Gabriel Gonçalves
Na manhã desta quarta-feira (25), um grupo de mulheres se reuniu em manifestação com faixas e cartazes no centro da cidade de Feira de Santana, para lembrar a importância do dia 25 de novembro, data que simboliza o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a estudante do curso de Direito, Charellys Rianne Souza, afirmou que o grupo é formado por 108 mulheres, mas a maioria delas se sente coagida em ir para as ruas, por ter receio de mostrar a sociedade que são violentadas.
"A violência não é só física, é uma violência psicológica, moral, emocional e por isso estamos aqui nas ruas de Feira de Santana, tentando conscientizar a população, não somente a população feminina, mas também a população masculina. É válido ressaltar que não devemos reivindicar apenas no dia 25 de novembro, mas esta é uma luta diária", afirmou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Segundo Charellys Rianne, além de todas as violências já citadas, ainda existe a violência patrimonial. Na opinão dela, as leis em prol das mulheres ainda não foram efetivadas.
"Existem homens que gostam de delegar funções principalmente em relação ao salário da própria esposa. Então quando se chega à violência física, já passou por todas as outras violências, como a moral, emocional, psicológica e patrimonial. Nós tivemos aí a pouco tempo, uma mulher que havia dado queixa do marido por agressão e simplesmente a justiça não atuou como deveria. A situação foi piorando, e por legítima defesa, ela terminou assassinando o marido, e hoje ela está sendo acusada de homicídio. Então existem os meios, mas não existe a efetivação de fato dessas leis", destacou.
Durante o protesto, o grupo estava colhendo assinaturas de populares para serem levadas até o Ministério Público, como forma de exigir o cumprimento da justiça perante as leis.
"Existe o direito, mas o direito não é cumprido, e de fato esse é o papel do Ministério Público de resguardar os direitos da sociedade e nós somos cidadãs brasileiras e feirenses, então estamos buscando conscientizar a população e o que me deixa muito mais feliz, é que algumas mulheres se sentem constrangidas em assinar, mas os homens fazem questão de contribuir e isso é muito importante. Nós mulheres criamos homens, eu por exemplo tenho dois filhos jovens e ensino o respeito ao próximo, principalmente a mulher", finalizou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.