Gabriel Gonçalves
Neste sábado, dia 12 de março, completam dois anos da primeira morte por conta da Covid-19 no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a vítima foi um paciente de 57 anos de idade, que estava internado em um Hospital Municipal de São Paulo.
Para prestar uma homenagem às vítimas da Covid-19 em todo território brasileiro, que no dia de ontem (11), registrou 654.556 mortes, familiares e amigos, se concentraram no canteiro central da Avenida Getúlio Vargas, em Feira de Santana, na tarde deste sábado.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Paula Costa Lima, que faz parte do grupo 'Viúvas da Covid-19', relatou que no dia de hoje, o silêncio, será o único ato em homenagem e respeito a todos aqueles que perderam a luta contra a doença.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Este ato é um ato silencioso de manifestação em favor das vítimas que morreram aqui no Brasil. Vítimas de Covid-19, porque esta data foi instituída pelo Congresso Nacional como uma data de homenagem às vítimas da Covid no Brasil. Então estamos reunidas independente de viúvas, mas também outras pessoas, familiares, amigos daqueles que foram vítimas da Covid-19. A ideia é usar este dia para manifestar a nossa insatisfação, a nossa revolta pela negligência que ocorreu durante todo este processo inteiro com as vítimas da Covid-19. As viúvas da Covid-19 Bahia estão à frente desta organização, hoje nós somos associadas à Avico Brasil, que é a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19, e a Avico nos apoiou nesta organização deste dia, a Associação está firme e forte a frente disso tudo a nível nacional", relatou.
Para marcar este dia, balões de cor preta, foram utilizados para simbolizar a tristeza.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Aqui em Feira de Santana, nós estamos utilizando os balões pretos porque precisamos mostrar que de forma negativa, o preto vem no sentido de que existe muita tristeza, famílias destruídas, viúvas, filhos que ficaram órfãos, enfim, de maneira geral, o preto está vindo como um sentimento de tristeza, de revolta, de abandono por tudo que estamos reivindicando. Até o momento, a exemplo das viúvas, até hoje temos viúvas que estão sem receber uma atenção que é um direito, o mínimo que se pode ter com a gente. A gente também sabe que não tem como trazer nossos esposos de volta, mas é o mínimo que eles prezavam pela nossa integridade, pela nossa vida. A gente precisa ter condições mínimas para se sustentar e sustentar os nossos filhos também. Então realmente, o preto vem através dos balões como um símbolo de tristeza e de manifestação para todo este descaso que tem ocorrido. No meu caso eu não tive graças a Deus nenhuma dificuldade, eu não sou um dos exemplos porque meu esposo era funcionário do estado, e foi via outra instituição que eu consegui os direitos, mas eu me solidarizo pelas minhas amigas que estão passando por este problema. Pessoas com quase um ano sobrevivendo aí por conta própria sem ter esse direito garantido, porque nós não estamos pedindo um favor", destacou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Segundo Paula Costa, este espaço no canteiro central da Avenida Getúlio Vargas, ficou marcado, onde novas homenagens serão feitas.
"Resolvemos utilizar este local do canteiro central da Avenida Getúlio Vargas como um marco das manifestações sempre realizando homenagens. Queremos fazer estes atos sempre com relação às pessoas vítimas da Covid-19 que faleceram. No dia 2 de novembro do ano passado, Dia de Finados, nós fizemos a plantação das mudas, fizemos soltura de balões brancos e também anexamos bandeirinhas brancas. E hoje voltamos para este mesmo local, então sempre que tivermos alguma homenagem, a gente sempre vai realizar aqui", concluiu.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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