Feira de Santana

Feira livre, que atraía gente de todo lugar, impulsionou a maior cidade do interior da Bahia

Ao fazer um relato de aspectos da trajetória do Município, Lélia Vitor relatou fatos históricos e citou alguns personagens que marcaram estes quase dois séculos.

historiadora e palestrante Lélia Fernandez
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O aniversário de 191 anos da Emancipação Política de Feira de Santana foi comemorado pela Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (18) com uma sessão especial. Além de vereadores, a solenidade contou com a presença de outras autoridades, lideranças religiosas, Polícia Militar, veículos de comunicação e diversos representantes da sociedade civil feirense.

Dentre os integrantes da Mesa de Honra, estiveram o vice-prefeito Fernando de Fabinho (representando o prefeito Colbert Martins Filho); arcebispo metropolitano Dom Zanoni Demettino Castro; professora e escritora Lélia Vitor Fernandes (palestrante); advogado e ex-vereador do Município, Fábio Lucena, também convidado para palestrar, e o deputado estadual José de Arimateia.

Ao fazer um relato de aspectos da trajetória do Município, Lélia Vitor relatou fatos históricos e citou alguns personagens que marcaram estes quase dois séculos. Ela frisou a importância de preservar valores culturais, sociais e econômicos.

“Nós feirenses, nativos ou adotivos, devemos trabalhar e contribuir para que a nossa Princesa do Sertão se transforme em uma Rainha do Nordeste”. A professora explicou que a história de Feira remonta ao século XVII, período em que as terras do sertão baiano estavam divididas entre dois grandes latifundiários (Francisco Dias D’ Ávila e Antonio Guedes de Brito).

Mas, foi por volta de 1820 quando o casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandão compra a propriedade denominada de Fazenda dos Olhos D’ Água, que se desencadeia um movimento para impulsionar Feira a se tornar o que é hoje.

Ela relatou que tropeiros, vaqueiros e outros viajantes utilizavam a fazenda para descansar e alimentar os animais e moradores das redondezas viram nisto uma oportunidade de vender os seus produtos a quem passava. Isto, fez surgir naturalmente uma feira livre, que aos poucos foi atraindo gente de todos os lugares.

No entanto, conforme a historiadora, é em 1938 que a cidade passa a se chamar definitivamente Feira de Santana, por causa de um protesto popular que demonstrou insatisfação com uma medida governamental que havia reduzido o nome apenas para “Feira”.

A Emancipação Política ocorre em 18 de setembro de 1833, quando é instalada a Vila de Santana da Feira, e o Território desmembrado da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira.

“Nestes 191 anos, a cidade cresceu demasiadamente em todos os setores e muitos feirenses deixaram sua marca na história do município”, disse a professora, destacando personagens como a heroína Maria Quitéria, reverenciada no Brasil e no exterior.

Na área política, Lélia Vitor, lembrou de Elpídio Raimundo da Nova, último intendente e primeiro prefeito de Feira de Santana (1928-1930, também deputado estadual em 1934. Primeira vereadora do Município, a professora Laura Pires Folly exerceu mandato na Legislatura de 1967 a 1971.

Na área da medicina, destacou Fernando São Paulo, médico humanista, renomado professor da Faculdade de Medicina da Bahia, que costumava “encher os bolsos de medicamentos” para doar a pessoas de baixa renda.

“Como pessoas que amam esta cidade, o importante hoje é que levantemos nossa voz, unamos nossas forças para valorizar os que estão continuando a história deste Município, sempre elevando-a”, observou. O Poder Legislativo entregou à palestrante uma placa alusiva à data, como agradecimento pela contribuição na abordagem do tema.

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