Edição: Roberta Costa
O governador Jaques Wagner concedeu uma entrevista exclusiva ao Acorda Cidade ontem (28) para falar, principalmente, das eleições 2012, em Feira de Santana. Wagner esclareceu a declaração que deu na última terça-feira (27), quando afirmou que “quando o mesmo município tiver dois candidatos da base, ele irá apoiar o mais competitivo”. O governador frisou que, no primeiro turno, ele irá apoiar o líder do governo, deputado Zé Neto e também falou sobre a reunião que definiu o apoio do PC do B, PP e PSB ao PT .
Acorda Cidade: Governador, qual foi o objetivo dessa reunião?
Jaques Wagner: Na verdade, eles pediram essa reunião para que a gente conversasse sobre a conjuntura política em Feira de Santana. O deputado Zé Neto tem o meu carinho, é um menino que vem se revelando na política. Eu fiz uma aposta muito grande ao colocá-lo na liderança do governo e ele se superou. Eu sonho em ter um defensor do projeto do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma em Feira de Santana. Esses são partidos importantes que querem fazer um caminho em conjunto conosco.
AC: Então, com certeza esses partidos estão fechados com o PT?
JW: Sim, eu diria que são confirmados como apoiadores do nosso projeto. Temos agora que buscar a ampliação com a participação de outros partidos.
AC: Foram feitas reivindicações para o município de Feira de Santana?
JW: Reconhecemos que falta muita coisa para a cidade, como por exemplo, a avenida Noide Cerqueira, o Centro de Convenções e o aeroporto. Mas, o povo reconhece que demos passos grandes na Bahia, ampliando a saúde com o Hospital da Criança e a UPA começando essa semana. Eu separo gestão de política.
AC: Como o senhor separa a gestão da política?
JW: Nunca trabalhei maltratando nenhuma cidade pelo prefeito não ser da minha coligação. Eu respeito a decisão do povo na gestão e na hora da eleição eu me posiciono. Claro que eu gostaria de ter alinhamento do projeto em Feira de Santana. Mas, de forma alguma, isso reflete na administração.
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AC: Na entrevista que concedeu na última terça-feira (27), o senhor afirmou que irá apoiar a candidatura que for mais competitiva. Isso será aplicado em Feira de Santana?
JW: Em relação ao apoio, eu comentei isso e me parece que a informação não foi traduzida corretamente. O prefeito veio para a base do governo e isso me alegra. Mas, deixo claro que terei um comportamento de reciprocidade com quem trabalhou na nossa campanha de 2010. Quem estava na campanha foi Zé Neto. Tarcízio Pimenta estava no DEM, fez campanha para Paulo Souto e José Serra. Ele veio para a base, tá na base, mas não teve participação política em 2010. Todos são bem recebidos na base, mas eu gosto de trabalhar com lealdade e reciprocidade na política.
AC: Então o senhor irá apoiar o deputado Zé Neto…
JW: Meu compromisso no primeiro turno de Feira de Santana é com o candidato Zé Neto.
AC: E se no segundo turno, estiverem disputando Zé Neto e Tarcízio Pimenta?
JW: Vamos esperar acontecer. Não me coloque em mais problemas do que os que eu já tenho que administrar (risos).
AC: O senhor também admitiu a liderança do ex-prefeito José Ronaldo nas pesquisas de consumo interno. O que o PT vai fazer para mudar esse cenário?
JW: As pesquisas representam uma tendência, mas não é eleição. Em 2006, todos diziam que eu estava fora da realidade e a pesquisa que eu tinha, tinha índices muito piores que o de Zé Neto. Mas, eu sabia que o povo queria algo diferente e, trabalhei nisso. Ganhei a eleição no primeiro turno. Política não é feita de salto alto e nariz para o céu. Agindo assim, é tombo com certeza. Zé Neto amadureceu muito politicamente e nós sabemos que a política muda todo dia. Vamos aguardar e pedir a todos uma campanha sem raiva, agressão, porque o povo quer projetos.
AC: Na sua concepção, Zé Neto e Tarcízio, possuem condições de enfrentar José Ronaldo?
JW: Ninguém ganha de véspera. Eleição não é peru de Natal. Por enquanto, o que se vê nas pesquisas é uma lembrança do passado. Vamos apresentar um projeto consistente para o município e é Feira de Santana que vai decidir o melhor caminho.
