$ 100 mil.

Emerson Freitas
Foto: Arquivo Pessoal

Nove meses após ser atingido por um tiro na cabeça no bairro Tomba, em Feira de Santana, durante uma discussão de trânsito, o jovem Emerson Freitas Santos ainda segue sem recuperar o movimento do braço e da perna esquerda.

Mesmo após inúmeras sessões de fisioterapia, Emerson teve pouca evolução e atualmente apresenta muitas dores de cabeça e convulsões.

A reportagem do portal Acorda Cidade conversou com Edson Damião Santos Neto, também conhecido como Bitinho, pai de Emerson. Segundo ele, o filho passará por um procedimento cirúrgico para colocar uma prótese na região do crânio.

Edson Damião
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Hoje a realidade dele é o seguinte, ele tá com sequela permanente pelo resto da vida, da perna e do braço, o médico no dia 5 de março, no dia do meu aniversário, falou que ele não ia ter mais a coordenação motora da perna nem do braço, e que eu poderia fazer um jeito dele se aposentar ou correr com alguma atividade porque esse movimento dele não volta mais, e ainda falta um crânio do lado esquerdo da cabeça. Tivemos que tirar a metade do crânio para poder remover a bala e no próximo mês a gente ficou de fazer essa cirurgia. Essa cirurgia é para colocar a prótese porque ele está com dor de cabeça constante e está dando convulsões. O médico está suspeitando que deva ser por causa dessa prótese porque na cabeça dele só tem uma pele pequena, e ali passa zoada, passa poeira, passa sujeira e a gente suspeita que seja por causa dessa prótese que ele não botou ainda”, relatou.

De acordo com Edson, Emerson está sentindo constantes dores de cabeça e o último quadro de convulsão foi registrado há cerca de 20 dias.

“De uns quatro meses para cá, ele sente dores constantes na região da cabeça e há uns 20 dias, ele teve a convulsão. Hoje ele não mexe a perna esquerda, o braço, só se for com a ajuda do ombro, mas a mão não abre nem fecha sozinha, não movimenta para nada”, informou.

Ao Acorda Cidade, Bitinho contou que a profissional que estava acompanhando Emerson declarou que todas as atividades que poderiam ser feitas, foram executadas, e que o próximo passo, seria trabalhar diretamente com um educador físico.

“Desde que Emerson chegou aqui, ele estava acamado. Fez todo o tratamento de fisioterapia, foi um trabalho excelente, mas infelizmente chegou determinado momento que a fisioterapeuta explicou que todas as ferramentas que ela poderia usar, já tinha utilizado, e que para ele voltar com os movimentos, ele não voltaria mais. Emerson assim que chegou, fazia todas as necessidades na cama, mas hoje ele já fica em pé, já caminha até o banheiro, mas para avançar mais ainda, só com a ajuda de um educador físico”, disse.

Edson Damião explicou que Emerson não trabalhava diretamente como chapista, mas era o responsável pela oficina.

“Emerson era encarregado de chapista, ele que era a frente aqui da minha oficina. Ele que atendia o cliente, ele que organizava o horário do serviço, ele que entregava o cliente, ele era praticamente o responsável por tudo isso. Hoje, com a grande quantidade de remédios que meu filho está tomando, hoje ele passa o dia muito sonolento, eu diria que ele fica lesado durante o dia”, comentou.

Despesas

Edson Damião informou ao Acorda Cidade, que durante estes nove meses após a tentativa de homicídio contra o filho, já teve um gasto de aproximadamente R$ 100 mil.

“Logo no início, a gente teve um custo enorme, inclusive o homem acompanhado pelo advogado procurou a gente via WhatsApp dizendo que iria ajudar, que estava arrependido pelo que fez, então ele começou a ajudar com R$ 2 mil, R$ 3 mil, no total deu R$ 11.500, mas nesse período eu já estava tendo um gasto de cerca de R$ 40 mil. Mas se a gente for fazer os cálculos de todo este período, já gastamos em torno de R$ 100 mil, pois tudo é particular, o educador físico é particular, os medicamentos que ele precisa tomar todo dia são em torno de R$ 100, R$ 120, R$ 180. Emerson está recebendo o Auxílio Doença, já que ele tinha a carteira assinada aqui pela oficina, mas hoje ele recebe R$ 1.412, o que não cobre as próprias despesas. O médico foi simples e direto, falou que ele não teria mais condições de voltar a trabalhar, infelizmente ele não consegue movimentar o braço nem a perna. Espero que, após esse procedimento da prótese, a gente possa deixá-lo aqui na oficina, para pelo menos ocupar um pouco da mente, mas o que esse cara fez com meu filho, deixou meu filho inutilizado para o resto da vida”, lamentou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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