O autônomo Jairo Silva Santos, pai do pequeno Levi, está acusando uma médica do Hospital Inácia Pinto dos Santos, também conhecido como Hospital da Mulher em Feira de Santana, de negligência.
No último dia 9 de junho, a esposa de Jairo teve o parto normal após indução, mas o recém-nascido precisou ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, vindo a falecer no final da tarde de ontem (25).
Em entrevista ao Acorda Cidade, Jairo Silva contou que a esposa não poderia ter parto normal por recomendação médica, mas mesmo assim todo procedimento foi realizado.
“A minha esposa já vinha tendo um acompanhamento pré-natal pelo Posto de Saúde, fazendo tudo certinho, inclusive a médica constatou que ela precisava fazer uma ligadura e que o parto seria cesáreo, já que ela não tinha passagem. Esse seria o nosso primeiro filho, mas a minha esposa já tem uma outra filha de 20 anos, que inclusive foi com parto normal, mas depois de um tempo, minha esposa sofreu um acidente e precisou colocar platina na perna e no punho, então existem algumas posições que ela sente muitas dores. Isso foi relatado no Hospital da Mulher, nós damos entrada no dia 8 de junho pela manhã e ela ficou sendo induzida para ter a dilatação do colo do útero. Quando foi às 17h25 do dia 9 de junho, ela entrou em trabalho de parto, mas de forma forçada, tanto que ela estava reclamando que não estava aguentando. A médica não acatou o relatório que nós entregamos que ela não poderia ter normal e mesmo assim continuou. Eu acho isso gravíssimo e até em outras palavras, isso é uma negligência porque estava lá no papel autorizado por outro profissional que deveria ser parto cesáreo”, relatou.
De acordo com Jairo, no momento do parto, houve dificuldades para retirar o bebê.
“O meu filho ficou asfixiado, ele ficou enganchado no momento de sair, tanto que utilizaram uma manobra, ou seja, no dizer popular, colocaram o ferro para puxar a criança causando lesão na criança. De lá pra cá, meu filho ficou o tempo inteiro internado na UTI, eu estava realizando um revezamento com minha esposa, até porque ela estava fazendo doação de leite e posso dizer que as profissionais da UTI deram total assistência para meu filho, enquanto ele estava lá. Ontem pela manhã eu estive na UTI e percebi que ele estava todo molinho e já com uma sonda. Explicaram que ele estava com secreção e colocaram para limpar, até falaram que ele chegou a vomitar, que tinham suspendido a dieta mas houve toda uma reviravolta. Eu trabalho com bar, faço som ao vivo e por volta de 19h, 19h20, a minha enteada chegou lá avisando que o pessoal da assistência social tinha entrado em contato e que os pais tinham que comparecer ao hospital. Expliquei a situação para meus clientes, fechei o estabelecimento e fomos direto pra lá. Quando chegamos, recebemos a informação do óbito”, contou.
Ao Acorda Cidade, Jairo salientou que se o parto tivesse sido cesáreo como estava previsto, poderia neste momento está com o filho nos braços.
“Os exames comprovam que ele estava gozando de plena saúde, mas eu lembro que na hora, o próprio médico lá da UTI falou que meu filho sofreu asfixia, e com certeza foi provocado pelo parto. Enquanto ele estava internado na UTI, o coração dele estava normal, os rins funcionando perfeitamente, porém quando eles fizeram um exame, constatou lesão da cabeça, que irei até solicitar este laudo”, afirmou.
O que diz o Hospital
Nota de Esclarecimento
A direção da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, responsável pela gestão do Hospital da Mulher, vem por meio desta nota lamentar profundamente o ocorrido e prestar solidariedade à família.
Assim que tomamos conhecimento, iniciamos imediatamente uma análise minuciosa dos fatos, em conjunto com a diretoria técnica da unidade. Nesse sentido, estamos estudando atentamente os relatórios médicos e demais informações pertinentes, a fim de compreender plenamente o que realmente ocorreu nesse lamentável episódio.
Para garantir transparência e imparcialidade na investigação do caso, a Fundação Hospitalar autorizou a abertura de uma sindicância, que será publicada na edição desta terça-feira (27) do Diário Oficial Eletrônico do Município. A sindicância contará com a participação de profissionais competentes e isentos, visando uma apuração rigorosa e justa.
Reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos pacientes, bem como com a qualidade dos serviços prestados pelo Hospital da Mulher. Estamos empenhados em esclarecer todas as circunstâncias que envolvem esse caso.
Reafirmamos nosso comprometimento em manter a família informada sobre os desdobramentos da investigação, assim como os resultados obtidos por meio da sindicância. Buscaremos a máxima celeridade no processo, sem comprometer a qualidade da apuração.
A Fundação Hospitalar de Feira de Santana está aberta ao diálogo e pronta para cooperar com as autoridades competentes. Nossa prioridade é sempre a segurança, a confiança e o respeito pelos pacientes e seus familiares.
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram