Laiane Cruz
O Hospital Dom Pedro de Alcântara, que é administrado pela Santa Casa de Misericórdia, está passando por uma reestruturação em sua Unidade de Tratamento Intesivo (UTI) e leitos cirúrgicos de enfermaria.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
De acordo com o diretora da Santa Casa de Misericórdia, Sandra Peggy, há 49 anos que a unidade cirúrgica não passa por reformas.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“É um momento mágico, de emoção, essa requalificação de todos os leitos da unidade cirúrgica da Santa Casa. A última requalificação que tinha acontecido foi há 49 anos e agora será uma nova unidade cirúrgica. Então é motivo de muito orgulho, porque a gente tem tentado melhorar a cada dia mais as nossas instalações para prestar um serviço de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e demais convênios particulares.”
De acordo com ela, existe uma dificuldade na manutenção de leitos na parte dos hospitais filantrópicos, que representam mais de 54% dos atendimentos do SUS no Brasil e na Bahia não é diferente. “Então em sua maioria são deficitários. E como o nosso lucro tem que ser lucro social, a gente tenta atender a saúde suplementar e ou particulares, para que a gente consiga ou tente minimizar os déficits.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
O diretor do HDPA, Edval Gomes, ressaltou que a enfermaria cirúrgica do Hospital Dom Pedro tem servido mais de 90% para atendimento do SUS.
“Fizemos uma ampla reforma, e estamos entregando hoje 27 leitos em funcionamento, em uma unidade com tudo de primeira qualidade, macas novas, espaços climatizados, banheiros novos, poltronas para os acompanhantes, então um equipamento de primeira qualidade para atender bem os usuários de Feira de Santana. E vamos conectar a unidade à nossa capela pra quem for católico e quiser durante a sua internação assistir a uma missa. Colocamos televisões em todos os quartos e som ambiente para que a estadia seja a melhor possível.”
Segundo Edval Gomes foram investidos na reforma da enfermaria cirúrgica aproximadamente 2 milhões de reais.
“A gente requalificou a enfermaria, que era antiga e já tinha mais de quatro décadas sem nenhuma reforma. Fizemos uma reforma e vamos manter o que já fazíamos, a quantidade de leitos. Gostaria que no futuro a gente criasse mais 40, 60, 80 leitos, o hospital é grande, e que possamos criar mais duas enfermarias. O que a gente precisa é do apoio de todos, pra que a gente tenha o investimento da classe política, os órgãos públicos, e também as instituições de financiamento, para que a gente possa ampliar cada vez mais os atendimentos do SUS.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
O assessor jurídico do HDPA, Evandro Alves, também falou sobre a reestruturação da unidade de terapia intensiva.
“Essa estrutura foi construída pensando nos pacientes pós-cirúrgicos e também nos pacientes demandados pelo município. Conta com 12 leitos, sendo 10 ativos e dois leitos de backup. É uma estrutura moderna , com investimento de mais de R$ 3 milhões, e inclui o que há de mais moderno na área de UTI. Nós temos um sistema interno de ar, o controle por leito de gases, então posso dizer com segurança que é uma das unidades mais modernas de Feira de Santana”, explicou.
Ele afirmou que também foi assinado um convênio com a Caixa Econômica Federal, no valor de 1 milhão e 335 mil reais, que será revertido na aquisição de painéis solares para tornar o hospital mais sustentável do ponto de vista da energia elétrica. “Todos os equipamentos já estão dentro da UTI, faltam apenas os monitores e acredito que dentro de 20 a 30 dias essa UTI estará funcionando com 100% da sua capacidade.”
Defasagem do SUS
O assessor jurídico destacou ainda que a tabela do SUS há muitos anos não tem nenhum reajuste e encontra-se em defasagem. Diante disso, é preciso buscar outros recursos para se manter o hospital funcionando.
“Temos aí um aumento de mais de 400% no custo de luvas, então para se manter uma Santa Casa temos que buscar meios alternativos como energia solar, economia de água, reduzir custos para continuar atendendo. A gente recebe R$ 8 por diária de um acompanhante e gasta em média R$ 60. Então temos que buscar financiamentos, doações, e é disso que a Santa Casa sobrevive. Por um cateterismo hoje nós recebemos R$ 614 enquanto algumas estruturas privadas e alguns planos chegam a pagar mais de R$ 5 mil pelo mesmo procedimento. Então às vezes o custo do procedimento não cobre o serviço médico. A gente assume esse prejuízo”, relatou.
Ele disse também que atualmente todos os contratos celebrados pela Santa Casa estão passando por reformulação.
“Nós temos vários serviços prestados por terceiros e cada um tem uma repactação prevista, então estamos discutindo todos os contratos, a exemplo da Unicárdio, numa expectativa de renovação. Todos os contratos estão passando por reestruturação independente do seu vencimento.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.