Manifestação
Guardas cobram elucidação da morte de Marcus Vinicius e melhorias para a instituição
O ato público contou com a participação de parentes do guarda municipal Marcus Vinicius, assassinado a tiros no último dia 2 de abril, quando estava trabalhando no Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira.
Daniela Cardoso e Ney Silva
Guardas municipais e alguns familiares realizaram na manhã desta quarta-feira (14) uma manifestação pelas ruas de Feira de Santana cobrando melhorias para a instituição, que faz parte da estrutura da Seprev (Secretaria Municipal de Prevenção à Violência). O ato público contou com a participação de parentes do guarda municipal Marcus Vinicius, assassinado a tiros no último dia 2 de maio, quando estava trabalhando no Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira.
O sub-inspetor, Leite, disse que a Guarda Municipal de Feira de Santana está sucateada com a falta de veículos e até de armamento. Ele informou que na administração do ex-prefeito Tarcízio Pimenta, existiam 10 viaturas da guarda e hoje são apenas seis, sendo que quatro estão com defeito e, efetivamente, só duas funcionam. “Não temos armamento em quantidade e o governo não está sinalizando para isso”, afirmou.
Leite explicou ainda que, por lei, a Guarda deveria ter 400 homens e atualmente conta apenas com aproximadamente 170. “Estamos carentes de equipamentos, de viaturas e ninguém resolve nada”, afirmou.
A dona de casa, Rita Alves, prima do guarda municipal Marcus Vinicius, também participou da passeata. Ela disse que está triste porque já tem 12 dias que o crime ocorreu e até agora ninguém tomou providências. Rita acha que o crime já não foi elucidado, porque Marcus Vinicius não era policial. “Meu primo não era vagabundo e pelo que estou vendo, só a família que está se mobilizando”, disse.
A passeata percorreu as avenidas Sampaio, Castro Alves, Getúlio Vargas e Rua Visconde do Rio Branco. Os manifestantes foram até a Câmara de Vereadores, onde denunciaram os problemas que a Guarda Municipal vem enfrentando.
Na Câmara Municipal, Isdalfredo Nogueira, que é membro do Conselho Nacional da Guarda Municipal, defende o porte de arma. Ele afirma que Feira de Santana é uma cidade que sofre com um alto índice de violência e que é necessário investir na segurança municipal.
“A gente trabalha hoje como segurança pública. Como é que você vai dar essa segurança à sociedade? A gente tem que trabalhar de forma completa, porque a Lei 4226 exige que todo agente de segurança pública porte pelo menos dois equipamentos de segurança e o município não está cumprindo essas prerrogativas que são essenciais. Sou de Salvador, passamos por uma capacitação de 476 horas até receber o nosso porte de arma e Feira de Santana tem também que se enquadrar”, afirmou.
Sobre a elucidação do assassinato de Marcus Vinicius, Isdalfredo Nogueira considera que ainda não houve uma investigação criteriosa. “Temos diversas denúncias de quem foram os meliantes e a gente tem que saber a motivação”.
O membro do Conselho Nacional da Guarda Municipal ainda lamentou o fim do projeto Paz nas Escolas, desenvolvido por Marcus Vinicius, que previa que estudantes fossem revistados, de forma legal, com equipamentos que identificassem armas e objetos cortantes. “Com esse projeto o índice de violência nas escolas foi a quase zero. Esse foi um trabalho feito e estudado a nível nacional para ser usado em outros estados no Brasil”.
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