A tradição e cultura dos tropeiros que marcaram o início da história de Feira de Santana ganharão destaque na cidade com a realização da primeira cavalgada urbana.
A I Cavalgada Princesa do Sertão será realizada no próximo domingo, dia 3 de dezembro, no Parque Coliseu do Sertão, em Feira de Santana, e deverá ser considerada a maior do Brasil. O evento está sendo organizado pela Associação dos Organizadores de Cavalgadas, Missa de Vaqueiros e Festejos Equestres de Feira de Santana, com o apoio do Governo do Estado através da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Sufotur), e do deputado federal Zé Neto.
Atrações
As informações sobre a festa foram passadas nesta segunda-feira (27) no “Esquenta” do evento para a imprensa e convidados, realizado na Cidade da Cultura, no Conjunto João Paulo. Na ocasião foi oficializado também o retorno da tradicional Corrida de Jegue da cidade, criada há mais de 40 anos pelo decano do rádio feirense Silvério Silva, e que estava suspensa desde 2009 por falta de apoio.
Ao Acorda Cidade o deputado Zé Neto anunciou alguma das atrações como Adelmário Coelho, 100 Parêa, Arreio de Ouro, Sela Vaqueira, Moisés Almeida, Regy Vaqueiro, Rô da Vaquejada, Vanessa Porto, Beto Filho e Rena Boy , além de locutores de cavalgadas conhecidos na região como Léo Lima e Tarcísio Fonseca (veja a programação completa no final da reportagem).
Ele informou que o investimento por meio de seu mandato é de R$ 200 mil, além do governo do estado que ainda não anunciou o valor a ser investido.
“Eu tinha me comprometido que ia colocar mais R$ 100 mil para fazer a instalação do som, comprar banheiros químicos, comprar palcos todos, para a gente facilitar a vida do grupo de cavalgadas e fazer uma grande festa. Dia 3 de dezembro, essa festa, eu não tenho dúvidas, vai marcar um momento importante para fixar a cultura do cavalo em Feira de Santana com a dimensão que ela merece. Estamos aqui com o governo do estado e com a emenda do mandato, contribuindo para que a cultura, que a economia, que é atendimento social, que é acolhimento e que acima de tudo é esse astral maravilhoso que as cavalgadas trazem para a nossa cidade”, destacou.
Neste ano ocorreram eventos como o Canta Bahia, Encontro de Motociclistas, Carros Antigos, de Ciclismo e o Campeonato Internacional de Tênis, que foram lembrados pelo deputado como eventos que movimentam a cidade.
“Lá no passado, com o Zé Falcão, a gente tinha uma cidade que tinha muitos eventos, porque são importantes. Trazem economia, trazem dinheiro, trazem cultura, trazem alto astral. Hoje eu estive lá no Centro de Convenções para exatamente ver de perto o projeto para a gente facilitar ali naquele projeto externo do Centro de Convenções as condições necessárias para que a gente tenha um espaço de eventos adequado, vamos chamar a prefeitura para conversar para ver o que a gente pode fazer de intervenção lá no Parque da Exposição, o governo do Estado investiu na Micareta, e nesses eventos todos que eu falei e isso tudo tem trazido para a cidade importantes recursos, tanto da parte financeira como da parte cultural”, declarou.
O evento
Um dos organizadores do evento, Jucimário Vitório, mais conhecido como Mário do Gás, destacou em entrevista ao Acorda Cidade o propósito de resgatar e manter viva essa parte importante da identidade local.
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“A gente está resgatando e mantendo nossa cultura. Feira de Santana tem o maior plantel de cavalos embalados da Bahia, o segundo maior do Brasil, muitas pessoas não sabem disso, e se for contado e pastado de tudo, é o maior do Brasil. Feira de Santana começou toda sua história com tropeiros, tem o Campo do Gado, que tem uma comercialização forte de animais, então, não se resume só em um montado de cavalo, só em uma cavalgada”, disse.
Além do resgate cultural, a cavalgada promete aquecer a economia local. A expectativa é de que a presença de participantes e espectadores movimente não apenas o setor de eventos, mas também gere impactos positivos em áreas como hospedagem, comércio de roupas, sapatos, além de beneficiar ambulantes e profissionais das selarias.
“A gente está trazendo cultura, fonte de renda para as pessoas. Haverá pessoas nos hotéis e pousadas de Feira de Santana, haverá pessoas nas lojas comprando roupas, sapatos, renda para os ambulantes, para o pessoal das selarias, do som. Eu vejo muitas cavalgadas nos distritos, nos povoados, mas não tem a sua cavalgada dentro da cidade”, afirmou.
Por que não será realizado do Parque de Exposições?
A escolha do local também foi estratégica. Embora inicialmente tenha sido planejada para o Parque da Exposição João Martins da Silva, que tem uma história rica em eventos ligados à cultura do cavalo, o Coliseu do Sertão foi a alternativa escolhida. O espaço oferece infraestrutura adequada, com áreas específicas para os cavalos, dança e estacionamento.
“Nós tínhamos vontade de realizar este evento dentro do Parque da Exposição João Martins da Silva que é a tradição da cultura do cavalo em Feira de Santana, lá eram realizados os grandes leilões, concursos de marcha, essas coisas todas. Mas, infelizmente, não está em condições de realizar esse evento. Por isso procurei o Coliseu do Sertão, que é um espaço maravilhoso, tem lugar para cavalo, lugar para o pessoal dançar, lugar para estacionamento”, informou Mário ao Acorda Cidade.
Programação
Segundo o organizador, o evento terá início com a corrida de Jegue de Silvério Silva às 10h da manhã, com concentração no campo de futebol próximo ao Boulevard. O percurso já foi definido, e todas as medidas necessárias, incluindo a colaboração da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), ambulâncias e Polícia Rodoviária Federal (PRF), já foram providenciadas. Ao meio-dia inicia a programação musical no palco.
Ao contrário das vaquejadas que demandam inscrições, o evento em Feira de Santana segue uma dinâmica aberta.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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