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O número de atendimentos a adolescentes no Hospital Inácia Pinto dos Santos, o Hospital da Mulher, aumentou 63% em 2019. Em 2018 o Hospital da Mulher atendeu 461 adolescentes entre 12 e 18 anos. No ano passado, nesta mesma faixa etária, foram registrados 753, sendo que 97 atendimentos foram prestados à adolescentes com as idades entre 13 e 15 anos.
Diante destes números, a conscientização dos riscos da gravidez na adolescência é um dos temas mais trabalhados pelo Serviço de Planejamento Familiar Ambulatorial do Hospital da Mulher. O setor atua com o objetivo de auxiliar a mulher na chegada dos filhos e garantir para adultos, jovens e adolescentes uma vida sexual sem culpa e sem riscos à saúde. Agora o serviço também é ofertado para as mães da Casa da Puérpera e Mãe Canguru.
Com recursos próprios, o Governo Municipal investiu 354.475,00 mil reais na aquisição de dois tipos de contraceptivos de longa duração e que ainda não são ofertados pelo SUS ( Sistema Único de Saúde): o Implante e o DIU Mirena. O Serviço de Planejamento Familiar foi implantado em 2019, pelo prefeito Colbert Martins Filho, e vem garantindo acesso gratuito desses contraceptivos para pacientes de Feira de Santana que tenham parido no Hospital da Mulher.
Cerca de 30 mulheres são assistidas pelo serviço todas às sextas-feiras, dia em que é feito o atendimento. O acompanhamento às pacientes é feito pela equipe médica do Serviço de Planejamento Familiar, coordenada por dr. Francisco Paulo Cerqueira Mota, coordenador da Residência Médica do HIPS e Preceptor do Planejamento Familiar.
O prefeito Colbert Martins, médico por formação, disse que o Serviço de Planejamento Familiar é de suma importância na redução dos índices da prematuridade. “A gravidez na adolescência pode transformar um momento vital em crise e também oferecer riscos às adolescentes, aos recém-nascidos, às famílias e também para a sociedade. Orientar é preciso e isso vem sendo feito pela equipe do Hospital da Mulher”, destaca Colbert.
De acordo a presidente da Fundação Hospitalar, Gilberte Lucas, o Governo vem cumprindo seu papel em relação a orientação e assistência necessária. "Com recursos próprios do município, os contraceptivos vêm sendo ofertados para as pacientes, ao tempo que mostramos para elas os riscos da gravidez na adolescência para as mães e para os bebês,e por conseguinte, os riscos da Prematuridade. Além de conscientizar essas mães da importância e segurança do parto normal que é o parto indicado, no HIPS que é referência em parto humanizado".
Anualmente cerca de 18% dos brasileiros nascidos são filhos de mães adolescentes. Em números absolutos isso representa 400 mil casos por ano. No mundo, por ano, são aproximadamente 16 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos; e 2 milhões de adolescentes menores de 15 anos. O risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos. Segundo o relatório apresentado em 2018 pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 10 e 19 anos, é uma época de várias descobertas. O pico nos níveis hormonais, por exemplo, pode levar ao início da vida sexual, que pode acontecer de forma desprotegida. Com isso, observa-se o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, além da gravidez indesejada nessa faixa etária.