Natural de Feira de Santana, Felipe Santos Almeida, 26 anos, foi aprovado para cursar o mestrado em Arquitetura e Urbanismo na University College London, Inglaterra.
Ao Acorda Cidade, ele contou que toda trajetória começou há cerca de quatro anos, quando teve a oportunidade de apresentar um artigo na Europa.
“Eu confesso que na infância eu nem imaginava o que era realmente arquitetura, mas foi com o tempo que eu comecei a desenhar, tomando gosto pela área, eu que moro praticamente do lado da Uefs, tinha com a biblioteca, meu local de estudos, mas como aqui não tem arquitetura, minhas escolhas foram a UFBA ou a Universidade Federal de Sergipe, onde passei e morei na cidade de Laranjeiras que fica próximo de Aracaju. Na época eu até pensava que arquitetura era algo pequeno, voltado para trabalhar com casas, mas vi que não. Passei a gostar mais da área, atrelada com a tecnologia. Entre tantas buscas, eu encontrei um mestrado, apresentei o meu artigo no ano de 2018 lá na Inglaterra, tracei meus objetivos, porém o mestrado na Inglaterra é muito caro, mas foi quando eu vi que lá tem uma bolsa de estudos que é pelo governo britânico, onde o estudante tem todo o custo pago por eles”, explicou.
De acordo com Felipe, para conquistar a bolsa de estudos foi necessário passar por quatro etapas.
“Esse processo seletivo teve início no mês de agosto do ano passado, mas o resultado só saiu agora em junho, e na primeira etapa, os candidatos tinham que elaborar quatro cartas, uma sobre as lideranças, a capacidade de liderar, uma segunda carta sobre network, relações profissionais, uma terceira carta, o motivo dessa minha decisão em querer fazer o mestrado, e uma quarta carta, sobre o meu plano de carreira. Só aqui no Brasil foram cerca de 1.200 inscritos, e apenas 186 pessoas passaram, na já segunda fase do processo seletivo, foi uma entrevista totalmente inglês com dois britânicos da embaixada britânica, que durou em torno de 45 minutos, mas graças a Deus eu fui selecionado. No momento, eu nem acreditei muito quando recebi o e-mail, mas eles enviaram um segundo e-mail com meu nome na lista, foi aí que realmente a ficha caiu. Isso é algo planejado desde 2018, são quatro anos tentando isso, um sonho que parecia ser tão distante, observava muitas pessoas sendo convocadas, e hoje, eu que estou sendo”, declarou.
Felipe já embarca para a Europa neste mês.
“Eu só estou esperando o meu visto chegar, mas as minhas aulas já começam neste mês, especificamente no dia 26, o calendário deles, é diferente do nosso, então as aulas começam agora em setembro e só terminam em setembro do ano que vem, porque a duração é de um ano. Uma bolsa concorrida, tudo pago pelo governo britânico, principalmente o mestrado, uma das coisas mais caras da Inglaterra. Com essa notícia, muitas pessoas até comentam de que eu não irei mais voltar para o Brasil, mas em toda minha trajetória profissional, eu não me apeguei com as coisas, eu quero sempre estar em busca dos meus objetivos, das minhas oportunidades, por isso que eu passei seis anos morando no estado de Sergipe, passei um período em Alagoas também, então eu estarei sempre em busca do melhor”, pontuou.
Com relação à sua cidade natal, Feira de Santana, Felipe destacou que a mobilidade urbana do município só será mudada, quando o pedestre for a prioridade do poder público.
“Eu sempre morei no Feira VI, e quando precisava ir até o centro da cidade, eu utilizava os transportes alternativos, porque nunca gostei de pegar ônibus, principalmente pela demora. Depois da pandemia, o Brasil de modo geral, passou a sofrer com esta situação, mas o que observo, é que Feira de Santana só vai mudar, quando as pessoas passarem a ter os pedestres como prioridades ao invés dos carros. Todos os lugares que vamos, encontramos estacionamentos, mas não há espaços para bicicletários, ciclovias, o foco é construir viadutos, enquanto que outras coisas não são feitas”, disse.
Ainda de acordo com Felipe, nenhum gestor irá mudar e executar todos os planos em apenas quatro anos de mandato.
“Eu posso ser sincero com todos e digo, não há nenhum prefeito que dentro de quatro anos, irá fazer tudo que promete e Feira de Santana tem um problema sério que é o planejamento urbano, porque isso falta em nossa cidade. Não se deve ficar pensando em apenas tapar buracos, mas ter um crescimento, um direcionamento, infelizmente será resolvido daqui a 15, 20, 30 anos, um problema que muitas pessoas se acostumaram em viver dessa forma”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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