
Notícia atualizada*
Por dois meses e sete dias a família do pequeno Enzo Gabriel, de 97 dias de vida, aguardou a sua regulação do Hospital da Mulher em Feira de Santana, para o Hospital Martagão Gesteira em Salvador. A regulação saiu nesta terça-feira (13), horas depois da produção desta reportagem.
No dia 2 de junho uma liminar foi expedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia determinando que o Governo do Estado realizasse em até 72 horas a regulação do bebê para uma unidade hospitalar da rede pública ou particular apta a realizar o procedimento cirúrgico necessário. A criança foi diagnosticada com estenose congênita, uma rara causa de obstrução nasal.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a avó da criança, Tâmara Santos, trabalhadora rural da cidade de Água Fria, Bahia, contou ao Acorda Cidade que o seu neto nasceu com estenose subdural de campo, fenda palatina completa e fibrose cística.
“Eu procurei a regulação, a Justiça, e até o momento não temos nenhum resultado. Já deram a liminar para que ele fosse transferido e até o momento não resolveu nada. Foi pela Defensoria Pública de Irará, porque como somos de Água Fria, só na cidade de Irará temos o Fórum e assistente social. E a cada dia que a transferência é atrasada o estado está sendo multado a R$ 8 mil a cada dia”, disse.
Conforme a avó, Enzo não está mais aceitando a sonda. “Todo mundo sabe que a sonda machuca e ele está tirando a sonda durante o dia e nós sabemos que quando é colocada novamente a sonda incomoda, até sangra. A mãe dele está preocupada e até o leite secou. Eu fico abalada porque estamos esperando a regulação, fico para cima e para baixo para tentar resolver e nada. A alimentação de Enzo está sendo por meio da sonda e quanto mais ele cresce, mais é machucado pela sonda. Sem a sonda não tem alimentação, e ninguém sabe ainda o tamanho da fissura que ele possui”, relatou.
Após o nascimento, Enzo ficou 18 dias na Unidade de terapia intensiva.
“Após ir para o berçário, com uma semana a médica otorrinolaringologista analisou que era preciso fazer a estenose subglótica, um exame para ver o tamanho da fissura. E é através desse exame que vai fazer ou não a cirurgia. Na época, quando a médica falou comigo, ela pediu a regulação para o Martagão Gesteira, mas eu não entendo o porquê até agora a vaga não saiu e não resolvem nada”, indagou.
A cirurgia de Enzo é de alto risco. “Os médicos falaram que ele precisa de uma UTI móvel tanto para sair do hospital quanto para ficar no local onde ele for fazer cirurgia”, contou a avó.
Tâmara disse ao Acorda Cidade que teme a vida do seu neto. “Será que eles estão esperando acontecer o pior para a regulação sair? Será que eles estão esperando a morte dessa criança sair para resolver?”, questionou.
Ao Acorda Cidade, a presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas, informou que o pequeno Enzo necessitava ser regulado com urgência e que a sua cirurgia é de alta complexidade.
“Ele precisa ser transferido para uma unidade de alta complexidade na área, é importante salientar que todos os dias estamos tentando a regulação, já é uma criança que era para está no leito pediátrico, tivemos que adaptar toda estrutura do leito para essa necessidade e estamos tentando a regulação diariamente. A família já entrou na justiça via Defensoria Pública e está tentando essa regulação e nós estamos reforçando”, pontuou.
Gilberte Lucas ressaltou também que Enzo não pode ir para uma enfermaria comum. “Ele é alimentado por sonda, devido a necessidade da cirurgia. A mãe dele encontra-se na unidade desde o momento do parto e a necessidade da cirurgia, ela aguarda na casa da puérpera juntamente ao bebê essa regulação”, concluiu.
*Notícia atualizada às 20h31 para informar que a regulação saiu.
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