Acorda Cidade
Atualizada às 20:32
O engenheiro contratado pelos proprietários do Edifício Sarkis afirmou, em entrevista ao Acorda Cidade, que não existe a necessidade de demolição do prédio, ou risco de desabamento. Além disso, ele informou que pelo monitoramento que está sendo feito, a movimentação que houve já está estabilizada e as intervenções necessárias já estão sendo feitas.
“Estão sendo feitos ensaios de monitoramento, pesquisa da fundação, pesquisa topográfica, onde se comprova que após o conserto do vazamento que houve na rede de água, já estabilizou a movimentação, que tinha provocado o descolamento com as construções vizinhas. O recalque provocou essa abertura, mas não há mais movimentação. Estamos fazendo todo o controle, reposição de solo, tudo para reforçar a fundação dos pilares. Para ter um desabamento teria que ocorrer um fato novo, a exemplo de um vazamento muito grande, um tremor de terra. As condições atuais e com os cuidados que serão tomados no reforço do solo, ele estará estabilizado”, explicou.
Ação contra a Embasa
O engenheiro destacou em entrevista ao Acorda Cidade que todas as precauções estão sendo tomadas e que os proprietários pretendem fazer uma revisão na instalação elétrica para adequar as novas demandas, verificar a instalação hidráulica e repaginar a fachada para deixar o prédio bonito. Além disso, ele informou que os proprietários do Sarkis pretendem entrar com uma ação contra a Embasa.
“Na verdade houve um vazamento extenso, por um longo período e os proprietários vão entrar com uma ação contra a Embasa para ter o ressarcimento dos custos que serão investidos. A pesquisa das condições do solo, entre outras pesquisas já foram feitas e a recuperação do solo com reforço já foi iniciada”, disse.
O engenheiro Francisco Peixoto disse também que não sabe quanto tempo vai demorar para a finalização de todo o processo. A prefeitura deu um prazo de 15 dias para que as primeiras medidas fossem tomadas e ele informou que está tentando uma negociação de prazo com a Defesa Civil para a finalização de toda a obra.
O que diz a Embasa
Em seu laudo técnico Embasa avaliou as prováveis causas do rebaixamento da edificação. Segundo os especialistas, com base em sondagens do solo e estudos geotécnicos, o tipo de fundação não é compatível com o atual peso/carga suportado pelo prédio e com o tipo de solo existente no local.
O laudo da Embasa aponta que o imóvel apresenta "um fator de segurança baixo quanto à capacidade de suporte da fundação, encontrando-se em uma condição frágil de estabilidade, com riscos de ocorrer ruptura da fundação”.
A empresa afirma em nota que “o estudo constatou, ainda, que o vazamento de água não teve influência relevante no rebaixamento da edificação e que outros fatores podem ter contribuído para este fato, como a forte incidência de chuvas, a existência de tubulações de drenagem obstruídas e rompidas no local do recalque”.
A Embasa diz ainda que os especialistas que assinaram o laudo recomendam o monitoramento constante da edificação e a execução de obras de reforço das fundações, de forma a garantir a estabilidade da estrutura. A nota diz também que a Embasa reafirma seu compromisso com a transparência e se coloca à disposição para esclarecimentos técnicos sobre o conteúdo do laudo apresentado.
Colaborou o estagiário de jornalismo Gabriel Gonçalves
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