Feira de Santana

Exigência de vacinação contra covid não afetará bares e restaurantes em Feira, avaliam comerciantes

O Governador Rui Costa anunciou a medida na última segunda-feira (10).

Gabriel Gonçalves

O governador Rui Costa (PT) anunciou na última segunda-feira (10) que os bares e restaurantes de todo o estado da Bahia serão obrigados a exigir o comprovante de vacinação dos clientes.

A medida, que é válida para todos os 417 municípios, já foi divulgada no Diário Oficial do Estado no mesmo dia do anúncio.

Embora esta decisão tenha pegado muitos proprietários do segmento de surpresa, a obrigatoriedade da comprovação de vacinação ao entrar no estabelecimento pode contribuir para a diminuição da proliferação do vírus, avalia a gerente de um restaurante em Feira de Santana, Ana Suely.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

"Eu até gostei dessa decisão, porque é uma segurança, tanto para nós enquanto funcionários, quanto para os clientes que aqui chegam para se alimentar. Já estávamos fazendo a exigência do uso da máscara, do álcool em gel e sempre encontramos aquele teimosos que não querem permanecer com a máscara no momento de se servir, mas é uma exigência da nossa casa, e quando o cliente chega aqui sem máscara, nós entregamos as descartáveis que temos aqui", disse.

Para Ana Suely, o município de Feira de Santana também deve seguir o decreto do governador Rui Costa, como forma de aumentar a segurança dos munícipes, principalmente dos clientes.

"Eu acho que ainda estamos à mercê. Sabemos que as vacinas não são 100% confiáveis. Esses dias, mexendo nas redes sociais, vi o relato de uma jovem que mesmo com duas doses da vacina acabou se contaminando. Infelizmente quando estávamos achando que a Covid estava indo embora, surgem outras variantes, a gripe chamada de H3N2, inclusive alguns funcionários da nossa empresa precisaram ser afastados por conta da gripe. O teste de Covid foi feito, como deu negativo, eles continuaram afastados para que não aumentasse mais ainda o número de funcionários gripados. Já tivemos um ano de 2020 muito complicado, então temos que manter total segurança agora", afirmou.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Proprietário de um restaurante, Daniel Dantas informou à reportagem do Acorda Cidade que a decisão do governador foi sensata, mediante o número de casos que estão aumentando na Bahia.

"O governador precisava tomar uma atitude, porque realmente os números estavam aumentando, então ele analisou dessa forma, ser uma prevenção para conter o avanço da Covid-19. Embora, esta também seja uma atitude drástica, porque o segmento mais uma vez é punido, que desde o início da pandemia, tivemos que baixar as portas, na segunda onda, tivemos a questão do quantitativo de clientes e agora, a comprovação da vacinação. É importante que todo mundo já esteja se vacinando, porém, a decisão mais uma vez vai no colo do segmento de bares e restaurantes", enfatizou.

Segundo Daniel, o estabelecimento pode ser prejudicado, caso o cliente não esteja munido com o comprovante de vacinação.

"Este decreto ainda é novo, estamos avaliando, porém acredito que o que vai prejudicar a nossa categoria é só em caso do cliente não estar com a carteirinha. A gente sabe que muita gente já se vacinou, então teoricamente não iria prejudicar a nossa categoria, porém quando a pessoa anda sem o seu certificado, ele fica impedido de realizar algumas coisas, como agora será impedido de entrar nos bares e restaurantes. Portanto, é importante que essas informações sejam mais veiculadas para que eles não sejam pegos de surpresa. Tenho em mente que é uma determinação positiva, mas é algo que também deve ser melhor analisado, porque sabemos que as pessoas que já estão vacinadas correm o risco de pegar e de transmitir, mas também estamos vendo que o número de óbitos está caindo. Acredito que esta medida é menos prejudicial do que ter que baixar as portas novamente", declarou.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Feira de Santana, Getúlio Andrade, é importante que os proprietários destes estabelecimentos possam seguir o que foi determinado pelo governo do estado.

"A recomendação do Sindicato é que os proprietários possam seguir esta exigência, mas para isso não depende apenas dos comerciantes, depende também da sociedade, dos clientes que façam também a parte deles. A vacinação precisa ser levada a sério e lembrar que incialmente, este decreto tem como validade o dia 25 de janeiro. Caso os números comecem a cair, existe a possibilidade mais adiante, deste decreto ser flexibilizado. Estamos aqui para somar, temos que ter a consciência plena e ir na direção da preservação das vidas humanas, então o Sindicato vai nessa direção de conclamar a sociedade e os proprietários, que possam fazer o uso do passaporte de vacinação", disse ao Acorda Cidade.

Ainda segundo Getúlio Andrade, isso pode ter um pequeno impacto na economia, mas avaliou que nesse momento, como forma de preservar a vida humana e diminuir o número de casos é necessário que o decreto seja cumprido.

"De certa forma, podemos sim ter um impacto na economia, porque podemos ter casos de pessoas que tomaram a vacina, mas no dia que foi até o bar, ao restaurante, esqueceu a caderneta. Por ser amigo do garçom, do dono deste estabelecimento, pode ocasionar em uma flexibilidade da liberação no local, mas quando houver uma fiscalização, não será o cliente que será punido, mas sim, o bar ou o restaurante, que permitiu a entrada daquele cliente sem comprovar a vacinação."

Ao Acorda Cidade, o prefeito Colbert Martins declarou que o município de Feira de Santana também vai seguir o decreto estadual, obrigando que bares e restaurantes exijam o comprovante de vacinação contra a Covid-19.

"Vamos seguir este decreto do governador, inclusive, iremos reativar a nossa fiscalização que é realizada pela Fiscalização Preventiva Integrada, que neste caso tem o apoio da Polícia Militar, porque sabemos que não tem como realizar a fiscalização apenas com equipes do Meio Ambiente e da Guarda Municipal. Essa é uma alternativa que foi encontrada, até porque hoje já temos ciência que a Covid-19 não é mais passada para uma única pessoa, e sim para mais de uma, como é o caso de uma família. Na secretaria de Comunicação, por exemplo, tivemos seis pessoas contaminadas, então é necessário que as medidas continuem, o uso da máscara, álcool em gel, e principalmente evitar aglomerações", pontuou.

Devido ao grande número de estabelecimentos espalhados pela cidade, o prefeito explicou que fará o possível para manter a fiscalização.

"Nós vamos fazer o máximo para que a gente possa fazer tudo dentro do possível. Estaremos com a Polícia Militar, nossos servidores, porque além dessa nova medida, sabemos que a responsabilidade não é apenas dos proprietários, mas sim, responsabilidade dos clientes, apresentando o comprovante de vacinação", concluiu.

 

Com informações dos repórteres Ed Santos e Maylla Nunes do Acorda Cidade

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