Acorda Cidade
Uma nova atuação ganha às ruas de Feira de Santana como opção de trabalho. São os entregadores por aplicativo, que trabalham de bicicleta. Conversamos com alguns deles, para saber como tem sido atuar nessa função e quais os maiores desafios. Ganhando menos de um salário mínimo no mês, fazendo cerca de seis a sete entregas por dia, o entregador Jonatas disse que o trabalho ajuda na renda mensal, mas que a área de abrangência e o número de entregas ainda é pouco.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Em média o pessoal consegue fazer umas seis entregas por dia, porque o movimento ainda é fraco, mas tem gente que consegue até mais. Finais de semana melhora, o aumento da frota aumenta, mas as entregas sempre permanecem a mesma quantidade, pois quanto mais entregadores mais caem as entregas. Mas, é sempre nessa faixa de seis a dez entregas. Infelizmente Feira de Santana está muito abaixo do esperado para esse tipo de renda e aqui a gente consegue tirar em torno de meio salário mínimo. A gente atua mais pelos bairros do centro. A nossa área de abrangência é um pouco curta”, afirmou.
Segundo ele, alguns entregadores por aplicativo atuam também por conta própria, mas é a minoria. Com pedidos de em torno no máximo 3 km de distância, Jonatas informa que consegue fazer a entrega em 10 minutos. O entregador destaca que o dinheiro que ganha nessa atividade é uma renda extra que ajuda bastante.
Entre os maiores desafios em trabalhar de bicicleta pelas ruas da cidade, Jonatas elegeu em primeiro lugar o trânsito. Ele afirma que a falta de ciclovias atrapalha um pouco, já que muitos motoristas não respeitam o ciclista.
“O pessoal tem consciência que a gente está entregando de bike e não é tão rápido. A maior dificuldade é o trânsito mesmo porque muita gente ainda não respeita. Não há ciclovias e se melhorasse a estrutura do trânsito seria bom. A maioria dos motoristas não respeita e acha que a gente é intruso no trânsito. A gente escuta muita buzina”, afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Bruno Silva, que também é entregador, está há um mês trabalhando pelo aplicativo e aderiu a atividade após ver os amigos fazer o serviço. Ele contou os prós e os contras e disse que chega a fazer em média 50 reais por dia, quando o movimento de pedidos dos estabelecimentos está alto.
“Eu vi uns amigos rodando pelo aplicativo e como estava com um tempo livre, eu aderi também. Trabalho geralmente para mim, vendendo perfumes e não tenho um trabalho fixo. Mas, às vezes quando não tem entrega de perfume para fazer eu entro no aplicativo para rodar em tempo livre. O ponto positivo é que além de estar me exercitando, estou fazendo um trabalho e ganhando dinheiro. O ponto negativo é que geralmente o trânsito não ajuda por causa da educação do pessoal. O trânsito é muito precário e também a via pública é um pouco precária, sem contar que não temos segurança. Principalmente a noite, ficamos com medo”, disse.
Segundo ele, em um mês rodando de bicicleta, já rodou pelo aplicativo uns 500 km. Bruno disse ainda que geralmente ficam aproximadamente 20 entregadores no local onde ele trabalha e a depender do movimento, esse número pode chegar a até 50 pessoas.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.