Neste domingo (30), o Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), em Feira de Santana, foi palco de um evento que uniu dança, cultura e solidariedade.
O grupo de danças urbanas LBA Anonymous Crew (Legião Break Artes) celebrou seu 12º aniversário atuando na cidade e aproveitou para marcar os 50 anos do movimento cultural do Hip Hop, através da ação social de arrecadação de alimentos para o Dispensário Santana. Houve batalhas de breaking, popping e open style.
O Hip Hop é marcado pelas expressões do povo periférico através do grafitti, do break, do rap e outras manifestações culturais. Através da arte, da vida, da cultura e do cotidiano o movimento muda vidas e afasta muitos jovens de más ações, como a criminalidade.
Em Feira, o LBA Anonymous Crew criou o grupo para atrair novos dançarinos, realizar eventos e mostrar a multicultura para a cidade. Eles levam lazer, educação e autoestima para as comunidades em Feira.
O dançarino, Dyron Pereira Oliveira, de 22 anos, é um dos integrantes do grupo e conta como surgiu a parceria. “Surgiu em 2011, com os pioneiros Rafael e Juracy. Com o intuito de fazer um grupo de danças urbanas revolucionário para mudar vidas, para trazer dançarinos novos e movimentar a cena na Bahia e para fora”, contou.
De acordo com o dançarino, o grupo é bem reconhecido na região em campeonatos de dança, tendo representantes de Feira, Salvador, Dias D’Ávila e Espírito Santo. “A gente sempre tá participando de batalhas, somos referências na Bahia por conta dos nossos integrantes que participam de batalhas em regiões e ganham as premiações para Feira, Salvador e afins”, explica.
Atuando com 17 integrantes de diferentes vertentes da dança, o LBA é marcado pela organização de projetos que promovem a união e a difusão da dança urbana nas comunidades. Andrezza Ferreira que também participa explica como surgiu a ideia de realizar a arrecadação de alimentos.
“Sempre, na maioria dos eventos que a gente faz, trazemos essa proposta, então, uma coisa uniu o útil ao agradável. Um pouco da cultura e uma forma de ajudar as instituições de caridade.”
“A entrada foi gratuita, mas quem quiser e puder pode contribuir com um kilo de alimento. Uma forma da gente estar sensibilizando a comunidade, uma forma social de que a união faz a força”, disse Andrezza ao Acorda Cidade.
Segundo ela, o grupo se reunia na praça de alimentação, às sextas-feiras, e em outros locais onde realizavam treinos e batalhas, mas por conta da pandemia e o impacto dela na vida das pessoas, ficaram sem realizar o evento. Por isso, resolveram retomar as ações, celebrar as datas importantes para o movimento e mostrar a cultura do Hip Hop para quem desconhece.
O professor e pesquisador, Anderson Passos, conta a importância do Hip Hop de forma geral. “Ele tem uma base de ensino. É uma cultura passada de geração a geração e que salva muitas pessoas das ruas, dá uma nova trajetória. Ele é necessário, porque se você for verificar, tem lugares que a dança é uma matéria nas escolas. E ele não se resume somente a dança, tem o MC, o grafitti, então é uma cultura rica que tem muito a oferecer.
Anderson também é dançarino e fala que qualquer pessoa que tenha interesse pode participar, inclusive para quem quer aprender ele dá dicas para que a pessoa procure escolas ou alguém experiente na comunidade para ensinar.
“Jovens, adultos, idosos, não existe um padrão, o Hip Hop ele abraça todo tipo de gênero, de corpo, todo mundo que quiser se jogar, pode se jogar”, declarou.
Com informação do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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