Na última terça-feira (20), foi aprovado na Câmara de Vereadores um Projeto de Lei de autoria do vereador do Psol Jonathas Monteiro, que torna a Feira da Marechal Deodoro, em Feira de Santana, patrimônio cultural e imaterial da cidade. O PL precisa ainda ser sancionado pelo prefeito Colbert Martins.
Segundo a vendedora de frutas e verduras Melinda Santos de Jesus, que mantém uma banca há mais de 10 anos na Marechal, o Projeto gera grande expectativa entre os feirantes, que aguardam a sanção pelo prefeito e mais organização para a feira.
“Estamos otimistas com a aprovação desse Projeto de Lei, e com a organização, porque a feira da Marechal é história, é um patrimônio histórico e cultural. Temos um projeto bem elaborado, com padronização e organização. Salientando, que há muito tempo nós temos pedido à Secretaria de Agricultura uma lixeira e até hoje nada, mas isso é um pretexto para nos culpar. Mas estamos correndo atrás para termos uma feira mais organizada. É bom que a gente tenha um espaço para colocar nossas frutas e verduras, e não colocar o lixo de qualquer jeito. É necessário a lixeira separada e a coleta”, afirmou a feirante.
Na opinião dela, a feira da Marechal traz sustentabilidade para agricultura familiar local e também da região.
“A agricultura depende daqui. Tem pessoas que vêm de Terra Dura, Humildes, trazer suas verduras fresquinhas, que tiram de madrugada e vêm para cá, e isso gera imposto. É excelente para o município, direta e indiretamente. Eu comecei a trabalhar para mim mesmo na faixa dos 17 anos aqui, mas antes disso já vinha acompanhando minha mãe, Maria das Graças. Ela se aposentou e criou daqui e eu tenho casa hoje através daqui também, minha casa própria, que muitos disseram que eu não iria conseguir, mas Deus nos abençoou e consegui através daqui da feira”, destacou Melinda Santos de Jesus.
Ela salientou ainda que acredita que o prefeito irá sancionar a lei. “A pressão está sendo grande, tanto dos feirantes quanto dos vereadores”.
Outra feirante chamada Ana Lúcia também comemorou a aprovação do projeto que torna a feira patrimônio, pois para muitas famílias essa é a única fonte de renda.
“Se a gente sair daqui, vamos viver de que? Então temos que ficar aqui mesmo, é a melhor opção, porque não tem outro lugar. Para o Centro de Abastecimento não dá para a gente ir. Os outros não iriam nos aceitar lá, porque já tem muito tempo no local. Eu trabalho aqui desde criança, criei meus filhos e meus netos através daqui. São mais de 30 anos”, afirmou.
A idosa Eliane da Silva vende café, água, pães e doces declarou que gosta de trabalhar na feira da Marechal. Ela disse que não tem documentos e não entende por que o prefeito quer tirá-los de lá.
“Ele quer nos colocar para fora daqui. As vendas não estão muito boas, mas dá para levar o pão para casa”, disse a feirante.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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