Artesanatos de diversos tipos, comidas típicas regionais, bijuterias e outros tipos de acessórios e presentes podem ser encontrados na Feira de Agricultura Familiar, que reúne empreendedores da Bahia e Sergipe, na Praça Bernardino Bahia, no centro de Feira de Santana.
O evento teve início ontem (16) e prossegue até a manhã deste sábado (18). A feira, que é voltada para a economia popular solidária tem o apoio da Rede Balaio e da Cáritas Arquidiocesa da região Nordeste III, que abrange os estados da Bahia e Sergipe.
Da cidade de Brejo Grande, em Sergipe, na região do Vale do Rio São Francisco, a artesã Claudiane Bispo está satisfeita com sua participação na feira e a possibilidade de divulgar ainda mais os seus produtos.
“Minha participação na feira está ótima. Eu trouxe crochê, tapetes, artesanato, brincos, e o que eu estou achando é que essa é uma oportunidade para a gente estar divulgando nosso trabalho, que é produzido por mulheres que até então não tinham outra atividade de renda, e como também mulheres que saíram da depressão, que têm uma história de vida de opressão, e que perceberam o quanto são importantes e o quanto elas podem criar e contribuir na vida pessoal e na renda da sua própria casa”, destacou a empreendedora.
Integrante de uma comunidade quilombola, Claudiane Bispo, salientou que o forte da região onde mora é o artesanato, que é produzido por vários grupos, cada um com suas características.
“Há uma variedade grande aqui de artesanatos, porque somos de várias localidades, e o que é produzido não é só por um grupo, tem outros que produzem outros materiais e produtos. Na minha cidade o artesanato é um dos fortes da nossa comunidade, que é quilombola, o quilombo Brejão dos Negros, que foi autorreconhecido pelos fatos históricos e nossas características”, contou à reportagem do Acorda Cidade.
Amanda Silva, que é representante da Cáritas Regional Nordeste III, a qual tem um escritório em Salvador e abrange os territórios da Bahia e de Sergipe, ressaltou o papel da feira para o fortalecimento da economia solidária e a agricultura familiar na região.
“Além dos artesanatos, a gente tem também os sabores, com diversos tipos de alimentos, bebidas, que são confeccionados, produzidos por grupos de diversos cantos da Bahia e também de Sergipe, e são apoiados pela Rede Balaio, a qual congrega grupos da economia popular solidária e tem também o objetivo de fortalecer esses grupos para que possam trabalhar nessa perspectiva de uma comercialização mais justa, uma produção segundo princípios ambientais, solidários, da participação coletiva e que promove o empoderamento feminino e dos grupos locais.”
Segundo ela, na Feira da Agricultura Familiar estão presentes pessoas de Feira e diversas outras cidades da Bahia e de Sergipe, como Estância, da região de Aracaju, grupos de Amargosa, na região oeste da Bahia, de Barreiras, da região de Licínio de Almeida, que produzem mel, na região de Caitité, entre outras.
“Não é o primeiro evento em Feira, já aconteceram outras edições em anos passados, mas veio a época da pandemia e demos uma pausa. Agora a gente retorna para fortalecer. Mas aqui em Feira, em parceria com a Cáritas Arquiocesana de Feira de Santana os grupos da Arquidiocese também estão presentes com o bazar solidário e o ponto de comercialização fixa, que também é apoiado pela Rede Balaio. Temos de tudo, e o artesanato é um forte dos grupos locais, que trazem esses saberes dos territórios, que trazem o trançado do capim dourado, os cestos, chapéus, a fibra do buriti, o crochê, arte em camisas e panos de prato, com as características de cada local. Essa é uma feira da economia popular solidária e da agricultura familiar, sob os princípios agroecológicos”, enfatizou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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