Feira de Santana recebe roda de conversa sobre Reparação e Bem Viver

No dia 22 de março, o Comitê da Marcha de Mulheres Negras do Portal do Sertão (BA) promove a roda de conversa “Reparação e Bem Viver”, um encontro voltado para debater as desigualdades raciais e de gênero a partir da perspectiva da justiça reparatória e das construções coletivas para um futuro em que a justiça e a equidade são valores inegociáveis. O evento é gratuito e acontece no Centro de Cultura Amélio Amorim, a partir das 9h, e contará com a participação de ativistas da Rede de Mulheres Negras da Bahia.

A roda de conversa terá como convidadas Suely Souza Santos, mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Universidade (PPGEISU-UFBA), e Luciana Falcão Lessa, doutora em Estudos Étnicos e Africanos (Pós Afro-UFBA), ambas integrantes da Rede de Mulheres Negras da Bahia. As participantes irão compartilhar reflexões sobre os desafios históricos enfrentados pelas mulheres negras e a necessidade de políticas que promovam reparação e dignidade.

O conceito de Bem Viver é vocalizado há anos pelo movimento de mulheres negras, enquanto um conjunto de princípios para construção de um futuro possível, fortalecido a partir da aliança entre povos negros e indígenas, onde toda diversidade da sociedade brasileira seja contemplada. Para alcançar esse novo pacto civilizatório, é preciso reparar as violações e violências frutos de quase 400 anos de trabalhos forçados de africanos sequestrados e escravizados, como base da economia colonial, cujas consequências continuam atravessando a população negra brasileira.

A atividade integra o “Março de Lutas”, que chega à sua 7ª edição em 2025 com o objetivo de ser um chamado para a construção coletiva da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, marcada para novembro em Brasília.

O Março de Lutas é uma ação de incidência dos Movimentos de Mulheres Negras, organizado a partir da parceria entre a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste. Criado em 2019 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, a ação tem por objetivo evidenciar e enfrentar as diversas formas de racismo, que impactam brutalmente as mulheres negras, além de fortalecer a luta por condições dignas de vida.