Feira de Santana

Em meio a série de reclamações, Superintendente explica como é feito cronograma de pavimentação das ruas de Feira de Santana

Muitas dessas reclamações chegam através do WhatsApp do Acorda Cidade (75 98297-4004), que recebe milhares de mensagens, fotos e vídeos sobre este problema todos os dias.

Laiane Cruz

Com as chuvas constantes que incidem sobre a região de Feira de Santana, aumentaram as reclamações acerca da pavimentação das ruas e avenidas do município, bem como das estradas da zona rural e dos distritos. Motoristas e pedestres se queixam das péssimas condições de trafegabilidade de grande parte dessas vias, devido à grande quantidade de buracos e água empoçada.

Muitas dessas reclamações chegam através do WhatsApp do Acorda Cidade (75 98297-4004), que recebe centenas de mensagens, fotos e vídeos sobre esse tema todos os dias.

Para dar um retorno à população, o superintendente de Operações e Manutenção do de Feira de Santana, João Vianney, explicou em entrevista ao Acorda Cidade, como está sendo feito o cronograma das intervenções nas vias do município e de que forma a prefeitura planeja solucionar os problemas nos pontos mais críticos.

Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

Confira a entrevista na íntegra:

Acorda Cidade – A Superintendência de Operações e Manutenção (Soma) é uma autarquia ou secretaria?

João Vianney – É uma superintendência que fica vinculada administrativamente ao gabinete do prefeito e tem sua gestão vinculada ao gabinete justamente por ser estratégica nessa questão da manutenção da cidade. A Sedur, além da parte de fiscalização do solo, também detinha a responsabilidade pela manutenção urbana. Com a separação, essa parte específica da manutenção urbana e parte da fiscalização das obras do município ficaram vinculadas à Soma.

Acorda Cidade – Como está o cronograma de recuperação do piso da cidade?

João Vianney – Desde o dia 20 de abril até a ocorrência dos 130 milímetros na madrugada, a gente tem tido uma frequência de chuva muito grande, incomum para nossa região. E isso gera naturalmente uma degradação do revestimento asfáltico, especialmente na zona rural, nas estradas vicinais, onde não se tem o revestimento. Foi feito um trabalho preventivo de janeiro até abril, de cascalhamento nas estradas rurais, para tentar melhorar os problemas críticos, como por exemplo com o transporte público, na questão dos carros-pipa, ambulância, e atualmente, na zona rural, temos tido uma atuação bem limitada. Na zona urbana, temos tido um trabalho intensivo de tapa-buraco. Hoje possuímos seis equipes na cidade, fazendo o trabalho de intervenções em toda a cidade.

Acorda Cidade – O pó de brita pode ser utilizado para recuperação das estradas da zona rural?

João Vianney – Esse material pode ser utilizado. No passado, nas pedreiras o pó de brita era considerado um resíduo, tinha um custo bem menor que a brita convencional. Hoje em dia, em virtude do concreto asfáltico, ele tem um custo bem próximo da brita convencional, ele por si só não tem uma estabilidade muito grande, você precisava homogeneizar e definir um percentual no material local. Mas em abril, fizemos um trabalho de cascalhamento e descobrimos várias jazidas no município, de áreas privadas onde os proprietários doam os materiais para o município, e temos materiais hoje que superam um CBR de uma brita graduada. Temos cascalho na zona rural que supera a resistência da própria brita. Foi feito um mapeamento e entre janeiro e abril conseguimos fazer um trabalho de cascalhamento e intervenção muito forte. Em virtude da chuva muito desse trabalho se perdeu, mas será retomado naturalmente.

Acorda Cidade – Os moradores do bairro SIM reclamam da situação das vias de acesso empenando jantes e quebrando a suspensão dos carros.

João Vianney – Na condição do SIM, a gente tem algumas vias que não são pavimentadas. Foi feita uma intervenção quando foi possível, mas essas ruas já estão mapeadas, como a Rua Manicoré. Na questão do SIM, fala-se muito da Artêmia Pires. Neste local temos algumas intervenções decorrentes de empreendimentos, como redes de drenagem, redes de ligações, que danificaram muito o pavimento. Entre a Fernando Pinto e a Rua do Condomínio Alegria, houve uma intervenção de drenagem lá e as próprias caixas de drenagem tiveram um abatimento e precisam de uma recomposição. Mas independente disso, já entramos com o serviço de tapa-buraco, foi feita entre a Tobias Barreto e a Fernando Pinto ontem. E hoje estamos fazendo entre a Fernando Pinto e o Condomínio Dahma, na sequência.

Acorda Cidade – Qual será a solução definitiva para a Artêmia Pires?

João Vianney – Está sendo feito um processo agora pra fazer todo o levantamento topográfico, cadastral da avenida, a avaliação da questão da duplicação e ocupação dos espaços. E a intenção é que seja feita a duplicação. O prefeito já sinalizou isso e pediu que já fosse feito esse estudo, e o primeiro passo é esse de fazer o levantamento topográfico, que já está em processo licitatório.

Acorda Cidade – Com relação às ruas da Gabriela, cujos buracos geram reclamações?

João Vianney – Vamos fazer o mapeamento, pois realmente temos algumas vias comprometidas. Foi feito o cascalhamento na região e a gente tem alguns seguimentos que deram problemas, em virtude da topografia. Ocorreram algumas erosões e comprometeram, mas vamos avaliar.

