A Associação Protetora dos Animais de Feira de Santana (APA) é uma organização sem fins lucrativos, que tem o objetivo de beneficiar e ajudar principalmente os animais de rua. Seja gato ou cachorro, a APA, desde 2003, realiza um trabalho de amor ao próximo, ou melhor, ao animal, através de campanhas e de doações.
Nesta quinta-feira, 4 de abril, é celebrado em todo o mundo o Dia dos Animais de Rua. Criada com o propósito de diminuir os animais abandonados, a data também evidencia as associações que se dedicam ao cuidado e proteção aos pets que não possuem um lar.
O portal Acorda Cidade esteve na sede da APA e conversou com a presidente, Ana Sandra Lima, que falou sobre o propósito da associação, a de salvar vidas mesmo com as dificuldades com relação aos custos.
“Eu represento a APA há um ano e meio, e a APA já está fazendo 22 anos agora em abril. Então, ela vem, ao longo desses anos, passando por vários momentos difíceis, porque sem recursos, sem a ajuda da sociedade, a gente não consegue realizar o trabalho. A APA tem um grande trabalho social, mas precisa ser mais reconhecida, mais ajudada e no sentido de realmente ajudar financeiramente. Nós podemos fechar a qualquer momento por conta mesmo de não manter. A sorte são os protetores independentes que têm muitos animais em suas casas também”, disse.
Resgate
Abrigando atualmente mais de 300 vítimas de maus tratos ou em situação de vulnerabilidade, a associação é uma das poucas na cidade que ainda realiza o resgate direto de cadelas, gatas e filhotes. Além de abrigar o animal, também há um cuidado especial com as vacinas, exames e higiene para que os bichinhos possam encontrar um novo lar.
Ana Sandra reforçou ainda a importância da adoção, a fim de reduzir a população de gatos e cachorros nas ruas.
“Os animais que estão nas ruas, ultimamente, a gente tem resgatado mães que estão nas ruas com seus filhotes em que é arriscado serem atropelados, casos realmente que a gente não tem como deixar na rua, animais que estão com patas quebradas, nesse sentido, porque o espaço da gente não comporta mais resgate. Mas, quando isso está acontecendo, a gente precisa levar para veterinário, a gente precisa que ela faça os exames para ver como está a saúde dela, precisam ser vacinados, vermifugados, colocados para adoção, e as pessoas precisam também ajudar nisso e também adotar, porque eu acho que adotar um animal já ajuda muito a sociedade, ajuda muito a gente”, frisou Sandra em entrevista ao Acorda Cidade.
Desafios
A Associação Protetora dos Animais de Feira de Santana, além de manter-se financeiramente com a ajuda da população através de doações, também realiza um bazar, onde peças são vendidas e até mesmo rifas para arcar com os custos mensais.
Mas, mesmo com toda essa ajuda, Ana Sandra contou que a APA ainda enfrenta dificuldades para se manter em funcionamento.
“A APA tem um bazar que realmente está bem difícil de se manter ultimamente, porque estão existindo poucas doações. A gente tem que realmente arrecadar várias coisas que sejam usadas, que sirvam para as pessoas usarem. Alguns associados, poucos associados, ajudam com o valor de R$ 10 ou R$ 5, o valor que pode contribuir, e a maior contribuição mesmo é da sociedade que ajuda a manter. A gente é uma luta por dia, é rifa que a gente começa, termina e faz outra. Então, é um dia por vez. No momento, a gente está sem poder comprar ração. Nós iríamos comprar ração ontem. Não compramos ração para 15 dias, porque a gente não teve como garantir o pagamento desse boleto. A gente está com veterinários também abertos, estamos com animais internados também que estão com valores em aberto”.
Conforme a presidente, os valores mensais para garantir a compra de ração e itens de higiene são altos, já que a instituição não possui uma renda fixa. Ela aproveitou para fazer um apelo à população para que também possam se tornar voluntários.
“Mensalmente a gente varia de um valor que precisamos de R$ 27 a R$ 32 mil para quitar tudo. Então, é um valor alto para a gente que não tem uma renda fixa. É a gente dormir e acordar sem saber como a gente vai fazer isso. Nosso trabalho é voluntário, a gente também precisa de ajuda. A gente precisa de voluntários, precisa de pessoas que vistam a camisa junto conosco, porque é um trabalho feito por amor, a gente faz por amor, a gente quer fazer bem feito. E está difícil fazer realmente o que a gente quer fazer.”
Além dos desafios com os custos fixos, a adoção tardia e as devoluções dos animais preocupam a associação.
“A gente tem muitos animais idosos, estamos com 18 filhotes de gato, estamos com mais 15 filhotes de cachorro para adoção. As campanhas de adoção estão aí, alguns animais são adotados e de repente voltam, as pessoas devolvem porque o cachorro roeu a sandália. Então, são coisas que a gente precisa de ajuda, precisa da compreensão da sociedade. E, principalmente, a gente precisa muito de castração. Castração é a solução para isso. Não adianta você pegar os animais de rua e não haver castração maciça nessa cidade”, relatou Sandra ao Acorda Cidade.
Parceria
Questionada se há a colaboração dos poderes públicos a fim de reduzir as despesas, Ana Sandra frisou que há uma parceria junto à prefeitura municipal para a realização de castrações. Porém, como o projeto demora a ser aprovado, os animais que permanecem nas ruas continuam sem a proteção de doenças ou de procriação.
“A gente tem um projeto de trabalho, um plano de trabalho que é feito e renovado todo ano. A gente manda um projeto para a prefeitura, a prefeitura aprova, inclusive, desse 2024 ainda não foi aprovado. Se eles aprovam, a gente tem um valor para fazer castrações no decorrer do ano e para também uma parte disso ajudar na compra de medicação e ração dos animais. Porém, ainda não foi aprovado em 2024, demora muito. Quando a gente manda e demora muito, esse processo, faz com que a cidade deixe de ter animais castrados e acaba tendo muitos animais na rua abandonados”.
Colabore
Para ajudar a APA na compra de rações, itens e consultas, basta enviar qualquer quantia ao PIX (75) 99156-0772 ou [email protected]. Para mais informações acesse o Instagram @apafeiradesantana
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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