Negritude Feirense!

Entidades afros de Feira de Santana criam coletivo em busca de reconhecimento e sustentabilidade

A criação do coletivo, celebra o início de um novo momento na história da Cultura de Matriz Africana em Feira de Santana, diz idealizador.

Coletido de Entidades Afros de Feira de Santana -
Foto: Divulgação

O Coletivo de Entidades Afros de Feira de Santana (Cenafs), foi criado com a colaboração de 17 movimentos do município com o objetivo de atingir reconhecimento e sustentabilidade às atividades desenvolvidas pelas instituições dentro do cenário artístico, cultural e social nas comunidades feirenses, assim como, adquirir à atenção por parte da sociedade local, sobretudo do poder público da cidade e da iniciativa privada.

Entidades Afros de Feira de Santana
Foto: Arquivo Pessoal/MoviAfro

Para o coordenador geral da Associação Cultural Moviafro, Val Conceição, existe uma negação por parte das autoridades políticas da cidade que não estão interessadas em promover atividades voltadas para a inibir desigualdades da sociedade brasileira, como a pobreza e o racismo.

Entidades Afros de Feira de Santana
Foto: Arquivo Pessoal/MoviAfro

“Existe uma espécie de negação por parte de algumas pessoas e autoridades políticas em relação a essas agremiações e isso tem se tornado cada dia mais notório na nossa cidade, muitos de nós não conseguimos apoio para a realização de ações afirmativas que têm transformado a vida de famílias na periferia, onde infelizmente as políticas públicas não chegam como deveriam”, afirma.

Val Conceição é um dos idealizadores do coletivo que nasce a partir da necessidade de visibilidade para as instituições afro-culturais da cidade que precisam de apoio para desenvolver e perpetuar suas atividades de promoção à educação e cultura.

Entidades Afros de Feira de Santana
Foto: Arquivo Pessoal/MoviAfro

Compõe o coletivo Blocos Afros, Afoxés, Escolas de Samba e Blocos de Capoeira, associações que desenvolvem ações durante todo o ano, mas não conseguem captar recursos para a manutenção dessas atividades.

Segundo o coordenador, a falta de apoio dos órgãos públicos fica cada vez mais evidente quando essas entidades promovem atividades sem nenhuma participação do poder público. Ele ainda pontuou algumas ofensas proferidas contra agentes culturais da cidade.

“A falta de respeito fica nítida todas às vezes que alguns políticos feirenses são convidados a apoiar a realização das atividades, através do tratamento e de algumas palavras proferidas aos representantes culturais”.

Cenafs

O Cenafs pretende criar ferramentas para buscar recursos através de editais públicos e privados, promover a ascensão dos membros e se tornar autossustentável, justamente para evitar o desgaste com o poder público.

Entidades Afros de Feira de Santana
Foto: Arquivo Pessoal/MoviAfro

Ainda segundo o coordenador, a instituições que formam o Cenafs foram rigorosamente legalizadas juridicamente, estão em dias com as suas obrigações tributárias, todas elas alinhadas ao Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, o que as deixam aptas a celebrar todo e qualquer tipo de parcerias.

“A criação do coletivo celebra o início de um novo momento na história da Cultura de Matriz Africana em Feira de Santana”, declara Val Conceição.

Formam o Cenafs as seguintes instituições:

Blocos Afros:
Acadêmicos de Feira;
Feira Axé;
Muzembela;
Tambores Urbanos;
Cortejo Moviafro;
Sorriso Negro;
Flor de Ijexá;
Zumbi dos Palmares;
Nelson Mandela.
Afoxés:
Filhos de Ogun;
O’Oguian;
Filhos de Oxalá;
Pomba de Malê.
Escolas de Samba:
Escravo do Oriente;
Brasil Meu Samba;
Nativos de Santana.
Bloco de Capoeira
Os Dois Antônios.

O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) para saber se há alguma ação de fomento a essas instituições culturais; e aguarda retorno.

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