Dia Internacional do Voluntário fortalece a importância do altruísmo no dia a dia de quem mais necessita 

Nesta terça-feira (5) é celebrado o Dia Internacional do Voluntário, data que chama a atenção para quem dedica seu tempo e trabalho para beneficiar quem mais precisa. Neste mesmo dia também é comemorado o Dia Nacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundado em 1983 e que presta assistência a crianças por meio de líderes voluntários de suas comunidades.

O que essas duas ações têm em comum é o amor, a dedicação e a solidariedade. Em Feira de Santana, muitas pessoas se disponibilizam a apoiar os outros. Um desses lugares que possui muitos voluntários é o Projeto Mãos Valiosas. Eles doam alimentos e realizam ações de saúde que beneficiam principalmente pessoas em vulnerabilidade social. 

Jaciene Lacerda de Brito, de 52 anos, é uma dessas pessoas que doam de tudo para cuidar do próximo. Ela atua no voluntariado desde 1998, quando ainda trabalhava como agente de saúde. Essa experiência possibilitou que ela ajudasse muitas pessoas com serviços nas áreas de saúde.  

“Eu tenho muita sensibilidade com pessoas doentes e devido às dificuldades que elas passam. É um trabalho de formiguinha. Quando eu encontro alguém que está doente e por saber que fui agente comunitária, as pessoas têm esse contato e me procuram para exames, para orientações. Eu tenho um ciclo de amizade muito grande”, informou.

Jaciene, que também faz parte do Mãos Valiosas, contou ao Acorda Cidade que o principal objetivo do voluntariado é amenizar o sofrimento das pessoas. Ela ressaltou a importância de todas as pessoas se envolverem em ações solidárias. 

“Sensibilizar as pessoas, não é porque somos pobres que não possamos ajudar o outro. A consciência do dever cumprido, o mandamento que Deus deixou, amar uns aos outros. O mundo fica mais rico quando compartilhamos o que temos com aqueles que precisam”, pontuou.

O Dia Internacional do Voluntário foi criado pela Organização das Nações Unidas em 1985, justamente para incentivar as pessoas a se voluntariar em alguma causa. Seja pelas crianças, pelas pessoas mais carentes, pelos animais ou até mesmo por uma causa ambiental, ou educacional, fazer parte do cuidado e da transformação do mundo é fundamental para todos os seres humanos. 

Dentro dos serviços que Jaciene realiza, ela explica que, regulação, cirurgias com pacientes oncológicos são uns dos principais desafios difíceis de superar, porque muitas vezes não há muito o que fazer. Mesmo assim, ela não desiste e persevera no altruísmo. Na sua trajetória, vivenciou muitas histórias de superação.

“Todos os dias quando eu acordo eu entrego meu dia a Deus e peço forças para ajudar. Porque é difícil. Eu fazia o serviço de agente comunitária e tinha uma casa na qual eu nunca conseguia falar com esse morador. E foi muito desafiador. E um belo dia eu consegui adentrar a casa dele e ele estava com câncer na face, uma parte do nariz já tinha sido comido pelo câncer. Aí é onde eu comecei o tratamento. Foi um ano levando ele para Salvador, para o Aristides Maltez”, disse.

Segundo a voluntária, esse rapaz assistido por ela, que possuía câncer de pele, tinha vergonha do rosto deformado, por isso, ele era intransigente para buscar ajuda. Infelizmente, o homem faleceu, pois o câncer já estava em fase de metástase, apesar disso, com o apoio de Jaciene, ele conseguiu realizar a cirurgia reparadora.  

“Isso foi em 2008. Faz um bom tempo, de lá para cá eu não paro. Às vezes as pessoas perguntam, você trabalha? Trabalho sim. Porque eu começo a trabalhar às cinco da manhã e não tenho hora para terminar”, afirmou.

Além das ações que Jaciene faz, ela conta com a solidariedade de outras pessoas para continuar ajudando o próximo. Apoio que chega através da doação de medicamentos, da realização de um exame, vaquinhas, rifas e demais formas de atenção ao outro.