Feira de Santana e Cruz das Almas foram reconhecidas como cidades exemplares na gestão de resíduos sólidos coletados na Bahia, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (28). As informações fazem parte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), que abordou aspectos de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais em 2023.
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Representados por Feira de Santana e Cruz das Almas, na Bahia, apenas 0,5% dos municípios atendem aos critérios de excelência na gestão do lixo coletado. Isso ocorre porque os dois municípios possuem: política municipal, plano de gestão integrada, coleta seletiva, coleta de resíduos especiais, logística reversa, programas de educação ambiental e não utilizam lixões.
Apesar do destaque, é importante ressaltar que a cidade enfrenta dificuldades em lidar com os inúmeros terrenos baldios, que acumulam lixo e animais peçonhentos. A prática irregular de moradores tem levado à prefeitura a aplicar multas e realizar fiscalizações, porém ainda não há ações mais efetivas para coibir o acúmulo de lixo em terrenos de propriedades particulares. É preciso uma consciência maior por parte da população.
Segundo a pesquisa a qual o Acorda Cidade e demais veículos de imprensa tiveram acesso, no cenário nacional, 304 municípios de 5.570 (5,5%) foram classificados como exemplares, com destaque para São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A Bahia, com duas cidades na lista, ocupa a 12ª posição, empatada com outros estados como Sergipe e Tocantins.
Por outro lado, segundo o IBGE, 27 municípios baianos foram classificados como precários, sem políticas, planos ou programas estruturados para o manejo de resíduos. Além disso, a maior parte das cidades do estado ainda depende de vazadouros a céu aberto: 312 municípios baianos (74,8%) utilizam lixões, o que contrasta com os 58 municípios (13,9%) que possuem aterros sanitários, estrutura considerada mais adequada.
Coleta seletiva e educação ambiental
Embora todos os municípios baianos ofereçam algum tipo de serviço de limpeza urbana, a coleta seletiva está disponível em apenas 155 cidades (37,2%). Em termos de educação ambiental, apenas 47 municípios possuem políticas específicas, representando 11,3% do total no estado.
Esses números destacam o protagonismo de Feira de Santana e Cruz das Almas, que possuem sistemas de coleta seletiva e programas de educação ambiental estruturados, em determinados segmentos, conforme relevou a pesquisa do IBG.
A pesquisa do IBGE e disponibilizada em síntese nesta publicação aqui no Acorda Cidade, destaca que a destinação inadequada de resíduos sólidos tem impacto significativo na saúde pública, na contaminação de recursos naturais e na emissão de gases de efeito estufa. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010, busca promover a coleta seletiva, a educação ambiental e a responsabilidade compartilhada, mas sua implementação ainda enfrenta desafios em grande parte dos municípios brasileiros.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) estabelece diretrizes para a gestão de resíduos sólidos nos municípios, incluindo a implementação de coleta seletiva e programas de educação ambiental. No entanto, a pesquisa do IBGE indica que muitos municípios baianos ainda enfrentam dificuldades para cumprir essas exigências.
O levantamento reforça a importância de ações estruturadas na gestão de resíduos sólidos, não apenas para atender às legislações vigentes, mas também para minimizar impactos ambientais e promover a sustentabilidade nos municípios.
Drenagem e manejo de águas pluviais estão presentes em 93% dos municípios baianos
Um total de 388 municípios baianos, equivalente a 93% das cidades do estado, possui serviços de drenagem e manejo de águas pluviais, conforme revelaram os dados de 2023 divulgados hoje (28/11/2024) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os serviços de drenagem e manejo de águas pluviais são responsáveis por captar, conduzir e tratar a água da chuva, prevenindo inundações, erosão do solo e contaminação de recursos hídricos. O uso de sistemas adequados é fundamental para a sustentabilidade urbana e a proteção ambiental.
Comparação estadual e nacional
Embora 93% dos municípios da Bahia contem com esses serviços, o índice está ligeiramente abaixo da média nacional, que alcança 96% dos municípios. No Brasil, 5.348 dos 5.570 municípios têm alguma estrutura para drenagem e manejo de águas pluviais.
Segundo o estudo, a Bahia ocupa a 5ª menor posição entre os 26 estados brasileiros no ranking de cobertura desses serviços. No extremo oposto, estados como Rondônia, Amazonas, Amapá, Paraíba, Sergipe, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul declararam que 100% de seus municípios têm esse tipo de serviço.
Soluções baseadas na natureza
Entre os municípios baianos que possuem serviços de drenagem e manejo de águas pluviais, apenas 75 (19,3%) utilizam soluções baseadas na natureza, uma proporção inferior à média nacional de 24,5%.
As práticas mais comuns no estado incluem valas de infiltração, implementadas em 35 municípios, renaturalização ou restauração de cursos d’água (25 municípios) e canteiros pluviais ou jardins de chuva (21 municípios).
Gestão e planejamento
Dos 417 municípios da Bahia, 327 possuem alguma estrutura organizacional para cuidar da drenagem e manejo de águas pluviais. Em 197 cidades, o serviço está subordinado a secretarias ou setores de infraestrutura.
Por outro lado, apenas 26 municípios baianos possuem plano diretor de drenagem e manejo de águas pluviais, o que corresponde a 6,2% do total. Esse percentual é inferior à média nacional, que alcança 14,3% dos municípios brasileiros.
A pesquisa reforça a necessidade de planejamento e expansão dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais para atender às demandas crescentes e minimizar impactos ambientais e urbanos.
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