Feira de Santana

Integrantes da Bamare falam sobre o preparo e a emoção de participar do 7 de setembro em Feira

A fanfarra tem aproximadamente 98 alunos, entre músicos e integrantes da linha de frente.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Após dois anos de preparação, aprimorando a técnica e afinando os instrumentos, a Banda Marcial Recomeçar de Feira de Santana (Bamare), composta em sua maioria por estudantes do Colégio Giorgina Erisman, mas também de outros colégios da rede estadual, brilhou e chamou a atenção do público durante o desfile de 7 de setembro, na Avenida Presidente Dutra.

A fanfarra tem aproximadamente 98 alunos, entre músicos e integrantes da linha de frente. De forma harmônica e emocionante, os participantes encantaram a todos que prestigiaram a apresentação em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil, trazendo à tona fortes lembranças do período em que o desfile civil municipal contava com a presença de grandes bandas marciais e tinha a participação de diversas escolas.

Feliz com o reconhecido obtido pela banda durante o 7 de setembro, o segundo regente Vinícius Ferreira Santos Soares contou que desde 2018 aceitou o desafio de entrar para a Bamare. Desde que iniciou os ensaios, ele tinha o desejo de se tornar co-regente.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu comecei aqui como músico, no ano de 2018. Eu tinha vontade de ser regente e o presidente Marcos me deu esta oportunidade, depois dessa pandemia, de estar à frente junto com o maestro Henrique Mercês”, contou em entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo ele, para se obter uma excelente apresentação são necessárias algumas regras e seguir uma metodologia.

“A gente faz um trabalho firme, para que os meninos venham a absorver o conhecimento ali e, através disso, a gente vai passar as músicas e fazer o trabalho que todos tiveram a oportunidade de presenciar no dia 7 de setembro. A coreografia é feita com o nosso coreógrafo Everton Moreira, ele pega as músicas da banda e faz todo o trabalho de dança e cria a forma”, explicou.

De acordo com Vinícius Ferreira, leva cerca de 6 meses para que um aluno aprenda a tocar algum instrumento, e a partir do conhecimento básico, ele vai avançando e aprimorando a técnica.

“Eu não escolho o instrumento para o aluno, deixo ele à vontade para escolher, e através disso, eu foco nele. Às vezes, troco quando vejo que não deu certo com aquele instrumento, e depois quando tenho certeza que serviu, passo a focar em ensinar e o aluno vai desenvolvendo”, disse.

Apesar de todo o esforço e empenho para que haja uma belíssima apresentação, o co-regente da Bamare destacou que os participantes não ganham prêmios em dinheiro, apenas títulos e reconhecimento ao competirem em campeonatos de associações de ligas e fanfarras.

“Já participei muito, desde os meus 12 anos. Já tenho títulos, principalmente com a Bamare, como vice-campeão em 2018, e campeão em Santo Amaro. Com esse reconhecimento no desfile de 7 de setembro, a gente fica muito feliz, dá aquele gás, aquele incentivo para a gente avançar mais e depois buscar mais conhecimento para obter títulos em outros campeonatos”, pontuou.

O estudante Ricardo Renan de Jesus dos Santos, de 20 anos de idade, que cursa o 1º ano do Curso Técnico do Ceep, também participa da Banda Marcial Recomeçar. Ele iniciou por influência do irmão, que já tocava no grupo.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Entrei no final de 2019 e estou até hoje. Entrei primeiramente pelo meu irmão, que ele já tocava e como ele é um exemplo para a família, aí eu comecei a querer também e como a Bamare e o Giorgina abriram essa oportunidade, a gente abraçou e está aqui até hoje. Eu toco um instrumento sousafone, também conhecido como tuba, que fica na linha de frente e traz a harmonia da banda”, relatou.

O estudante acredita que no início foi desafiador aprender a tocar um instrumento. Tentou primeiro com o trombone, que é instrumento do irmão, mas não deu certo e depois se encontrou no sousafone, por sugestão do professor. “Hoje eu não me vejo fora da fanfarra, é que nem uma família e significa muito”, destacou.

O coordenador da banda, Marcus Bittencourt, contou ao Acorda Cidade que a fanfarra do colégio foi criada no dia 5 de maio de 2018. Inicialmente, a banda atendia a uma grande parte da comunidade, mas foi preciso fazer um trabalho de renovação para perpetuar a banda, e hoje, 80% dos participantes é de alunos da rede estadual.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Com o passar do tempo, ao participar do Campeonato de Bandas e Fanfarras da Bahia, foi mudando de categoria e aí fomos inserindo os instrumentos profissionais. Fomos transformando o nível da banda, a técnica, e hoje os meninos conseguem ler partitura, a banda hoje tem um nível musical mais elevado e se profissionalizou. Não é mais a mesma de 30 anos atrás, com um som mais agressivo, e hoje se parece mais com uma orquestra”, informou.

Na opinião dele e para o corpo estudantil, a banda significa a renovação da escola pública, o protagonismo do alunado inserido no contexto da educação.

“Hoje a música faz parte do currículo da escola, e para o aluno, a fanfarra significa eles estarem também aprendendo uma profissão de músico. E a importância do destaque recebido no 7 de setembro é com certeza a consolidação da banda em nossa cidade, porque Feira de Santana merece realmente grandes apresentações. Nós nos preparamos durante esses quase dois anos para retornar ao desfile e ao campeonato de bandas e fanfarras, e com certeza quando a gente viu o público feliz por ver a banda marcial na avenida. Aquilo consolida todo o nosso trabalho, nosso esforço, e a gente ficou agradecido por ter tido uma repercussão positiva na população feirense”, salientou Marcus Bittencourt.

Ainda de acordo com o coordenador, o objetivo do grupo é fortalecer a banda, para que tenham um crescimento brilhante, contemplando novos alunos.

“Nos sentimentos gratos pelo reconhecimento, muito felizes, os alunos ficaram encantados, porque para muitos aquele momento foi um momento de consagração por todo o esforço. Nós queremos ser campeões baianos, representando a nossa querida Feira de Santana, e que esse projeto alcance mais pessoas, mais crianças, pois já tivemos grandes bandas em Feira de Santana, e hoje infelizmente temos apenas essa e algumas que estão surgindo. Nós queremos que esse trabalho cresça e que mais alunos sejam contemplados”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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