Os números de ocorrências de violência contra a mulher registrados na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) têm revelado um aumento de casos em Feira de Santana. De acordo com a delegada Clécia Vasconcelos, titular da Deam, a credibilidade do trabalho feito pela rede de proteção em Feira de Santana tem gerado confiança nas vítimas em oficializar os registros. Contudo, ela também destaca que existem outros fatores para explicar este aumento, como, por exemplo, o aumento do consumo de drogas por parte dos parceiros das vítimas.
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“Cerca de 80% dos relatos aqui na delegacia, as mulheres informam que o agressor faz uso de entorpecentes”, informou ao portal a delegada Acorda Cidade. Ela destacou também o trabalho realizado pela polícia na efetuação de prisões, especialmente em flagrante.
“Os policiais da Deam efetuam muitas prisões em flagrante. A mulher chega, relata o caso que acabou de acontecer e os policiais vão em busca do indivíduo para efetuar a prisão em flagrante. Também registramos muitas prisões por descumprimento de medida protetiva e prisão preventiva”.
Outro tipo de crime contra a mulher, destacado pela delegada, é o crime de estupro. Ela explica que existem duas situações: quando o agressor não é conhecido da vítima, e os casos em que o crime é praticado pelo próprio companheiro ou amigo.
“Muitos relatos trazem que as mulheres estão sendo violentadas por amigos, colegas, companheiros e muitas vezes envolve bebida. As mulheres saem, fazem uso da bebida e depois percebem que houve uma violência. Nesse caso, a mulher estava em situação de vulnerabilidade”, explicou.
Clécia disse ainda que na maioria das vezes o agressor alega inocência e a desculpa é quase sempre a mesma: de que foi com o consentimento da mulher.
Medida protetiva
A delegada Clécia Vasconcelos destacou que a medida protetiva deve ser solicitada pela mulher para assegurar que ela tenha e mantenha a integridade física. A mulher pode requerer ao juízo a medida protetiva e o homem tem que cumprir o que for determinado pelo juiz.
“A determinação do juiz pode ser de manter certa distância da mulher e de seus familiares, de não manter nenhum tipo de contato, de pagar uma pensão alimentícia, de determinar a saída de casa. Se o homem descumprir, ele pode ser preso em flagrante. Para a mulher solicitar uma medida protetiva, ela não precisa necessariamente prestar uma queixa, pois a medida protetiva é para reestabelecer imediatamente a tranquilidade dessa mulher para que ela siga a vida”, explicou.
Mudança de endereço da Deam
A Delegacia da Mulher de Feira de Santana vai mudar de endereço. Sairá da Avenida Maria Quitéria e irá para o Complexo Policial Investigador Bandeira, no Conjunto Jomafa. A delegada Clécia Vasconcelos informou ao Acorda Cidade que essa mudança deve ocorrer em breve, mas não disse a data. Segundo ela, no Jomafa a delegacia terá mais estrutura com sala de oitiva qualificada, além de ficar próximo ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), local onde as mulheres vítimas de violência fazem a realização de exames.
“Esse com certeza será nosso maior ganho, pois com a distância atual da Deam para o DPT, as mulheres precisam fazer esse descolamento, muitas deixam para o outro dia e acabam desistindo”, ressaltou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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