Daniela Cardoso
O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) está em Feira de Santana para participar, neste domingo (22), do Encontro de Muares de Sela. O senador será homenageado pela sua atuação no Congresso em favor do setor agropecuário. O político goiano, que é casado com a feirense Gracinha Caiado, esteve no programa Acorda Cidade deste sábado (21), onde afirmou que é contra a fusão do DEM. Confira a entrevista na íntegra.
Acorda Cidade – Qual a programação do senhor na cidade, além da participação no Encontro de Muares, senador?
Senador Ronaldo Caiado – A minha ligação com essa terra é familiar, já que minha mulher é daqui, e tive uma propriedade rural em Bonfim de Feira por 25 anos. Aqui em Feira, vou participar de encontros com meus amigos na área da saúde, política e com produtores rurais. Além disso, vou participar do encontro de muares, que é uma grande paixão minha.
AC – Como um dos principais nomes da Oposição, o senhor pediu na CPMI da Petrobras de 2014 a convocação de Dilma e Lula. O que o senhor tem a dizer sobre o andamento das investigações do Petrolão?
Senador Ronaldo Caiado – É uma decepção enorme, uma revolta as pessoas assistirem o que está acontecendo no Brasil. Onde se espera um governo comprometido com a transparência, vemos um governo que anestesiou a população, dizendo que estava fazendo aliações, do ponto de vista do atendimento na área social, mas do outro lado o estado brasileiro estava sendo assaltado. No primeiro momento as pessoas achavam que a oposição estava exagerando e que não era tanto assim. Hoje a população acordou e viu que o que se instalou no Brasil foi uma verdadeira quadrilha no sentido de assaltar aquilo que é propriedade da população brasileira. Quebrou-se a Petrobrás, que era uma empresa de orgulho nacional e agora se transformou num ambiente de falcatruas e enriquecimento ilícito.
AC – Qual é a posição do senhor sobre o futuro do DEM, considerando a possibilidade de fusão com outros partidos?
Senador Ronaldo Caiado – O Democratas hoje é o partido mais sólido que existe no Brasil, com a maior qualidade de parlamentares para enfrentar o debate. Em todos os debates da Câmara e do Senado é o Democratas que pauta e que debate com conteúdo. O que aconteceu com o Democratas é aquilo que acontece com todos os partidos, que é o inchaço. O Democratas é a sustentação da política com princípios de ética e de preceitos que a sociedade espera de um político. Sobre a fusão, é uma discussão que está em pauta e eu como líder vou manter para que o Democratas continue Democratas. Vamos crescer nas eleições de 2016 e seremos referência em 2018, pois não estamos envolvidos com corrupção. Temos o que oferecer a população brasileira. Minha posição será contrária a qualquer fusão.
AC – O DEM terá candidato à presidência da república em 2018?
Senador Ronaldo Caiado – Todas as lideranças do Democratas pensam assim. É uma conversa longa e o partido tem que lançar seus nomes. ACM Neto é um nome forte no cenário nacional. Tem outras lideranças que também vão para o debate.
AC – O senhor foi relator do PL 1210/2010, que trata sobre a Reforma Política. O senhor é a favor do fim da reeleição?
Senador Ronaldo Caiado – A reforma política tem que sair. Nos meus mandatos fui o único deputado federal que consegui fazer com que um projeto de reforma política fosse ao plenário na história da constituinte para cá. A última vez que uma matéria foi votada na Câmara dos Deputados foi um projeto de minha autoria, como relator de uma comissão especial de uma reforma política. Concordo que a reforma política tem várias dificuldades. Quando se falou em projeto Ficha Limpa todos votaram rapidamente. Quando se fala em reforma política, cada um tem uma opinião. Então eu acho que deve haver pontos convergentes para que se tenha a aprovação. Um dos pontos é a eleição geral, para que os próximos mandatos sejam de cinco anos. Outro ponto é fim da reeleição, pois não há nada que mais destruiu a administração pública. O político usa a máquina do governo como interesse pessoal para garantir a reeleição e pouco se preocupa com o que está acontecendo com a população. Terceiro ponto é o final das coligações nas eleições proporcionais. É algo que vai acabar com alguns partidos que são considerados de aluguel. O outro ponto que deve ser discutido é em relação ao financiamento das campanhas eleitorais. É impossível que apenas o setor financeiro seja o fator determinante das campanhas, enquanto outras pessoas capacitadas são excluídas do processo eleitoral. Acho que esses temas são fundamentais para aprofundarmos o assunto e sairmos com um projeto para ser aplicado em 2016.