Laiane Cruz
A Praça Bernardino Bahia, na Avenida Senhor dos Passos, é sempre bastante movimentada. Em seu entorno, vendedores de frutas e verduras ao lado de proprietários de barracas de confecções, dentre diversos produtos, disputam a atenção dos clientes que circulam pelo local diariamente. Apesar do grande fluxo de pessoas, a procura pelo tradicional serviço dos fotógrafos lambe-lambe caiu consideravelmente na praça.
Há 35 anos trabalhando como fotógrafo na praça, João Evangelista Santo conta que ama o que faz. Mas, de acordo com ele, a tecnologia fez que com o movimento caísse em torno de 80% nos boxes que ainda resistem no local.
Segundo ele, a dúzia da foto 3X4 está custando 10 reais, mesmo assim o movimento é fraco, o que levou muitos fotógrafos a fecharem seus boxes, fora aqueles que já morreram e não passaram a tradição adiante.
“A tecnologia avançou e a clientela desapareceu. Eram 36 fotógrafos, hoje só tem 12 e alguns morreram. O povo hoje tira no celular e ele mesmo chega no computador e limpa. Todo mundo hoje é fotografo”, disse João Evangelista.
Com 52 anos e quinze netos, o fotógrafo Evandro da Silva conta que antigamente se batia foto na chapa de vidro, e em seguida o filme era revelado, depois era lavado e colocado para secar no álcool, para só então copiar. Hoje, para acompanhar o avanço tecnológico, ele só utiliza a máquina digital e tem também algumas que revelam a foto na hora.
Mas para não fugir totalmente à tradição, Evandro da Silva disse que mantém o cavalinho, pois ainda atrai muitas crianças, com um custo de apenas 10 reais por fotografia. “Eu amo a minha profissão, trabalho aqui há 43 anos e faço o que gosto”, afirmou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.