Para muitas pessoas, a manhã deste sábado (23) foi dedicada aos cuidados com a saúde ocular. O Mutirão de Glaucoma, promovido pelo Hospital dos Olhos (Hcoe) em parceria com a Prefeitura de Feira de Santana, atendeu pacientes acima de 50 anos ou com diagnóstico prévio de glaucoma, doença que aumenta a pressão ocular, não tem cura e pode levar à cegueira.
Na última quinta-feira (21), o Hcoe já havia realizado um mutirão oftalmológico para atender pacientes de diversos municípios baianos. O grupo atua em parceria com o Sistema Único de Saúde (Sus) há mais de 10 anos.
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Na manhã deste sábado, a reportagem do Acorda Cidade esteve no Oftalmed, no bairro Kalilândia, para acompanhar a movimentação do evento. Segundo a organização, o Mutirão de Glaucoma pretende atender hoje até 250 pacientes. São pessoas da cidade, mas também dos municípios circunvizinhos.
Nilzete Simões, de 71 anos, veio da Fazenda Papapinto, no município de Santa Bárbara, para participar do mutirão. Diagnosticada com glaucoma e catarata, ela falou sobre os desafios enfrentados com a saúde ocular:
“Já fiz uma cirurgia de catarata, não deu certo. Tive que fazer outra, fiz, dessa vez deu certo. Porém, fiquei com sequelas, fiquei doendo, tive problemas porque furou o saco, o cantinho do olho. Tenho glaucoma também. Sinto dores, não posso virar a cabeça ligeiro. Isso é muito ruim. Estou sentindo dores constantes nos olhos e, às vezes, dores de cabeça também”.
Segundo Nilzete, os custos do tratamento são altos. Após realizar as cirurgias, ela precisa usar pelo menos três colírios para o glaucoma. “Antes, eu comprava os remédios, mas, depois que o cadastro foi aprovado, consegui pegar no posto. Isso tem me ajudado bastante porque é caro e eu não tenho condições”.
Ao completar 50 anos, o funcionário público, Márcio Bispo, entendeu a necessidade de procurar uma oftalmologista para cuidar dos olhos. Ele se preocupa com o histórico de glaucoma na família.
“Os oftalmologistas dizem que a partir dos 50 anos de idade é bom sempre ser avaliado porque o glaucoma diz que é devido à família, ao familiar. É uma doença que pode ser genética. Meu tio faleceu há mais de 4 anos. Ele tinha glaucoma no olho esquerdo. Hoje estou sentindo algumas nuvens no olho e estou com uma desconfiança. Pode ser um glaucoma”, contou ao Acorda Cidade.
Márcio também contou que chegou atrasado porque está com dificuldade de locomoção após sofrer um acidente. “Vim porque fui avisado nos Whatsapp. Cheguei agora por volta das 9h50. Cheguei um pouco atrasado porque fui atropelado tem 6 meses. Estou hoje usando platina e ferro nas pernas”.
Já o industriário aposentado, Deusdete Pinheiro, de 59 anos, aproveitou o mutirão para realizar o exame anual de prevenção. Ele foi um dos primeiros da fila.
“Graças a Deus, não estou sentindo nada, estou sempre usando o medicamento correto, uso óculos. É mais para prevenção, todo ano faço. Eu espero alcançar o melhor. A visão, sempre fazendo a manutenção correta, para ter uma saúde melhor. Cheguei aqui às 3h da manhã porque sei da dificuldade de marcar consultas e exames e tenho que aproveitar o mutirão”, declarou.
O aposentado também falou sobre a importância das pessoas se conscientizarem para prevenir a doença. “Que as pessoas se conscientizem e sempre façam seus exames anualmente, porque a nossa visão é uma coisa muito importante. Se a gente perder, infelizmente, fica muito difícil para nossas vidas”, disse.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Taíse Lima Teixeira de Oliveira, coordenadora do Projeto Glaucoma do Grupo Hcoe, dissse que o mutirão teve como objetivo atender pacientes já diagnosticados e identificar novos casos da doença.
“Hoje, estamos realizando consultas e solicitando exames. Pacientes diagnosticados serão cadastrados no programa do glaucoma, onde poderão ser acompanhados e receber colírios para o tratamento do glaucoma. O glaucoma é uma das doenças oculares que mais causam cegueira no Brasil, então, como é um evento que pouco tem, inclusive, em outras clínicas também, nós resolvemos fazer essa ação para que mais pacientes possam ter ali o diagnóstico”.
Ela também destacou a relevância do diagnóstico precoce, especialmente para pessoas com histórico familiar. É importante que as pessoas procurem o oftalmologista pelo menos um vez por ano. “Ficar atento ao seguinte, pacientes que já tem alguém na família com glaucoma, ter um cuidado maior com relação a isso porque o glaucoma também é um fator genético”.
Segundo a coordenadora, o principal exame que está sendo realizado é a medição da pressão intraocular, além de consultas com médicos que avaliam a escavação do nervo óptico e outros exames complementares para rastreio da doença.
Para os pacientes diagnosticados com glaucoma durante o mutirão, o acompanhamento será realizado a cada três meses, com a distribuição dos colírios necessários para controlar a doença e evitar sua progressão.
Taíse ainda destacou os desafios que a equipe enfrenta com os pacientes. Para ela, “o desafio mais comum é a falta de conhecimento do próprio paciente com relação à doença e a conscientização do cuidado que tem que ser feito dia a dia com relação ao uso dos colírios para o tratamento”.
Próximo mutirão
Devido à alta demanda, um novo mutirão já está programado para o dia 1º de fevereiro de 2025. Taíse orientou os interessados a acompanharem as redes sociais do Hcoe para informações sobre os próximos eventos. “No dia, basta comparecer com cópias dos documentos pessoais”, identidade com foto, CPF, comprovante de residência e cartão Sus.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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