Feira de Santana

Feirantes da Marechal fazem novo protesto contra remoção das barracas para avanço de obras

Os manifestantes fecharam o cruzamento da Marechal com a Avenida Getúlio Vargas, com cartazes com que diziam: 'Requalificação sim, remoção não'.

Laiane Cruz

Feirantes da Rua Marechal Deodoro se juntaram, na manhã desta terça-feira (14), em uma nova manifestação contra a retirada deles do local, onde estão sendo realizadas obras de revitalização do projeto Novo Centro.

Os manifestantes fecharam o cruzamento da Marechal com a Avenida Getúlio Vargas, com cartazes com que diziam: ‘Requalificação sim, remoção não’. Por conta da mobilização o trânsito ficou retido no local.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

A vendedora de frutas e verduras Giscleide Dias de Carvalho, que tem uma banca há cerca de 23 anos na Marechal Deodoro, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade que os feirantes não aceitam trabalhar no local escolhido pela prefeitura, no Centro de Abastecimento, pois não há segurança e infraestrutura no espaço.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“A gente não aceita a retirada, e também não aceita as conversas que eles têm dito, que a gente sabe que não é verdade. Hoje pela manhã, o prefeito Colbert Martins disse que a feira da Marechal era um centro residencial e que estava sendo um centro comercial. E que iria voltar a ser um centro residencial, que a feira da Marechal iria ser limpa e que iria ser igual a Sales Barbosa. Ele está dizendo que já arrumou local pra gente, e a gente sabe que não é verdade, porque o Centro de Abastecimento não tem segurança, não tem infraestrutura, não é local pra gente ficar”, afirmou a vendedora ambulante.

Com relação às feiras livres nos bairros, ela disse que até o momento a prefeitura não definiu pontos específicos para os feirantes, e que há outros vendedores nestes locais, que não irão ceder os espaços.

“Eles disseram que a gente iria para a feira livre, só que quem está lá, que já trabalha lá há muitos anos, como a gente trabalha dentro da Marechal, a gente sabe que jamais eles irão doar os pontos deles pra gente trabalhar. Não existe espaço, até porque quem vende lá não vai querer dar o ponto pra gente, vendedor da Marechal, trabalhar lá”, sustentou.

A vendedora Edineide Ribeiro destacou que o objetivo da manifestação é buscar os direitos dos feirantes da Marechal.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“Não é adequado a forma que a prefeitura quer fazer com a gente, de forma nenhuma é adequado. O centro de Abastecimento é defasado, as feiras de bairro não são viáveis pra gente, que espera que o prefeito de Feira de Santana, que o secretário Pablo Roberto, o secretário Carlos Brito nos dêem uma resposta do nosso projeto alternativo, que a gente apresentou à prefeitura.”

Ela salientou que o projeto de autoria de estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) é viável, e um engenheiro já avaliou.

“Ele (engenheiro) já nos deu esse aval que é viável, o nosso projeto é um projeto bom. A gente quer uma resposta da prefeitura, uma resposta técnica. A gente quer uma resposta precisa da prefeitura sobre o nosso projeto. Por que não aceitar o nosso projeto? A gente é trabalhador e precisa do nosso espaço de trabalho.”

Edineide Ribeiro acredita que não só a Marechal tem enfrentado problemas de infraestrutura, mas também os bairros da cidade.

“A gente sabe que está um caos na Marechal, mas não é só a Marechal, não. Os bairros também estão um caos, na infraestrutura. Está uma bagunça, porque nós, as classes mais fracas, estamos no meio da rua trabalhando pra sobreviver. A gente sabe que está um caos, mas precisa ser organizado pelo poder público e não só por nós, trabalhadores. Estamos dispostos aqui a colaborar com a prefeitura de Feira para organizar a Feira da Marechal. Estamos aqui, a luta continua, a Marechal resiste.”

Fotos: Ney Silva/ Acorda Cidade

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade 

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