Acorda Cidade – Como serão resolvidos os problemas da Avenida Sérgio Carneiro, indo para o Distrito de Jaíba, que está numa situação ruim?

João Vianney – No trecho urbano, a gente tem feito as intervenções. Hoje, inclusive, tem uma equipe que está lá na sequência da avenida marginal. Mas, é uma avenida estadual. A prefeitura teve uma tratativa com o Derba e o Governo do Estado em virtude das drenagens e as águas pluviais, que afetam muito o pavimento e temos feito intervenções de forma recorrente lá.

Acorda Cidade – A responsabilidade pela manutenção do piso do Anel de Contorno é a ViaBahia, mas a Soma tem cobrado da empresa essas ações?

João Vianney – Fiz contato com o pessoal da conservação da ViaBahia. Eles estão com dificuldades, mas já estão fazendo o planejamento de manutenção do Anel de Contorno. A ANTT tem feito vistorias e notificações e tem cobrado deles também.

Acorda Cidade – A estrada Feira-São Gonçalo está acabada. Esse trecho é urbano ou do governo do estado?

João Vianney – Apesar de ser uma BA, a gente tem atuado no seguimento que se refere ao município de Feira de Santana. Semana passada, realizamos uma intervenção, mas tem um acúmulo de água próximo ao cruzamento da Belgo, no semáforo antes do terminal sul. Fizemos uma ação, mas a chuva atrapalhou e não conseguimos concluir. Vamos voltar para fazer as intervenções no trecho do município.

Acorda Cidade – Nos casos complicados, não é possível utilizar concreto armado?

João Vianney – É uma solução, mas o custo do pavimento rígido é muito maior e, além disso, existe uma estrutura mais robusta. Por exemplo, as baias do BRT tem um subleito reforçado, uma subbase e uma base com concreto rolado e uma estrutura de pavimento rígido de 18 centímetros armado, então é um custo elevado em comparação com outras soluções. Tem uma vida útil maior, mas nesse momento de restrição orçamentária em virtude da pandemia, a gente propor um pavimento rígido, vamos ter capacidade para uma área muito pequena em comparação com a área que está com demanda.

Acorda Cidade – As obras do centro da cidade e do Papagaio são feitas sob a supervisão da Soma?

João Vianney – Não. Formalmente está vinculado à Secretaria de Planejamento, à comissão de fiscalização. A Soma tem uma participação, mas formalmente é com a Seplan. As obras do Papagaio também.

Acorda Cidade – A Rua São Roque, que dá acesso à Avenida Artêmia Pires, está intransitável. Por que naquelas ruas que estão ruins não se faz um trabalho definitivo?

João Vianney – A São Roque especificamente está dentro de um conjunto de obras da Conder, relativas à Lagoa Grande. Aquele trecho tem passado por intervenções de esgoto, nos ramais principais, tem sofrido bastante. Mas é um transtorno provisório, para um benefício duradouro. Formalmente essas obras estão vinculadas à Sedur, mas tivemos contato recentemente com a ViaBahia, sobre a duplicação do Anel naquele seguimento, e eles falaram do projeto. A parte do ramal principal, que é a parte pressurizada do esgoto, já está feito, e agora são as ligações para utilização do sistema.

Acorda Cidade – A Rua da Concórdia está muito ruim, do trecho da João Durval até o Contorno. Essa via também está no planejamento?

João Vianney – A Concórdia está ainda com a presença de água servida e um lençol freático elevado. Aquele trecho ainda está sofrendo intervenção no projeto da Lagoa Grande, é uma poligonal, que está sob efeito dessas obras. A gente não teve como intervir, aquela condição de água servida e lençol elevado compromete a vida do pavimento e a gente precisa esperar a conclusão das obras da Lagoa Grande.

Acorda Cidade – Em Salvador, com índice pluviométrico maior que Feira de Santana, essa deterioração do asfalto não acontece. Por que em Feira isso está acontecendo. Será que nosso asfalto tem qualidade mesmo?

João Vianney – Precisa ser ponderada uma questão, que Salvador nos últimos cinco anos passou por um rejuvenescimento muito intenso do revestimento asfáltico. Além da paralela, nos bairros em geral, houve um investimento muito alto nessa parte de recapeamento. Feira passou por essa situação há muitos anos, e tem muitos locais da cidade que o revestimento tem 20 anos. Entre 15 e 20 anos é a maior parte da nossa malha hoje. E o revestimento asfáltico é projetado para cerca de oito anos, que é o tempo da oxidação do asfalto, o envelhecimento. Nós temos feito hoje um trabalho de recapeamento, rejuvenescimento, mas temos uma malha já envelhecida, no fim da vida útil. Temos feito mapeamentos, intervenções, pra rejuvenescer essa malha e ela ficar menos suscetível a essas condições no período chuvoso.

Acorda Cidade – Quando serão feitas intervenções na Rua Tupinambá, que é uma via de escoamento e está muito ruim o piso?

João Vianney – A condição da Tupinambá é de uma frequência muito grande lençol freático. É um trecho saturado, independente do período chuvoso e que traz um comprometimento da sua condição. A gente tem feito esses mapeamentos, e o plano de drenagem vai melhorar muito. Esse trecho onde não tem o esgotamento sanitário, em toda a Bacia do Pojuca, a gente percebe um lançamento de água servida muito superior ao seguimento onde tem rede de esgotamento. A gente está fazendo um trabalho com Vigilância Sanitária para notificar e tentar minorar essas situações.

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