Laiane Cruz
Após acusar uma unidade hospitalar da rede privada de Feira de Santana, por negligência médica no atendimento prestado à filha, a mãe da pequena Maria Isabel, que morreu com apenas seis meses de vida, Ana Beatriz Oliveira, ainda sofre por não saber a causa da morte da criança.
Na tarde desta sexta-feira (4), em entrevista ao Acorda Cidade, Ana Beatriz Oliveira relatou sobre a dor da perda e as idas e vindas ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade, que garantiu que o laudo da necropsia da bebê sairia em até dois meses, porém o prazo foi ultrapassado e a espera já está próxima de completar 90 dias.
“Ela faleceu no dia 19 de novembro do ano passado e a causa da morte dela ainda não foi divulgada. Ainda não sei o que causou, mas eu sei que foi negligência médica em atendimento e eu venho desde então tentando conseguir o laudo dela. O corpinho dela foi recolhido para o DPT e lá foi coletado o material para fazer a necropsia, a fim de descobrirem o que aconteceu e levou Maria a óbito. Me deram 30 dias para sair o resultado, após esse período eu fui ao DPT e eles demoraram de achar o cadastro dela e me disseram que não tinha saído o resultado ainda. Que os exames dela tinham sido levados para Salvador e que isso iria levar no máximo 60 dias”, informou Ana Beatriz.
A mãe relatou então que com 65 dias foi novamente ao DPT para verificar se o laudo já estava pronto, conforme foi informado. No entanto, segundo ela, foi mal recebida no local por uma funcionária, que alegou o documento não ficaria pronto e menos de oito meses.
“Com 65 dias fui lá novamente para pegar o laudo e fui recebida por uma funcionária que me tratou extremamente mal e disse que jamais nenhum laudo sai com menos de oito meses ou um ano. Que o laudo de Maria vai demorar entre oito meses a um ano para sair e que eu tenho que aguardar, que quando chegasse o documento iria direto para a delegacia do Sobradinho, que é a delegacia do meu bairro. Isso foi no DPT daqui de Feira de Santana. Eu entrei em contato com a delegacia, e eles me disseram que não é esse o prazo, que é de dois meses, e que era pra correr atrás e tentar até com algum político pra ver se o laudo poderia ser adiantado. Dia 19 de fevereiro vai fazer três meses que Maria morreu e não temos o resultado ainda”, lamentou sobre a situação.
Além de ter que enfrentar o transtorno de ir em busca do laudo da perícia sobre a causa da morte da filha, Ana Beatriz Oliveira se ressente por não saber o que causou essa perda. Ela revelou que não saber o motivo aumenta ainda mais o sofrimento pela falta da criança.
“A saudade é constante, é diária, a cada minuto do dia, e não saber do que minha filha morreu e ter que ficar no pé para que isso seja descoberto é muito ruim. A dor de não tê-la é muito grande, mas a dor de não saber porque perdi é maior ainda. Você fica com mil coisas na cabeça, se foi você que errou, se foram os médicos, se ela já era doente desde sempre e você não sabia, então é muita coisa que você pensa”, desabafou.
Procurado pelo Acorda Cidade, o delegado responsável pela 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, Alisson Ferreira de Carvalho, informou que o resultado da perícia sobre a causa da morte de Maria Isabel ainda não chegou à unidade, mas que iria emitir uma nota de urgência para que o DPT envie esse documento o mais brevemente possível para a delegacia.
Com informações da jornalista Maylla Nunes e do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade