Neste domingo (11), a Paróquia Santo Antônio, localizada na Avenida Presidente Dutra, no bairro Capuchinhos, em Feira de Santana, realizou a tradicional Festa dos Romeiros em honra a Santo Antônio. Após um intervalo de dois anos devido à pandemia, esta é a segunda vez que ocorre a festividade, trazendo esperança e renovação espiritual para os fiéis.
Com o tema “Santo Antônio nos guia a Cristo”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2023, que aborda a temática da fome, a programação do dia contará com diversas atividades religiosas e festivas. Missas, carreatas e shows animarão o público presente, que veio de diferentes lugares para participar dessa manifestação de fé.
O frei Liomar Pereira, pároco da Paróquia Santo Antônio, destacou a importância da Festa dos Romeiros, que acontece todos os anos, como um símbolo da caminhada rumo ao céu. Ele afirmou que todos nós somos peregrinos em busca de Deus, e a romaria é uma oportunidade de sair da zona de conforto e encontrar-se no santuário de Santo Antônio.
O evento atraiu uma multidão de fiéis, que celebraram o Dia dos Romeiros com grande entusiasmo. Uma novidade deste ano é o primeiro Festival dos Romeiros, com atrações e shows religiosos, proporcionando um momento de conexão com Deus por meio da música. A paróquia ofereceu um ambiente propício para louvar e cantar em comunhão com o divino.
“Teve um intervalo que não aconteceu por conta da pandemia, mas ano passado retornamos a costumeira romaria dos peregrinos no santuário de Feira de Santana. As pessoas ansiavam por sair de suas casas, encontrar-se com os outros, celebrar e louvar. Após esse período difícil, os fiéis gradativamente retornam a esse ponto de encontro com Deus, renovando sua fé e alegria. Essa romaria significa a prefiguração da nossa caminhada rumo ao céu, nós todos somos peregrinos, caminhantes e andarilhos do Senhor e o ponto nosso de chegada é sempre Deus. A romaria tem esse sentido, é sair do seu ponto, do seu lugar de zona de conforto, da sua casa para se encontrar no satuário de Santo Antônio”, relatou.
Além da participação ativa da comunidade local, muitos municípios enviaram caravanas para se unirem à festividade.
“É uma tradição, no próximo ano a paróquia fará 60 anos, então podemos perceber que esse encontro com Santo Antônio é um costume da religiosidade popular, e aqui em Feira temos esse costume devocional que é a romaria”, disse.
O ponto central desses momentos é a evangelização, como acrescentou o frei. “A Festa dos Romeiros proporciona um espaço para o encontro entre os participantes, promovendo a união em torno de Jesus Cristo e nunca sem Ele”, concluiu.
Antônia Amália dos Santos, de 89 anos, participa da romaria há 50 anos.
“Uma prima minha me levou pela primeira vez para participar e quando ela morreu fiquei no lugar dela. Só não vim no período da pandemia. Eu me chamo Antônia, gosto de Santo Antônio então eu tenho que vir. Os meus pais que colocaram esse nome em mim, meu pai se chamava Antônio”, lembrou.
Dona Antônia disse que mora em Riachão do Jacuípe. “Lá o pessoal tem a tradição de orar e rezar nas casas. Formamos um grupo e viemos com 40 pessoas para esta festa. Eu vim pedir mais saúde para a minha coluna, pois estou sentindo muitas dores nas costas. É gratificante participar desta romaria, pois tenho amor e carinho por Santo Antônio”, expôs.
Missas
O frei José Monteiro Sobrinho celebrou a primeira missa das 6h30 deste domingo na Paróquia, e compartilhou a alegria de participar desta celebração especial em homenagem aos Romeiros de Santo Antônio.
“É um dia de encontro de todos os devotos de Santo Antônio que vieram de outras localidades, da roça e da cidade. Esses fiéis vieram louvar a Santo Antônio e através de Santo Antônio vieram encontrar o Cristo vivo, esse é o objetivo da nossa vida. Santo Antônio buscou espalhar sua virtude através dos seus gestos de misericórdia, de atenção e dos seus milagres que fazia”, pontuou.
O evagelho da primeira missa do dia destacou a história de Mateus, apóstolo de Cristo. “O Evagelho refletiu a compaixão, falou sobre Mateus, podemos dizer que era um renegado da sociedade, um pecador público, que Jesus não só chama para a conversão, mas chama sua companhia na missão, portanto, está aí cravada a misericórdia de Deus que não exclui ninguém”, destacou.
Devoção
Nilza da Silva Santos, 68 anos, natural do distrito de Humildes, acompanha a romaria há quase 30 anos.
“Aos 12 anos de idade eu comprei a imagem de Santo Antônio, porque achava ele bonito. Eu pedi uma casa de taipa e ele me deu uma casa de laje, na época eu estava deseperada e só precisava de uma casa para morar. O meu marido se chama Antônio, hoje eu vim pedir saúde para mim, minhas filhas, para meu netinho e meu marido. Tenho muita fé em Santo Antônio, é gratificante participar”, compartilhou.
A segunda missa aos fiéis doi realizada pelo Arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Dementtino Castro.
“Sinto alegria de participar de mais um ano da Romaria de Santo AntÔnio, é uma tradição, vem gente de todos os cantos da arquidiocese e de todos os lugares. Que o Senhor nos conceda a graça de seguir Jesus como Santo Antônio; a sagrada eucaristia; a palavra de Deus e sobretudo a preocupação com os pobres”, elencou.
Segundo Dom Zanoni, é importante crescermos na fé e em nossa maturidade cristã, além de percebermos Jesus, sobretudo, nos pobres. “Essa romaria é um momento forte, alto, de alimentar a nossa esperança, de fortalecer a nossa pertença a Igreja. Desejo a todos os romeiros ao retornarem para a casa que levem essa esperança, alegria e essa benção de Deus”, frisou.
Roque Brito de Souza, de 31 anos, morador de Conceição do Jacuípe, disse ao Acorda Cidade que o seu pai pediu antes de falecer que a tradição de Santo Antônio não fosse esquecida.
“A gente sempre rezava todo ano as trezenas, as treze noites, e o meu pai sempre participava. Eu vinha com meu pai e minha mãe, que já são falecidos, sempre vínhamos com o ônibus cheio”, relembrou.
Participar da romaria, segundo Roque, traz muita alegria. “É um dia festivo, nos sentimos bem nessa Paróquia de Santo Antônio. Nos anos de pandemia não pudemos estar presente e foi triste, mas acompanhava pelo youtube. Neste dia eu peço que o santo continue abençoando a gente e que não nos falte o pão”, desejou.
A devota de Santo Antônio, Maria Conceição de Jesus, 72 anos, é natural do município de Cachoeira e participa da festa há 30 anos.
“Acho que a criação dos meus avós me levaram a ser devota do santo. E como eu vinha quando era mais nova para a romaria, hoje eu continuo vindo e amando mais e mais. Eu tenho três anos sem participar, porque passei um tempo internada, aí tenho que vir pela fé. Nesse momento estou muito feliz, é um momento difícil de explicar, aqui é tudo”, ressaltou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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