Preconceito

Homofobia: População LGBTQIA+ busca espaço na sociedade contra a discriminação de orientação sexual

No dia de ontem (17), foi comemorado o Dia Internacional de Combate à Homofobia, e em Feira de Santana, existe o grupo Grude (Grupo de Respeito e União pela Diversidade).

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foi no ano de 1990, que a população LGBTQIA+ deu um passo importante com o final da classificação da homossexualidade como doença, de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a saúde.

Mesmo com este avanço, a luta contra o preconceito e a violência, além da garantia dos direitos humanos e diversidade sexual, segue a todo momento, devido ao grande número de discriminação.

No dia de ontem (17), foi comemorado o Dia Internacional de Combate à Homofobia, e em Feira de Santana, existe o grupo Grude (Grupo de Respeito e União pela Diversidade).

Luciano Santos do Nascimento, é um dos coordenadores do Grude. Ao Acorda Cidade, ele contou que o grupo foi criado no ano de 2020, com o objetivo de realizar ações sociais, não somente em campanhas contra a homofobia, mas também contra o racismo.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O Grude é um coletivo de pessoas que surgiu no ano de 2020, e a gente vem pensando em ações sociais, ações de combate contra o racismo, contra o LGBTQIA+ e aqui estamos em parceria com outros grupos também. Então estamos aí trabalhando junto com a população trans, travesti, homens trans, negros e negras, neste objetivo de combater os preconceitos. Acho que aqui no Brasil, Feira de Santana não fica atrás, existe uma onda de conservadorismo, de preconceitos velados. A gente até sabe que muitos homossexuais, transexuais, até já atingiram grandes pontos na mídia, estão em cargos, porém até que estas pessoas chegassem onde estão, muitas outras já morreram. O Brasil é o país que mais assassina pessoas da comunidade LGBTQIA+, principalmente se forem negras”, afirmou.

De acordo com Luciano Santos, o grupo ainda enfrenta muitas dificuldades, principalmente quando o assunto é empregabilidade.

“A OMS usa o 17 de maio para tirar a homossexualidade como uma possível doença, mas é importante que a gente sempre possa debater este assunto, e precisamos debater todos os dias. Nós enfrentamos batalhas todos os dias, principalmente na empregabilidade, educação nas escolas que não abrangem o tema do LGBTQIA+, então estamos sempre vulneráveis, e aqui na cidade, nós estamos vendo o grande número de mulheres trans se prostituindo, então o Grude vem com essa ideia, este projeto de querer ajudar de várias formas”, explicou.

Atuando junto com o grupo Grude, a Secretaria Municipal Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres, através do setor de divisão de promoção das grandes minorias, acolhe o público LGBTQIA+ que sofre com a discriminação.

Ao Acorda Cidade, o coordenador do setor, Fábio Ribeiro, contou que alguns dos serviços prestados pelo órgão, é disponibilizar o atendimento jurídico e de serviço social.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A gente tem algum serviços como orientação jurídica, serviço social, psicologia os quais estão disponíveis para as pessoas homossexuais, lésbicas, travestis e que necessitam desse apoio. Então a gente dá esta assistência com orientação jurídica, um apoio às pessoas que querem fazer a mudança do registro do nome, se por acaso tiverem passando por algum processo de problema mental ou depressão, ansiedade, algum sofrimento causado pelo preconceito, pela discriminação, a gente encaminha essas pessoas através de uma orientação psicológica, a gente procura dar um maior encaminhamento possível e aí, é um trabalho em parceria com a Secretaria de Saúde, entre os Caps e outras instituições, as quais a gente procura orientar e encaminhá-las para que tenham uma melhor orientação de como se relacionarem e combaterem este preconceito”, enfatizou.

De acordo com o coordenador, é possível identificar que em Feira de Santana, muitas conquistas do grupo LGBTQUIA+, são interrompidas por conta da discriminação.

“A gente tem uma secretaria, a gente tem um órgão que trabalha com isso, mas a gente ainda enfrenta alguns problemas no poder legislativo, porque temos legisladores que tentam ir contra o direito de determinadas pessoas, vão contra o direito do LGBT. Então às vezes, a gente não alcança por conta desses legisladores que ainda dificultam o trabalho que a gestão tenta fazer. São pessoas que estão morrendo, pessoas que estão se suicidado, pessoas que estão adoecendo por conta do preconceito, por conta da discriminação e a gente tem dentro do legislativo e dentro da própria sociedade, pessoas que a gente chama de fundamentalistas, e que impedem que essas pessoas tenham acesso ao direito. Então muitas vezes a gente tem o direito de casar, de mudar o nome, mas ainda tem pessoas na sociedade que tentam e continuam indo contra esse direito”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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