Laiane Cruz
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana, Alberto Nery, informou na tarde desta segunda-feira (25) que as empresas de ônibus Rosa e São João fizeram uma proposta para parcelar o pagamento do vale aos trabalhadores, que está atrasado desde o dia 20 de janeiro.
A proposta das empresas ainda será levada aos motoristas e cobradores. Caso seja aprovada, a greve que estava mantida para esta terça-feira (26) não deve ser mais deflagrada pela categoria. Na última quinta-feira (21), os rodoviários cruzaram os braços pela manhã em protesto contra a falta do pagamento de parte do salário. De acordo com a categoria, os atrasos têm sido constantes.
“Nós rodoviários, atendendo a uma deliberação dos trabalhadores, tomada na última quinta-feira, publicamos um edital para que, no dia de amanhã, as atividades fossem suspensas se o pagamento do vale não fosse cumprido. Mas, às 16h05, recebemos um ofício da empresa São João e da empresa Rosa demonstrando a dificuldade financeira que eles estão tendo para honrar esse compromisso do vale do dia 20. Trouxe também um demonstrativo de que o ticket alimentação que estava em atraso foi pago e pediu pra que a gente pudesse flexibilizar pra que eles pudessem pagar 50% no dia de amanhã e outro 50% pagar na próxima sexta-feira”, esclareceu Alberto Nery.
O presidente do sindicato destacou que alertou as empresas de que o vencimento do saldo de salário também já está próximo, a ser pago até o dia 5 de fevereiro.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
“Eles se comprometeram de fazer um esforço grande de estar honrando o pagamento dos trabalhadores. Nós resolvemos flexibilizar e dar um voto de confiança às empresas pra que elas possam pagar de forma parcelada. Nós entendemos que as empresas vêm passando dificuldades em consequência da pandemia. Agora me causou muita surpresa a determinação dada pelo executivo municipal”, disse.
“Durante a última paralisação, o poder público agiu de forma traiçoeira e covarde porque recorreu ao poder judiciário para deliberar sobre a suspensão de bloqueio. Mas nós não fizemos bloqueio nenhum, os trabalhadores cruzaram os braços porque estavam sem seus salários, a geladeira vazia, o cheque e o vencimento do cartão pra pagar. Porque a prefeitura não convocou o sindicato, as empresas e o poder público para sentar à mesa discutir e encontrar uma alternativa, e essa proposta que as empresas fizeram pudesse ser colocada na mesa, pudéssemos levar para os trabalhadores e a gente pudesse defender a proposta. Tenho certeza que os trabalhadores iriam entender e evitaria qualquer tipo de paralisação”, questionou.
Alberto Nery criticou ainda a atual administração do município. Ele teme que episódios como os que aconteceram com as antigas empresas de ônibus em 2015 voltem a acontecer caso não haja diálogo entre as empresas, o sindicato e o poder público.
“Espero que o prefeito Colbert Martins assuma de fato a prefeitura e tome a direção do andamento das coisas do poder público, para que não venha acontecer novas paralisações ou o que aconteceu com as empresas que deram um calote nos trabalhadores de Feira de Santana, pararam os serviços e ficaram devendo mais de 12 milhões de reais. Nós esperamos sentar e se debruçar sobre o assunto e encontrar uma alternativa para que o sistema possa funcionar, atender bem à população e cumprir com o direito dos trabalhadores”, avaliou.
Com informações do reporter Paulo José do Acorda Cidade.