Daniela Cardoso
Mais de 100 trabalhadores de uma transportadora que presta serviço para uma cervejaria paralisaram as atividades por cerca de duas horas na manhã desta sexta-feira (11) em frente a empresa, na BR-324. Eles reivindicam reajuste do tíquete alimentação e o fim do fator 1 (quantidade de ajudantes que sai no caminhão junto com o motorista para fazer as entregas).
Segundo o funcionário Miranildo do Amor Divido, os caminhões saem com uma quantidade elevada de carga, cerca de 10 mil quilos, e apenas um ajudante (fator um). A reivindicação que é que sejam dois ajudantes (fator dois) e o motorista por caminhão.
“A gente está questionando para que saia com dois ajudantes. Atualmente estamos saindo só o motorista e um ajudante, mas pra gente ter um trabalho com êxito, a gente precisa sair o motorista e mais dois ajudantes. Muitos colaboradores estão afastados do trabalho com problemas na coluna, pois é muito peso”, afirmou.
O ajudante Rafael Souza dos Santos confirmou que o peso é muito grande e que muitos funcionários estão com a coluna prejudicada. Ele ainda reclamou da quantidade de horas trabalhadas e do valor do tíquete alimentação.
“O valor do tíquete alimentação é baixo e estamos reivindicando. Na sede é 580 reais e o de Feira é 380 reais. A situação está complicada, ninguém está aguentando mais. Além disso, a gente chega a trabalhar até 12 horas por dia.”
O motorista Gilmar Santana também reclamou da quantidade de ajudantes que acompanha o motorista a fazer as entregas. Segundo ele, todo motorista contratado para trabalhar na empresa também trabalha carregando caixas.
“Nossa reivindicação é o peso. Aqui todo motorista tem que carregar as caixas e muita gente está doente sem aguentar o peso. A empresa diz que a Ambev em todo mundo é fator um e provavelmente vai ser fator zero, só com o motorista que vai fazer a rota dirigindo o caminhão e fazendo as entregas”, disse.
Jaime Cardoso, que é secretário do Sindicato dos Motoristas, conversou com a gerência da empresa para tentar chegar a um acordo. Segundo ele uma pauta de reivindicações foi entregue e a empresa se comprometeu a encaminhar para a sede em Minas Gerais. Um retorno as reivindicações deve ser dado ao sindicato daqui a 30 dias.
“Fizemos a reunião com a categoria e vamos ter retorno em um mês. Se esse compromisso não for cumprido pela empresa, nós vamos fazer uma paralisação e ninguém vai trabalhar enquanto não tivermos uma resposta”, afirmou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade