A celebração dos 191 anos de emancipação política de Feira de Santana, no próximo dia 18 de setembro, tem movimentado a sociedade para homenagear sua cidade, assim como conhecê-la melhor. Esse interesse chegou às salas de aula da Escola Municipal Adelice Cavalcante, localizada no bairro SIM.
📲 😎SEJA VIP: Siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp e receba as principais notícias do dia.
O evento “Feira e Seus Encantos” trouxe inúmeras possibilidades de exploração do espaço da cidade através da arte e da educação, tudo isso desenvolvido pelos professores e alunos da unidade.
A exposição, que aconteceu na segunda-feira (16), reuniu estudantes do Fundamental II, do 6º ao 9º ano, no pátio da instituição para apresentar suas produções, com a participação de aproximadamente 300 alunos. Entretanto, toda a comunidade escolar esteve prestigiando o evento.
Elisa da Silva Nascimento, de 13 anos, está há oito anos na unidade. Ao Acorda Cidade, a aluna do 8º ano contou o que descobriu sobre Feira de Santana ao desenvolver o projeto.
“Existem vários monumentos e museus que podemos conhecer, saber a história de Feira, conhecer os primeiros prefeitos e as primeiras pessoas negras que atuaram de fato. Fizemos maquetes relacionadas aos monumentos de Feira e cordéis com músicas falando sobre a estrutura da cidade, suas ruas e várias outras coisas”.
Desde o primeiro ciclo, em abril, os estudantes já vinham estudando sobre a história de Feira de Santana. Segundo eles, houve a exibição de filmes e documentários, além da produção de textos sobre o desenvolvimento da cidade, suas feiras, o comércio, a cultura e o povo que habita o município.
Para Elisa, o momento mais desafiador foi criar o cordel. A cidade, que é um grande expoente da cultura de cordel, inspirou os alunos a reescreverem belíssimas histórias da Princesa do Sertão.
“Foi individual. Tive que pesquisar bastante sobre a história de Feira, ver fotos para depois desenvolver a música. Consegui fazer tudo em um dia”, contou a estudante.
Nos momentos de pesquisa, Elisa destacou que a melhor experiência foi visitar o Casarão Eduardo Fróes da Mota. Um dos momentos mais marcantes, foi desvendar as memórias da cidade.
“Conhecemos o primeiro prefeito negro de Feira, que foi escravizado e se casou com a filha do dono de uma chácara onde ele trabalhava. Esse museu é muito lindo, fica no centro de Feira. Eu acredito que esse projeto ajuda outras pessoas a entenderem mais sobre a cidade, porque muita gente diz que Feira não tem muita coisa, mas é só correr atrás que você aprende e conhece mais”, afirmou.
O professor de Artes, Wyllian Santos da Silva, explicou ao Acorda Cidade que a ideia do projeto surgiu da necessidade de os alunos conhecerem melhor o município onde vivem, fortalecendo o vínculo com o espaço e estimulando o aprendizado de forma lúdica e educativa.
“Tivemos a ideia de fazer algo bem abrangente, para que eles pudessem conhecer toda a história do município, saindo do bairro e indo até o centro da cidade, como fizemos ao visitar o Casarão Fróes da Mota. O objetivo principal é que os alunos reconheçam e sintam pertencimento ao lugar onde vivem, conhecendo a história do seu bairro e da cidade”, explicou o professor.
Os estudantes usaram toda sua criatividade para reproduzir os lugares de Feira, os eventos, a história e as particularidades da Santana dos Olhos D’Água. A exposição incluiu maquetes, painéis e apresentações, além dos alunos se caracterizarem, típico dos eventos escolares onde a imaginação dá vida a muita arte.
“Separamos os eventos da cidade para recriar. Sim, juntamos com a professora Carol para produzir literatura de cordel, abraçar o Arraiá do Comércio e retratar a Micareta. Colocamos esse caminho de todas as festas que aconteciam na cidade. Muitos alunos não conheciam a própria cidade e agora passaram a conhecê-la”, explicou.
Carolina Nilo, professora de Português, também falou ao Acorda Cidade sobre o envolvimento da disciplina com a arte. A língua se manifesta de diversas maneiras, seja na literatura de cordel, na escrita ou na produção textual geral dos alunos.
“Trabalhei com gêneros textuais, como histórias em quadrinhos, paródias, dissertações e anúncios publicitários. Ao longo do ano, sempre utilizei a temática de Feira. Os alunos fizeram paródias e cordéis exaltando Feira de Santana, e também trabalhamos com fotorreportagens sobre as feiras livres. Eles foram às feiras, tiraram fotos e procuraram denunciar alguma coisa que estava errada, por exemplo”, relatou a professora.
Confira mais fotos do evento:
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram