Em palestra na Semana de Inovação, ex-diretor do Tinder destaca o futuro do mercado de trabalho com o uso da tecnologia

^{Gabriel Gonçalves}

Acontece em Feira de Santana até a próxima sexta-feira (12), a Semana de Inovação,  evento de capacitação gratuita, que conta com seminários, oficinas e palestras em um formato híbrido e dinâmico.

Na noite de quarta-feira (9), o público teve a oportunidade de participar da palestra 'Trabalhos do futuro e o futuro do trabalho', com o palestrante italiano, Andrea Lorio. Ele também é escritor best-seller  e foi Diretor do Tinder e CDO na L'Oréal.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Andrea Lorio explicou que já mora no Brasil há 10 anos, quando recebeu a oportunidade de emprego para atuar em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Quando eu me formei lá na Itália, conheci algumas pessoas em comum aqui no Brasil, nunca tinha vindo aqui, e eles me falaram de uma oportunidade de trabalhar no Grupão, uma plataforma digital na época, uma empresa multinacional e estavam buscando um gerente comercial em Belo Horizonte. Então eu me mudei, e a partir daí, comecei a trabalhar em multinacionais e empresas Startups, como a L'Oréal e assim fui crescendo profissionalmente", explicou.

Para Andrea Lorio, empreender não é apenas investir financeiramente, mas buscar empreendedores locais que também tenham o potencial para investir. 

"Eu sempre incentivo as pessoas que querem empreender e também a investir em outros negócios, no sentido de buscar empreendedores locais que tenham este potencial de investir, não apenas no termo do dinheiro, mas no conhecimento também. Acredito que compartilhar o conhecimento é um investimento que se faz com outras pessoas. Acho que algumas das qualidades de empreender, é a resiliência, porque um bom empreendedor nunca acerta de primeira, então a gente precisa ter a resistência e essa habilidade de superar os fracassos. É necessário também ter um bom entendimento de comportamento humano e entender que os clientes possuem tendências, não só de tecnologia e um terceiro ponto que venho destacar, é que o empreendedor precisa ser bom de dados. É preciso analisar os dados pela capacidade de processá-los para poder ser um bom empreendedor", afirmou.

Segundo ele, 85% dos empregos que existirão em 2030 não foram inventados ainda.

“Assim como em toda revolução industrial já ocorrida, as adaptações precisarão acontecer. Os trabalhos mais em alta estarão ligados à tecnologia, ciências de dados, desenvolvimento de software, mas também trabalhos vinculados à cuidados humanos, área da saúde em geral, cuidados com idosos, entre outros. Coisas que são insubstituíveis pela tecnologia. Será preciso haver uma transformação cognitiva na forma como a gente pensa e toma decisões. Uma comportamental sobre como a gente implementa a inovação, e uma emocional para podermos conectar e desenvolver mais a nossa inteligência emocional. Não é sobre acesso à informação, porque isso não falta hoje em dia. Mas a aplicação dessa informação no dia a dia do nosso trabalho. Muitas vezes nos inteiramos sobre as inovações e tendências do futuro, mas não mudamos o nosso comportamento no dia a dia, nas pequenas coisas. Esse é um grande desafio não só no Brasil, mas como, por exemplo, na Itália, onde também somos um povo muito criativo, temos ideias maravilhosas, mas na hora de colocar em prática nem sempre fazemos da melhor forma. O próximo passo é colocar as ideias em prática e validar elas."

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade