Os comerciantes de Feira de Santana sentem nas vendas os reflexos da eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul. Para quem esperava que a seleção chegaria a grande final, teve muitos de seus produtos encalhados. Dentre os artigos estão camisetas, vuvuzelas, cornetas e outros itens temáticos.
A volta da Seleção para casa resultou em um estoque encalhado de produtos verde-amarelos da ordem de R$ 85 milhões em todo o país. A avaliação foi feita pelo professor de marketing de varejo da Fundação Getulio Vargas e diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Daniel Plá.
Dentre os produtos que mais se destacaram durante a Copa foram as camisas, chapéus de várias formas e tamanhos, perucas exóticas e as tradicionais cornetas e vuvuzelas. De acordo com o gerente José de Jesus, a procura pelos produtos verde-amarelo foi grande antes da Copa começar e durante em que o Brasil esteve em campo. Mas, ele confessa que sobraram um número considerável de artigos.
“O investimento foi grande e a proporção que vendemos também, mas esperávamos que o Brasil chegasse a final, assim teríamos vendido todo o estoque”, diz o gerente. Ele diz, ainda, que “as mercadorias que antes eram sinônimos de lucro, hoje ocupam espaço na loja e no depósito”.
Vendas de TV
Foto: Williany Brito/Acorda Cidade
Na indústria de televisores o investimento também foi grande. O gerente de uma loja de eletrodomésticos da cidade, Lucas Lima, comemora os 40% de aumento na venda de LCD’s antes do Brasil ser eliminado da competição. Mas, ele acredita que poderia ter sido melhor se o Brasil estivesse entre os finalistas. “O investimento foi grande. As expectativas cresciam a medida que o Brasil ganhava. Agora é apostar no saldão e o bota fora para ser vendido o restante do estoque”, afirma.
Apesar de tudo, o Saldo é positivo, na visão de Daniel Plá. Ele, em entrevista ao portal da Agência Brasil disse que o comércio tradicional sai ganhando, uma vez que os produtos verde-amarelos representam uma fração reduzida do faturamento do setor: menos de 5% do total. No caso do Brasil como um todo, a perda estimada era de R$ 10 bilhões.
Williany Brito