O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), maior unidade pública hospitalar de alta complexidade do interior da Bahia, registrou um expressivo crescimento no número de atendimentos emergenciais nos últimos anos.
De acordo com a diretora geral da unidade, Cristiana França, os atendimentos emergenciais subiram de 16.554 em 2023 para 19.267 até outubro de 2024, um aumento de cerca de 16%.
O aumento populacional, o envelhecimento da população e a perda de acesso de muitas pessoas a planos de saúde são alguns fatores que contribuíram para o crescimento.
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Durante entrevista ao Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News 102.1 FM, a diretora também destacou o impacto de acidentes de trânsito e doenças sazonais, além da confiança dos pacientes na qualidade do atendimento do hospital como fundamentais para o aumento da demanda hospitalar.
Para atender à demanda crescente, o HGCA implementou melhorias em sua estrutura física e organizacional, ampliando salas e aumentando leitos.
“Nós aumentamos a estrutura. A sala em que a gente atendia ortotrauma, que era apenas com cinco leitos, nós aumentamos para 15. Hoje, nós temos 420 leitos, saímos de 250 leitos quando assumi a gestão, em março de 2023”, declarou França.
Segundo a diretora, as medidas estratégicas foram tomadas para melhorar a qualidade do atendimento, incluindo a ampliação da equipe médica e a implementação de médicos horizontais, que acompanham o mesmo paciente durante toda a internação, o que traz mais eficiência no diagnóstico e tratamento.
Cristiana França pontuou as diferenças entre as salas vermelha e amarela no atendimento emergencial da unidade, que comporta alas masculinas e femininas. “A sala vermelha é aquela sala em que o paciente chega com risco iminente de morte. Temos lá oito leitos, com uma equipe totalmente qualificada, é aquela equipe que faz com que o paciente não morra. O paciente, quando tem risco maior, mas está mais compensado, vai para o que a gente chama de salas amarelas”, explicou.
Referência no tratamento de AVC
O HGCA é referência no atendimento a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto. A unidade é reconhecida nacionalmente pela excelência na área, sendo premiada recentemente com o Prêmio Diamond, concedido pela Associação Mundial de AVC.
Todos os profissionais são treinados para identificar casos de AVC desde a chegada do paciente, o que é fundamental para salvar vidas.
“O Clériston Andrade é o hospital mais bem preparado do estado e do país para o atendimento de pacientes em agudização do AVC. Recebemos esse prêmio regularmente”, pontuou.
A diretora reforçou a importância da população buscar unidades de menor complexidade, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Policlínicas, antes de procurar o HGCA, que é uma unidade de alta complexidade. Entretanto, em casos de emergência, como acidentes graves, infartos e AVCs agudos, o hospital está preparado para atender rapidamente e evitar óbitos.
“Quando o paciente chega na porta do Clériston, o maqueiro, que é o primeiro profissional que o pega, sabe identificar se o paciente está com AVC ou não. Então isso é importante. E aí todos os outros profissionais seguem o atendimento. Se o paciente está agudo, ele deve ser encaminhado para o Clériston, assim como no caso de infartos”, alertou.
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Centro de Endoscopia
A unidade também se destaca pelo Centro de Endoscopia Digestiva do Interior (CHDI), que tem apresentado um crescimento impressionante na produção de exames. Segundo a diretora, há procedimentos que aumentaram sua realização em 200%.
“O CHDI do Clériston é o setor do estado que mais produz, provavelmente é um dos hospitais que mais produz em termos de exames, inclusive exames que não são realizados em outros locais do estado. Parabenizo a equipe e lembro que todos os indicadores do Clériston, tanto de produção quanto de qualidade, estão com um aumento significativo. Agradeço a todos os funcionários que têm ajudado a tocar essa instituição”, disse a diretora.
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, Cristiana destacou que o HGCA conta também com o ambulatório de egresso, um serviço que dá continuidade ao tratamento do paciente após a cirurgia, quando ainda necessita de cuidados especializados. Através deste recurso, já são realizados oito mil atendimentos mensais.
Ela também destacou duas cirurgias importantes oferecidas no HGCA: a de escoliose e uma cirurgia inovadora de epilepsia.
Outro aspecto importante da gestão é a valorização na formação de profissionais de saúde. A diretora frisou que o Clériston tem sido um centro de ensino e pesquisa, com mais de dois mil estudantes de 13 cursos diferentes circulando pelo hospital. Além disso, o hospital recebeu novos credenciamentos do Ministério da Educação para residência em áreas como neurocirurgia, endoscopia e anestesiologia.
“Vamos começar nossa residência multiprofissional, que envolve enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros profissionais. Agradecemos a todos e esperamos que o ano de 2025 seja de mais produção”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.
Um novo centro de ensino e pesquisa também está sendo planejado em parceria com o governo, para ser implementado na área próxima ao Hospital Especializado Lopes Rodrigues.
“O Clériston foi um hospital que abriu muitos leitos. A maioria das enfermarias está reformada, e começaremos na segunda-feira a última etapa da reforma da parte antiga do Clériston I. Toda a parte antiga está passando por reforma, incluindo as cirurgias nas enfermarias mais afastadas. Outras enfermarias estão climatizadas para que os pacientes não sintam tanto calor. Não vamos apenas reformar, mas também aumentar a estrutura”, disse.
Outro tema abordado foi a questão da ressonância magnética. A diretora esclareceu que o hospital realiza a ressonância apenas para pacientes internados e destacou a grande demanda existente.
“De 2023 para cá, aumentamos em 30% o número de ressonâncias. O Clériston Andrade não faz ressonância de pacientes que não estejam internados. Atendemos muitos pacientes com AVC, neurológicos e cardiológicos. A ressonância do Clériston atende basicamente pacientes internados, mas também atendemos ambulatórios. Quando o paciente não está internado, é mais difícil realizar a ressonância”, explicou.
Nesses casos, o paciente deve procurar a Policlínica próxima ao HGCA para entrar na lista única do governo do estado.
A diretora geral também destacou que, para casos menos graves, a primeira porta de entrada deve ser as unidades de pronto atendimento ou a atenção básica. Contudo, o que compete ao Clériston está sendo ampliado para poder atender cada vez mais a população com qualidade e eficiência.
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