Cultura

Dia do artista de teatro: feirenses destacam importância e valorização da cultura no município

A data homenageia os profissionais que atuam em performances teatrais.

Foto: Amanda Pinheiro/Acorda Cidade | Sara Barbosa e Júlia Lorrana
Foto: Amanda Pinheiro/Acorda Cidade | Sara Barbosa e Júlia Lorrana

Anualmente, é no dia 19 de agosto que o Dia do Artista de Teatro é comemorado no Brasil. A data homenageia os profissionais que atuam em performances teatrais, tanto os atores e diretores, como também os responsáveis pela sonoplastia, iluminação e figurino, pois todas as funções são fundamentais para o sucesso de qualquer espetáculo teatral.

Diante de tantas outras opções de lazer, o teatro está ficando esquecido, principalmente pelas crianças que não possuem o incentivo dos pais. Durante a pandemia da Covid-19, as poltronas não puderam ser preenchidas, mas até mesmo quando o acesso foi liberado, o silêncio predomina na plateia, mas isto, não significa que seja a atenção voltada para o espetáculo, mas sim, o vazio do espaço.

Como forma de homenagear o dia e todos os profissionais, o Acorda Cidade convidou duas artistas feirenses para contar que o teatro ainda segue firme, mesmo sendo pouco valorizado.

Sara Barbosa já faz parte de uma Companhia de Teatro há 10 anos. Para ela, o espaço se torna como uma válvula de escape, onde tem a oportunidade desfrutar de uma paixão antiga.

Foto: Amanda Pinheiro/Acorda Cidade | Sara Barbosa e Júlia Lorrana

“Eu já era atriz de escola, fazia peças teatrais, mas tem 10 anos que entrei em uma Companhia de teatro musical aqui em Feira de Santana, desde então, isso vive dentro de mim, de certa forma é como uma válvula de escape, é aqui o meu espaço, meu refúgio. Minha mãe por exemplo é uma pessoa que sempre teve orgulho do que fiz, embora seja mais puxado para o lado do canto, já que ela também canta, mas a minha vida é para o teatro, foi algo que veio pra mim”, destacou.

Hoje com registro profissional na arte, emitido pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Sara também divide a profissão com a área da pedagogia.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eu posso dizer que hoje eu sou uma atriz com DRT, consegui me profissionalizar, não que isso irá fazer de mim, mais atriz ou menos atriz, mas é um marco em minha vida. Sou formada em pedagogia, trabalho na rede municipal de ensino e me divido nestas duas áreas, pedagogia por formação e teatro por paixão, até porque eu levei um tempo para me descobrir como artista, mas hoje é isso que me mantém viva e feliz de certa forma”, pontuou.

Para Sara, se fosse possível, iria viver apenas da arte, mas pela pouca valorização que se tem, não há como sobreviver.

“A arte aqui no Brasil ainda precisa melhorar e muito, principalmente para os atores de teatro. Eu por exemplo, gostaria de viver somente do teatro, mas eu me divido com outra profissão por conta disso. Ainda que a educação seja uma área que tenha este afeto, mas é da arte do teatro que eu tenho uma paixão. Eu considero que a gente precisa muito dessa valorização financeira, porque teatro também exige dedicação, tempo, nós abdicamos algumas coisas em nossas vidas por conta do teatro, então seria digno que pudéssemos receber algo por isso”, relatou.

Estudante do curso de jornalismo e atriz, Júlia Lorrana, também contou à reportagem do Acorda Cidade que nem todos os atores conseguem ter apenas o teatro como única profissão, e por isso, buscam outras alternativas.

Foto: Amanda Pinheiro/Acorda Cidade | Sara Barbosa e Júlia Lorrana

“Infelizmente a gente não consegue viver só do teatro aqui em Feira de Santana. A maioria das pessoas que fazem parte dos grupos, possuem outra profissão. Eu por exemplo sou estudante do curso de jornalismo, sou apresentadora e me divido com o teatro, acaba até tendo uma ligação porque no momento que estou apresentando, utilizo minhas técnicas teatrais”, afirmou.

Ao Acorda Cidade, Júlia contou que muitas pessoas já percebiam um jeito teatral quando pequena, mas foi aos 13 anos, quando realmente iniciou as oficinas no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca).

“Dizem que desde criancinha as pessoas comentavam para que eu pudesse fazer teatro, mas naquele momento eu não entendia, eu não sabia o que era, mas brincava muito em casa, principalmente para interpretar. Já com meus 13 anos, uma amiga que trabalhava no Cuca percebeu em mim durante uma brincadeira, uma pequena interpretação, me questionou para fazer teatro, conversou com minha mãe e foi em 2012 que iniciei as oficinas aqui, naquela época por diversão, mas hoje de forma profissional”, explicou.

Para a atriz, é necessário que haja um incentivo público, por parte do município, do estado ou até a nível nacional.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A gente já sofria bastante para trazer um público, e quando veio a pandemia, aí que realmente complicou. Geralmente o nosso público é aquele mesmo de sempre, mas nós estamos tentando alcançar mais e mais pessoas, porém a gente sabe que muita gente prefere outros locais, são os barzinhos, shows, e a nossa arte não é valorizada. Agora em 2022, voltamos com os espetáculos, mas infelizmente o público ainda não retornou, por isso que a gente conclama à sociedade para nos prestigiar. É necessário que haja novos editais, novos incentivos públicos, novos projetos até por parte do Ministério da Cultura, para que possamos ter este combustível de trabalho”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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