Feira de Santana

Homem desabafa sobre situação de família com 11 infectados com covid-19

Ele relatou ao Acorda Cidade que encontrou muita dificuldade para ter assistência da Secretaria Municipal de Saúde, inclusive, tendo que pagar o exame para detectar o coronavírus do próprio bolso.

Daniela Cardoso

Com 11 membros da família infectados pela covid-19, um homem de Feira de Santana, que não quis se identificar, passou por muitos momentos de dificuldade para conseguir cuidar de todos os infectados e ter assistência médica. Ele relatou ao Acorda Cidade que encontrou muita dificuldade para ter assistência da Secretaria Municipal de Saúde, inclusive, tendo que pagar o exame para detectar o coronavírus do próprio bolso.

“De duas semanas pra cá estou cuidando da minha família na casa da minha mãe, onde 11 pessoas estão infectadas com covid-19 e foi uma luta atrás da secretaria de saúde pra fazer exame. O primeiro a ser contaminado foi meu irmão e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) não atendia, pois pra atender tem que estar passando muito mal. Fomos atrás da secretaria de saúde, mas não conseguimos fazer o exame de covid. Desesperados, conseguimos o dinheiro e fizemos particular. Deu positivo e desse dia em diante cada pessoa foi adoecendo, foram 11 pessoas, inclusive minha mãe de 73 anos de idade. Não tivemos apoio da prefeitura, a gente ligava pra secretaria de saúde o dia todo e ninguém atendia, ligava para vários números e não conseguia falar com ninguém”, afirmou.

Segundo ele, após várias tentativas, outros membros da família conseguiram fazer o teste rápido através da secretaria de Saúde, porém o resultado deu negativo. Ele diz que os próprios familiares pediram que o teste fosse refeito, já que o teste rápido não é 100% eficaz, e só depois de muita insistência, conseguiram o exame PCR, que tem o diagnóstico mais preciso.

Além da falta de assistência médica, ele ainda relatou mais uma dificuldade: a financeira, já que vários membros da família estavam infectados e precisaram ficar em isolamento domiciliar. Ele reclama da falta de apoio da prefeitura, que nem mesmo remédios, para aliviar os sintomas da covid-19, disponibilizou.

“Foi muita dor, a gente não teve apoio, foi muita luta, muita humilhação. Todos os municípios receberam verbas para cuidar das pessoas contaminadas, a gente fez o teste, deu positivo, eles mandaram a gente ir pra casa se isolar, só que na casa foram 11 pessoas e eles não deram nem um medicamento. Procurei uma enfermeira amiga, que mora na Paraíba, e ela me mandou um protocolo de saúde de lá, onde todo mundo positivo já recebe um kit com remédios que podem evitar fazer com que a pessoa fique mal e tenha que ser internada com urgência e chegue a morte. As vezes o teste dá positivo e a pessoa não tem nem como se alimentar em casa. Prefeito olhe para o povo, o senhor é médico, entende de saúde”, apelou.

Em entrevista coletiva online, a secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas afirmou que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão atendendo todas as pessoas que chegarem com sintomas leves, que queiram informações e orientações sobre o coronavírus. Segundo ela, são 120 equipes de saúde da família e 11 unidades básicas e todas foram capacitadas para atender e explicar a população.

“Entendemos que o primeiro caminho da população é a unidade básica, depois disso, temos a nossa rede de sete policlínicas, duas UPAs e também, além de atender as demais doenças, estão atendendo pessoas suspeitas ou pessoas com o quadro de coronavírus até serem transferidos para uma unidade de internação, então tudo está muito bem monitorado e acompanhado pelo prefeito, pelo comitê para que tudo atue exatamente no tempo que estava projetado da doença pelos seus dados.”

O prefeito Colbert Martins da Silva Filho também falou sobre o atendimento na rede municipal de saúde. Segundo ele, existe atendimento em todos os bairros e distritos de Feira de Santana com equipes prontas para atender e orientar as pessoas.

“Temos essa nossa rede que funciona e não apenas querer colocar tudo em um lugar só, fazer um centro para ter aquela fila enorme de pessoas, não é bem assim. Queremos descentralizar o atendimento e na triagem, aí sim, iremos encaminhar para os lugares mais adequados.”
 

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