Grito dos Camelôs

'Estamos pedindo socorro', afirmam comerciantes do Shopping Popular em manifestação nesta sexta-feira

Eles pedem redução das taxas.

Atualizada às: 11:53

 

Rachel Pinto

Os comerciantes do Shopping Popular Cidade das Compras estão reunidos nesta sexta-feira (1º), em Feira de Santana, em um protesto chamado “Grito dos Camelôs’, com o objetivo de reivindicar a redução de taxas do empreendimento e melhores condições de trabalho. Eles saíram em caminhada com destino à prefeitura e relatam que estão pedindo socorro, pois não têm condições de pagar os valores estipulados, devido ao fraco movimento e falta de clientes no local.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Uma comerciante, que não se identificou, disse que os comerciantes querem que seja estabelecido um preço justo para as taxas de aluguel, condomínio e energia elétrica.

“Não temos condições de pagar esse preço que estão cobrando de R$ 568. Malmente a gente está conseguindo pagar o valor de R$ 190. São taxas abusivas”, lamentou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Outro comerciante também reclamou do valor das taxas cobradas e disse que no local não consegue vender quase nada o dia inteiro.

“Como é que vamos pagar se o movimento não existe? Passamos o dia todo para vender R$ 10 e, às vezes, não vendemos nada”, afirmou.

Uma comerciante relatou que teve a energia elétrica de seu box cortada essa semana por falta de pagamento. Ela frisou que não teve condições de pagar e que a situação dos camelôs é preocupante.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Estamos aqui para reivindicar. Estamos pedindo socorro. Cortaram minha luz e nem um acordo eu consegui fazer”, frisou.

Os comerciantes estão concentrados em frente à prefeitura e muitos estão com boletos das taxas que são pagas em mãos. Os valores das taxas variam de acordo com o tamanho dos boxes.

Na opinião do camelô Emerson Santos Mascarenhas que trabalha no Shopping Popular com confecções e calçados, o ideal para atrair clientes para o entreposto seria levar bancos, agência dos Correios, entre outros serviços. Ele comentou que os comerciantes estão sofrendo com as taxas altas e querem que o Ministério Público possa reaver os contratos.

“Nós estamos lutando pelos nossos objetivos. Nós somos camelôs e estamos lutando, temos que pagar o preço justo, estamos em uma pandemia e precisamos nos unir, estamos unidos pelo nosso bem estar e no momento o preço justo da taxa de condomínio que é dividida por nós seria um valor entre R$10 ou 15. A gente não quer ficar de graça a gente quer pagar”, pontuou.

O comerciante acrescentou ainda que é preciso que o poder público de Feira de Santana possa dar um auxílio a categoria, de forma a ajudá-la com o trabalho no Shopping Popular.
 

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a assessoria de comunicação do Shopping Popular e aguarda retorno.

Fotos: Paulo José/Acorda Cidade

 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Em resposta à manifestação dos comerciantes, a concessionária Feira Popular emitiu a seguinte nota de esclarecimento:

A CONCESSIONÁRIA FEIRA POPULAR, elucida, por meio desta nota, informações alegadas por alguns lojistas do SHOPPING POPULAR CIDADE DAS COMPRAS ao ACORDA CIDADE.

Diante das manifestações ocorridas hoje, 01 (sexta-feira), informamos que os camelôs cadastrados no Shopping Popular Cidade das Compras podem buscar a administração do empreendimento para reduzir o tamanho dos seus boxes, e, por consequência, alcancançarem a redução das taxas que pleiteiam, caso assim desejem. A título de exemplo, se um camelô desejar fazer uso de um espaço com mesmo tamanho do que detinha nas ruas do centro de Feira de Santana (que era de 1m²), quando o Shopping Popular ainda não funcionava, a redução é possível e será feita proporcionalmente ao tamanho desejado, sendo R$ 80,00 o m² no aluguel.

O que tem acontecido frequentemente, no entanto, é uma grande quantidade de camelôs que detém um box de 5m², sublocam seus espaços para terceiros com valores desproporcionalmente maiores, acima de R$ 1.000,00, e acabam não pagando os boletos e também não abrem.

Sobre a movimentação do Shopping, que os camelôs afirmam estar baixo, é importante recordar também que ainda vivemos um momento pandêmico, e desde 2020 o mundo tem passado por uma crise financeira que naturalmente tem reduzido as vendas do comércio global. Paralelo a isso, alguns camelôs e figuras políticas, no intuito de se autopromoverem para pleitear cargos públicos, promovem confusões que atrapalham o coletivo ao afastar novos investidores, como já ocorreu: várias grandes empresas que pretendiam se instalar dentro do Shopping nos garantem que estão aguardando o fim desse clima de instabilidade causado por essas manifestações para se relacionarem com nosso empreendimento.

Relembramos também que diversos eventos e ações são realizadas para que o público se sinta atraído a frequentar nosso espaço, que tem alcance não apenas feirense, mas de todo o estado baiano. Desde vacinação contra o covid-19 a eventos comemorativos de diversas ONGS e Associações, bem como cursos, sorteios de alta repercussão na cidade, divulgação em meios tradicionais e digitais, como TV, rádio, redes sociais, tendo já havido inclusive a contratação de digitais influencers para aproximar o povo do nosso empreendimento, e ações mais provocativas, a exemplo a descida do papai noel de helicóptero que ocorre no período natalino, assim como muitas outras. Precisamos ressaltar também nossa estrutura e segurança, contando inclusive com um estacionamento gratuito com capacidade para mais de 500 veículos.
É importante frisar também a presença do complexo de atendimento do PROCON, BOLSA FAMÍLIA E CASA DO TRABALHADOR implantados em nosso Shopping, o que garante, de regra, um fluxo importante em nossos corredores.

Por outro lado, um Shopping é feito de mix completo e que funciona. Porém, vários camelos visando a especulação do ponto, venderam seus pontos, por valores de até R$ 100.000, e as pessoas que compraram, usando da isenção do aluguel, não abriram. Todos esses elementos espantam não apenas grandes lojistas, mas também o público que deveria estar dentro do empreendimento.
Em função disso, quem não abrir a partir deste mês, Outubro, vai perder seu ponto comercial, que vai ser entregue a outro comerciante, interessado em trabalhar e não apenas em especular, o que garantirá um mix ativo, completo e em funcionamento.

Corroborando a obrigatoriedade do funcionamento, afinal trata-se de um Shopping, em 18/12/2020 fora publicado DECRETO MUNICIPAL Nº 11.909, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2020. Verifica-se deste documento a confirmação da penalidade em caso de não cumprimento com as obrigações determinadas no Aditivo e Contrato, especialmente quanto a não abertura do Box.

Art. 2º – Aquelas pessoas beneficiárias que não cumprirem a obrigação de pleno funcionamento até a
data limite da abertura dos boxes serão penalizadas com as medidas previstas nos contratos de concessão e no regimento interno, que incluem desde o remanejamento do box até a cassação da habilitação para exploração dos mesmos.

Leia também:


Comerciantes do Shopping Popular têm fornecimento de energia suspenso por falta de pagamento

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários