Um fenômeno que tem sido observado nas ruas de Feira de Santana é a grande quantidade de imóveis com placas de “Aluga-se” e “Vende-se” espalhadas pelos bairros. Essa expansão evidente de imóveis disponíveis tem sido percebido também pelo presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana, Marco Silva.
Segundo Marco, esse aumento no número de imóveis disponíveis para locação e venda não é exclusivo de Feira de Santana, mas reflete um movimento presente em grandes cidades brasileiras. Confira abaixo três principais fatores que justificam esse cenário.
1. Segurança e a busca por condomínios
Um dos principais motivos para esse fenômeno é a crescente preocupação com a segurança. Muitos proprietários estão deixando casas em ruas abertas para se mudar para condomínios fechados, onde se sentem mais protegidos. “É uma questão que precisamos reverter. A segurança deveria permitir que as pessoas escolhessem morar em casas de rua ou condomínios por razões de estilo de vida, e não por medo”, argumenta Marco Silva.
2. Crescimento comercial fora do centro
Outro fator relevante é a migração das atividades comerciais para fora do centro da cidade, ocupando bairros e avenidas principais. Muitos proprietários enxergaram nisso uma oportunidade de transformar suas casas em imóveis comerciais, seja reformando-as ou demolindo-as para construir galpões. Esse movimento acabou criando um desequilíbrio entre oferta e demanda, resultando em um aumento expressivo de imóveis disponíveis.
“Com o crescimento das atividades comerciais saindo também do centro, indo para os bairros, indo para as principais artérias, muitas pessoas que moravam nessas casas entenderam que isso poderia ser uma boa fonte de renda. Então, muita gente reformou ou derrubou casas e transformou em galpão comercial. E eu acho que isso estamos em uma época de transição. A gente está tendo um desequilíbrio com certeza com uma oferta maior do que a demanda e o mercado não está conseguindo absorver a quantidade de imóveis que surgem para alugar, mas como a vida é um algoritmo perfeito ou seja busca sempre o equilíbrio, eu acredito que esse equilíbrio vai se projetar pela redução dos preços de aluguel”, explicou.
Ao Acorda Cidade, Marco Silva frisou que o mercado encontrará um novo equilíbrio em breve.
“Os preços dos aluguéis já estão caindo, com descontos de até 40% em algumas regiões, devido a oferta ser muito grande. O próprio mercado se ajusta. Feira de Santana é uma cidade muito dinâmica comercialmente. E com certeza tudo isso vai estar ocupado, vai ter um giro normal. Mas Feira de Santana vai continuar crescendo. Você caminha nos bairros, vê o potencial, vê mais do que o potencial, vê já a realidade dos bairros com comércio pulsante. Feira de Santana e seu comércio são realmente fantásticos e eu acho que isso está se caminhando bem para ter esse equilíbrio também no mercado imobiliário”, afirmou.
3. Influência do comércio eletrônico
A expansão do comércio eletrônico também tem impactado o setor imobiliário, reduzindo a necessidade de espaços físicos para lojas tradicionais. Contudo, Marco Silva acredita que o comércio de rua continuará forte, desde que se adapte às novas exigências do consumidor.
“As lojas estão mais qualificadas, as equipes estão mais treinadas, porque as pessoas aprenderam que a compra tem que ser principalmente uma boa experiência de consumo. Aquela coisa de comprar e simplesmente entregar não pode mais acontecer, o cliente não aceita mais isso, ele tem um poder na mão, ele tem um poder de decisão na mão dele, por meio de um smartphone, um celular, que ele consulta os preço e sabe de tudo as características do produto que ele quer”, descreveu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram