Feira de Santana

Empresas de ônibus de Feira de Santana ameaçam em reunião rescindir contrato com a prefeitura

Participaram da reunião os representantes da Rosa e São João, os advogados das duas empresas, os gerentes, o promotor do MPT, Ilan Fonseca, além do presidente do Sintrafs, Alberto Nery, e a advogada da entidade.

Laiane Cruz

As empresas de ônibus de Feira de Santana, Rosa e São João, participaram de uma reunião na tarde de quinta-feira (26) no Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) e ameaçaram rescindir o contrato com a prefeitura, caso não haja uma solução para a crise no transporte público no município.

Participaram da reunião os representantes, advogados e gerentes das duas empresas, o promotor do MPT-BA, Ilan Fonseca, além do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs), Alberto Nery, e a advogada da entidade.

De acordo com o proprietário da empresa São João, Marco Franco, o objetivo inicial da reunião foi discutir sobre o reajuste salarial cobrado pelos trabalhadores. No entanto, segundo ele, as empresas afirmaram não ter qualquer condição de conceder o aumento.

“Foi debatido que as empresas não têm condições de dar qualquer reajuste, em virtude do enorme desequilíbrio econômico e financeiro dos contratos de concessão, em virtude do grande volume de transporte clandestino que opera livremente na cidade de Feira de Santana, e as empresas se comprometeram a dar o reajuste desde que a prefeitura garanta esse reequilíbrio, de alguma forma”, afirmou Marco Franco ao Acorda Cidade.

O empresário relatou então que o representante da empresa Rosa foi quem tomou a iniciativa de informar ao MPT que houve uma reunião com o prefeito Colbert Martins, onde foi oficializada a intenção da Rosa de rescindir o contrato amigavelmente e que a prefeitura deverá contratar outra concessionária.

“A Rosa já oficializou ao prefeito a possibilidade de fazer uma rescisão amigável do contrato para que a prefeitura coloque outra empresa. Em contrapartida falaram que têm um crédito a receber pela prefeitura, que é mais que suficiente para pagar todas as rescisões, e ela informou que deixaria bens em garantia. E à medida que as rescisões fossem pagas, iam sendo liberados esses bens. Eles expuseram essa conversa que tiveram com o prefeito e daí a São João falou que também não tem condições de continuar operando em Feira ou qualquer outro município, tendo que pagar para trabalhar. Temos que receber, então se não tivermos uma solução urgente para o sistema, à São João não resta outro caminho a não ser uma rescisão amigável”, declarou.

Ele destacou ainda que, durante a audiência, o secretário de Transporte e Trânsito do município, Saulo Figueiredo, saiu em defesa da prefeitura e alegou que o governo municipal não tem condições de desembolsar mais nenhum recurso para o sistema de transporte.

“Não podemos pagar para realizar esse serviço, e a gente vem fazendo isso praticamente desde o início do contrato. O prefeito que abra uma nova licitação, se quiser contratar alguém emergencialmente, comprar ônibus para a prefeitura. Pra nós, não dá mais. Nós colocamos 270 ônibus zero na cidade, e não tivemos a nossa contrapartida prevista no contrato. A cidade está permeada de transportadores clandestinos, inclusive ônibus clandestinos, vans, micro-ônibus, que rodam livremente. Hoje temos 64 ônibus em operação pela São João, de reserva são 80 veículos”, declarou Marco.

Jogaram a toalha

O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, José de Souza, avaliou que a mediação entre as empresas, a categoria e o MPT não avançou como o esperado. Para ele, as empresas ‘jogaram a toalha’.

“O sindicato colocou as propostas, os empresários colocaram as dificuldades, o secretário trouxe a problemática da prefeitura, e as empresas foram bem claras. Ontem pra mim eles jogaram a toalha e falaram de forma clara para o procurador que não têm interesse mais de ficar em Feira de Santana e não têm interesse em dar o calote nos funcionários. O procurador solicitou que todos mandassem suas demandas por escrito. Deu 15 dias e se não resolver nada, vamos ver a decisão que vamos tomar. Demos entrada para derrubar a liminar, e se cair e não houver nenhuma proposta, vamos voltar com o movimento. Eles estão condicionando o nosso aumento ao reajuste da tarifa. Mas nós estamos reivindicando aquilo a que temos direito, de acordo com o reajuste da inflação”, afirmou José Cruz.

Com informações do repórter Paulo José e da produtora Maylla Nunes do Acorda Cidade.
 

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