Teve início neste sábado (22) e segue até o dia 21 de junho, no Centro Cultural Sesc de Feira de Santana, a Exposição Ritmos Visuais: Uma jornada pela história da Micareme. A mostra cultural oferece um olhar artístico sobre os 88 anos da Micareta de Feira de Santana, reunindo obras inéditas de quatro artistas baianos: Kbça, Ludimila Lima, Raiana Britto e Ana Reis.
O projeto tem curadoria da artista visual Nila Carneiro e é baseado em pesquisas do radialista, professor e estudioso da festa, Edilson Veloso.
O evento de lançamento contou com uma vernissage aberta ao público. A programação incluiu um bate-papo com os profissionais envolvidos na exposição, uma visita mediada e um show especial do músico Djalma Ferreira.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Edilson Veloso explicou como surgiu a ideia de transformar suas pesquisas em uma exposição artística. Segundo ele, o convite do Sesc permitiu que as informações reunidas ao longo de anos de estudo fossem interpretadas visualmente pelos artistas participantes. Veloso destacou a importância de preservar a identidade cultural da Micareta de Feira de Santana.
“Não podemos matar a história, como muitos querem. Precisamos vivê-la, revitalizá-la e garantir que as novas gerações conheçam essa tradição”.
Ainda de acordo com o pesquisador, a Micareta representa não apenas um evento festivo, mas também um motor socioeconômico para a região. Ele ressaltou que o período da festa movimenta diversos setores, como hotelaria, restaurantes e comércios locais.
“O que se vende mais na Micareta é cerveja e gelo. É um período de grande impacto econômico para Feira de Santana”, afirmou.
A artista e curadora da exposição, Nila Carneiro, destacou que a mostra também celebra os 40 anos do Axé Music e busca valorizar os artistas do interior da Bahia.
Ao Acorda Cidade, ela destacou que o evento reflete sobre a história da festa e sua importância para o cenário cultural e econômico local.
“Precisamos olhar para o passado para planejar o futuro da Micareta, valorizando nossa cultura e garantindo que ela continue viva”, ressaltou.
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Sobre a desvalorização dos artistas locais, Nila pontuou que a solução passa pelo investimento.
“Nossa cultura precisa ser fomentada financeiramente para que os artistas possam continuar produzindo. A arte é essencial para a identidade da cidade e deve ser incentivada”, enfatizou.
Uma das artistas participantes, Ana Reis, também professora de história e fotógrafa, expressou sua satisfação em fazer parte do projeto.
“Foi uma experiência incrível poder estudar ainda mais sobre a Micareta e retratar essa história através da arte”, contou.
Para ela, a exposição é uma oportunidade de valorização da festa e de reflexão sobre sua importância ao longo das décadas.
“A Micareta é viva e está em constante transformação. Se for valorizada, pode crescer e atrair ainda mais público, assim como acontece com o Carnaval de Salvador”, concluiu.
A exposição Ritmos Visuais permanece em cartaz no Sesc Feira de Santana, proporcionando ao público uma imersão na história da primeira micareta do Brasil e sua relevância para a cultura baiana.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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