Feira de Santana

Empresas Rosa e São João alegam falta de dinheiro e pedem flexibilização para pagar salários dos rodoviários

O sindicato defende que a categoria aceite a flexibilização por ter receio que as empresas parem as atividades e os trabalhadores fiquem sem receber nada.

Rachel Pinto

Diretores do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs) se reuniram na manhã desta sexta-feira (5) em Feira de Santana para discutir sobre o pedido das empresas de ônibus Rosa e São João, de flexibilização do pagamento de salários dos trabalhadores. O pagamento é previsto para ser feito no dia 5 de cada mês, confome o acordo coletivo.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O presidente do sindicato, Alberto Nery, disse em entrevista ao Acorda Cidade que preocupado com os desdobramentos do atraso de salários do último mês e da paralisação da categoria, o sindicato convocou a reunião de hoje para que a entidade não seja responsabilizada pela situação de penúria que as empresas estão apresentando. Segundo ele, a defesa da diretoria, mesmo com o acordo coletivo, é de aceitar o pedido de flexibilização.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Porque achamos e avaliamos que se fizéssemos uma manifestação, uma parada, as empresas podem não voltar mais a rodar. Não queremos ser os responsáveis pela falência do sistema. Vamos fazer manifestações de ruas, vamos protestar pelos fatos, mas não vamos defender uma paralisação. Vamos pedir aos trabalhadores para aceitarem essa proposta apresentada para que nós não sejamos responsáveis pela falência do sistema”, afirmou.

O sindicalista relatou que é melhor a categoria aceitar o pagamento fracionado do que decidir paralisar o trabalho e as empresas de ônibus assim suspenderem as atividades. Na opinião dele, o perigo é que a categoria fique sem receber.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Não queremos causar indisposição da sociedade com a representação trabalhista, estamos fazendo o esclarecimento público. Ontem, quando terminei de receber os representantes das empresas, tentei falar com o prefeito para comunicá-lo desse fato e para ver quais são as medidas que podem ser tomadas. Os trabalhadores têm limites e pode acontecer o caos. Ainda não tivemos resposta. Nos reunimos e vamos começar a passar amanhã esta compreensão aos rodoviários, de madrugada nas portas das garagens pedindo este entendimento. Precisamos também mostrar para a sociedade que a situação não é boa e a qualquer momento pode acontecer algo pior com o transporte público em Feira de Santana”, declarou.

Sobre o pagamento de salários que aconteceria hoje, Alberto Nery informou ao Acorda Cidade que as empresas pediram a flexibilização para que o pagamento ocorra dia (12) e relatam que no mês de janeiro a arrecadação foi baixa.

“Este ano, em consequência da pandemia, a situação se agravou. É essa compreensão que a gente tem enquanto dirigentes e para levar aos trabalhadores. Também mostrar à sociedade o caos que aí está e que nós não temos responsabilidade sobre. A responsabilidade é de quem fiscaliza, cobra, quem investe no sistema”, concluiu.
 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
 

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