O que era para se tornar um momento de muita alegria e realização, virou um pesadelo na vida de Tamyres Santos. Grávida de 40 semanas do seu primeiro filho, ela viveu momentos difíceis enquanto aguardava para dá à luz. Tamyres publicou um texto emocionado nas redes sociais, no qual intitulou de ‘relato de parto de terror’, denunciando o atendimento que recebeu no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, onde depois de horas aguardando para fazer o parto, seu bebê nasceu morto.
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Tamyres relatou ao Acorda Cidade tudo que o aconteceu no último dia 9 de setembro, segunda-feira, quando começou a sentir as contrações e buscou atendimento na unidade de saúde.
Segundo ela, a primeira entrada no hospital foi por volta das 9h, quando chegou a ser atendida e foi orientada a retornar pra casa, mesmo sentindo dor e informando que não estava sentindo o bebê mexer. Segundo Tamyres, as enfermeiras informaram que ela ainda não estava em trabalho de parto.
“Cheguei no hospital, fui chamada, quando entrei na sala fui bem recebida, fez todo protocolo. Depois que fez o toque eu falei que estava sentindo dor. Falaram que eu deveria voltar em três horas. Retornei pra casa, almocei e deitei. Comecei a medir as contrações pelo aplicativo. Estava durando de 20 segundos a 1 minuto. Eu disse pra minha mãe que não ia esperar as três horas pra retornar ao hospital, já que estava sentindo muita dor. Quando cheguei no hospital de novo, estava com mais dor ainda. Fiz a ficha e pediram pra eu aguardar que eu iria diretamente pra sala do médico. Fiquei aguardando e nada desse médico me chamar”.
Tamyres conta que durante o tempo de espera, saiu do hospital e vomitou tudo que tinha almoçado. Segundo ela, as contrações voltaram, sem intervalo, e também começou a sentir muita dor na barriga. Ao entrar no hospital novamente, foi orientada a ir para segunda recepção onde teria um local para deitar. A espera continuou.
“O médico não chamou. Eu já estava desfalecendo com muita dor e fraca. Meu esposo sempre procurando saber se não iam me chamar. A gente bateu na porta do médico, mas nada deles me atenderem. Algumas enfermeiras passavam por mim e não faziam nada, um total descaso”.
Já a noite, eles fizeram novamente o toque em Tamyres e mais uma vez a informação era de que ela ainda não estava em trabalho de parto, segundo relatou ao Acorda Cidade. Com isso, eles pediram que ela andasse um pouco pelo hospital. Ela conta que mesmo com muita dor e contração, seguiu a orientação.
“Quando deu umas 22h eu entrei na sala da médica. Ela mandou eu deitar, fizeram o toque e ainda não estava em trabalho de parto. Vieram ouvir os batimentos da bebê e nada de escutar. Eu sentia muita dor na barriga. Usaram uns cinco aparelhos até que viram que não tinha batimento. Eu vomitei novamente e saiu um líquido amarelo. Nesse momento eles mandaram correr que era uma emergência”.
Tamyres diz que entrou em desespero e que solicitou a presença de um acompanhante, mas diz que foi ignorada. Então a bebê nasceu, mas ela não ouviu o choro.
“Só vi o anestesista encostando em mim e falando que fizeram de tudo, mas que meu neném não resistiu”, contou emocionada.
Em resposta ao Acorda Cidade, a diretoria do Hospital da Mulher informou que se colocou à disposição da família para qualquer dúvida e emitiu uma nota técnica dos fatos apurados.
A paciente T. S. S. estando com idade gestacional de 40 sem e 3 dias, procurou o Hospital da Mulher no dia 9/9/2024 com queixa de cólicas e contrações esporádicas, sem perdas de líquido amniótico. Trazia Ultrassonografia obstétrica realizada em 21/8/2024 que não apresentava alterações, todos os sinais e exames do pré natal normais, portanto uma gestação de risco habitual, sem intercorrências. Foi feito exame físico obstétrico e avaliação dos batimentos fetais que estavam normais durante as avaliações.
A orientação de reavaliação segue o Protocolo do Ministério da Saúde de assistência ao parto e puerpério, onde o internamento deve ser realizado com trabalho de parto na fase ativa ou em gestação com intercorrências como bolsa rota, comorbidades ou alterações da frequência fetal, que em todos os momentos da avaliação prévia estavam normais.
Infelizmente no mesmo dia ao retornar para reavaliação, conforme foi orientada não havia ausculta dos batimentos Cardio fetais. A paciente foi imediatamente internada e realizado o parto. Essa alteração não é possível de ser diagnosticada em pacientes com bolsa amniótica integra, sendo impossível, um diagnóstico prévio nos atendimentos anteriores, onde não havia essa perda.
O Hospital da Mulher se solidariza com a paciente e toda a família.
Não houve nenhuma negativa de assistência, todas as condutas e orientações foram baseadas nos protocolos assistenciais que seguimos na unidade para gestantes de risco habitual.
Nosso profundo sentimento por essa perda e estamos a disposição para esclarecer a família sobre quaisquer dúvidas.
Diretoria Técnica
Com informações da jornalista Iasmim dos Santos do Acorda Cidade
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