Em fevereiro deste ano, a Prefeitura Municipal de Feira de Santana interditou a Lagoa do Geladinho, situada do Parque Radialista Erivaldo Cerqueira, bairro Baraúnas. A motivação foi causada pela presença do vibrião colérico, bactéria causadora da cólera, nas águas da lagoa e possível contaminação dos peixes que habitam no local.
Já no mês de abril, o Comitê de Enfrentamento e Ações de Combate à Cólera esteve reunido para atualização da investigação e análise dos resultados de amostras realizadas.
O laudo enviado pela Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz, no Rio de Janeiro, detectou que o vibrião colérico não tem potencial para liberar a endotoxina capaz de causar a cólera. Sendo assim, não há risco de desenvolvimento da forma grave da doença, que pode gerar choque hemorrágico e convulsões.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista Melissa Falcão informou que mesmo não sendo detectado o tipo que causa a cólera, foi percebido um índice de contaminação por outras bactérias.
“Foi identificado vibrião colérico na lagoa, mas após análise da Fiocruz, mostrou-se que esse tipo de que foi identificado, não é o tipo que causa a cólera, não causa risco à saúde, mas apesar de não ter detectado o causador da cólera, foi percebido o índice de contaminação muito grande por outras bactérias também levando a risco à população”, afirmou.
Para Melissa Falcão, esse caso que foi registrado em Feira de Santana, serve como exemplo para que a população possa preservar o meio ambiente.
“Cólera é uma doença que causa uma diarreia aguda que é muito comum em países subdesenvolvidos, quanto mais pobre o local, quanto menor o saneamento básico, maior o risco desta doença acontecer na população. Não temos cólera no país há muitos e muitos anos e eu espero que isso continue, mas este episódio da lagoa, chama atenção para a população que o meio ambiente é a nossa casa, nós precisamos interagir com o meio ambiente Se a gente não sabe utilizar, se a gente contamina, joga lixo, joga esgoto, essa repercussão vai vir para nós mesmo, vai surgindo doenças e colocando riscos, matando os peixes que convivem no local, colocando as crianças que ficam ali na parte ribeirinha ao redor daquela água também em risco, pessoas que lavam roupas, então temos que cuidar do nosso meio ambiente”, destacou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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