Feira de Santana

Filha de paciente cai em golpe após receber ligação de suposto médico em Feira de Santana e perde mais de R$ 7 mil

O homem passou os detalhes do quadro de saúde do paciente e relatou que era necessário fazer um exame particular.

Smartphone, celular, em uso.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A pedagoga Girlene Gomes Barbosa foi vítima de um golpe aplicado na manhã desta terça-feira (14) em Feira de Santana.

Com o pai internado desde o dia 29 de novembro de 2024 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA), a pedagoga recebeu uma ligação de um suposto médico, informando que o pai, Gilson José Barbosa, precisava realizar um exame de forma urgente, mas o plano de saúde não estava liberando.

Ao Acorda Cidade, Girlene contou que na ligação, o homem passou todo o relatório do paciente e não tinha como identificar que se tratava de um golpe.

“Ele se identificou dizendo que era médico infectologista, sendo que em nenhum momento, eu falei nada sobre meu pai. Perguntou se eu era da família, eu disse que sim, que era a filha dele e me perguntou se eu poderia conversar naquele momento. Começou a dizer que a bactéria foi para o sangue e que meu pai precisava fazer uns exames de emergência, porque a bactéria poderia desenvolver sepse e infecção generalizada. Ele falou todo o relatório do meu pai, inclusive citou o plano de saúde, o Planserv, dizendo que tinham entrado em contato com o plano, mas que o plano não era credenciado ao laboratório que eles queriam fazer o exame e que isso levaria 48 horas, mas que para agilizar, a família iria precisar custear”.

Girlene contou que naquele momento não pensou duas vezes e deu continuidade na ligação. Neste momento, o suposto médico solicitou dois valores.

“Falaram o nome do meu pai, falaram o hospital que ele estava, falaram da UTI, relataram a bactéria, comentou sobre o horário de visita e, acredito que só uma pessoa de lá de dentro do Dom Pedro para ter ciência de tudo isso não é? Incialmente ele me pediu um depósito no valor de R$ 4.890, que era referente às despesas dos exames médicos, exames específicos e depois ele me pediu um valor de R$ 2.860, que foi referente à um medicamento que era manipulado e meu pai precisava utilizar logo”, contou.

Segundo a pedagoga, no momento do horário de visita, descobriu que se tratava de um golpe.

“Depois que fiz os depósitos, ele disse que eu poderia ir no horário de visita, que eu poderia até chegar 20 minutos antes, que ele ira me passar o relatório de preenchimento para o reembolso do plano de saúde, ele disse que o próprio hospital que faz a solicitação. Assim que cheguei no hospital que abri o WhatsApp, a foto não mostrava mais, mandei mensagem, já estava bloqueada, fui na recepção contar o que aconteceu e me disseram que eu não era a primeira a cair neste golpe, que já tinha acontecido isso ontem com outras famílias e, detalhe, famílias que estão com pacientes na UTI. Fui ouvida pelo hospital, eles disseram que não poderiam fazer nada, que era um golpe, que iriam acionar a parte jurídica deles. Fui até a delegacia, prestei queixa e, quando retornei, ainda conversei com uma funcionária, acredito que ela seja coordenadora de algum setor e ela me disse que não houve invasão de sistema, foi quando questionei: se não houve invasão de sistema, de onde saiu estas informações? Infelizmente fui lesada com estes valores”, concluiu.

A pedagoga também publicou um vídeo nas redes sociais.

O que diz o Hospital Dom Pedro de Alcântara

NOTA PÚBLICA

A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, mantenedora do Hospital Dom Pedro de Alcântara, esclarece que não faz qualquer tipo de cobrança financeira a familiares de seus pacientes por meio de ligações telefônicas, WhatsApp ou e-mails. Todo tipo de autorização para a realização de procedimentos de quaisquer ordens e pagamentos são realizados presencialmente apenas pelos setores competentes desta instituição centenária.

Tão logo tomou conhecimento da fraude, na tarde desta terça-feira 14, a gestão da Santa Casa acionou as autoridades legais e instruiu os familiares a registrarem boletim de ocorrência para que seja feita uma séria e detalhada investigação sobre esta lamentável ação golpista que atinge as pessoas num momento tão delicado em face do acompanhamento a um ente querido em tratamento médico.

O Núcleo de Governança, Compliance e Gerenciamento de Riscos da Santa Casa de Feira de Santana foi imediatamente acionado para as devidas providências internas que visam apurar o envolvimento de quaisquer pessoas que se aproximem da nossa equipe médica e de colaboradores com intenções desonestas e ilegais. De acordo com o Programa de Compliance da instituição, é estritamente proibida toda e qualquer conduta que venha lesar tanto os pacientes, seus familiares e equipe das unidades de atendimento e também macular a imagem desta entidade centenária.

Ao longo dos seus 165 anos de existência, a Santa Casa de Misericórdia exerceu com excelência, honestidade, ética e seriedade o seu papel como prestadora de inúmeros serviços de saúde, zelando pelo cuidado e bem-estar do povo baiano. Situada em Feira de Santana desde a sua criação no ano de 1859, esta instituição filantrópica vai continuar prezando pela transparência e respeito, razão pela qual reforça o seu compromisso de defender os princípios éticos e morais, exigindo das autoridades que os últimos acontecimentos sejam devidamente apurados e seus responsáveis, imputados pelo crime que cometeram.

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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